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Filho de peixe sabe nadar

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Mikkel Solnado granjeou a fama em Portugal com uma canção que demorou trinta minutos e 20 segundos para ser escrita, “We can do anything” abriu-lhe as portas para a o universo musical nacional e para uma carreira internacional. Um êxito que também atribui ao sobrenome que respeita e que sente como sendo uma bênção.

Quando iniciaste a tua carreira musical tocavas dark metal e hard rock, como se passa de um registo tão pesado para outra vertente musical completamente diferente?

Mikkel Solnado: Eu comecei por ouvir metal, se calhar foi a minha maneira de me revoltar contra o mundo. Mas, quando apareceu a banda nirvana comecei a perceber que também havia intensidade na melodia e eles abriram-me a mente para outros estilos de música e agora oiço de tudo, o que prefiro ouvir é música que não faço, electrónica que adoro, mas não tenho nenhum jeito para a fazer.

Tu vivias na Dinamarca quando o tema “we can do anything” começou a passar nas rádios portuguesas, foi para ti uma surpresa começar a tua carreira desta forma no país do teu pai?

MS: Sim, foi muito intenso, porque o meu pai faleceu e eu voltei para a Dinamarca. Estava lá a morar nessa altura, de repente a minha irmã liga-me e diz-me: estás a tocar na rádio comercial. Eu pensava que ela estava a mentir, não fazia ideia nenhuma. Mas, tinham apresentado a canção à rádio, eles gostaram, foi aquela sensação de que ninguém sabia que eu existia, que o Raúl Solnado tinha um filho e acho que tudo isso que ajudou a empurrar também o tema. Foi uma surpresa para mim, porque nem era suposto fazer um álbum, mas como o “we can do anything” teve tanto sucesso, achei que devia fazer um disco, também para homenagear o meu pai, depois apaixonei-me por uma portuguesa e isso inspirou-me imenso para escrever música e de repente após um ano tinha um álbum na mão feito.

É o álbum que querias fazer?

MS: Não, mas isso foi porque era o álbum que podia fazer naquela altura. Se calhar foi um processo muito caótico para mim, porque o disco foi feito em vários sítios, na Dinamarca, em Portugal e na Inglaterra. Os sons do álbum e das canções diferem muito umas das outras, porque foi gravado em locais diferentes. Não sei se foi feito à pressa, mas despachei-me um bocadinho, porque o “we can do anything” saiu e eu não tinha um álbum, normalmente faz-se um disco e lança-se um single. Esta canção saiu e eu não tinha mais nenhuma música, despachei-me, produzi o álbum e foi lança-lo rapidamente.

O que inspirou “we can do anything” porque trata-se de uma canção muito positiva.

MS: Olha por acaso a história não é assim tão romântica, mas é ao mesmo tempo. Os primeiros 20 segundos foram feitos para um anúncio da Volkswagen e sem pensar muito na letra, depois como a agência de publicidade gostou tanto da música, pediram-me para termina-la e todos os músicos e compositores sabem que é muito difícil começar uma canção e depois de uns meses termina-la, estamos num outro lugar em termos musicais. A música surge de um encontro com uma rapariga e não deu em nada, mas imaginei que desse e consegui escrever a música em 30 minutos, foi uma inspiração brutal. Foi através dessa música que a minha esposa me conheceu, ouviu o tema na rádio e escreveu-me um mail a dizer que tinha gostado da canção.

 

 

O sobrenome pesa-te muito em Portugal? Sentes essa responsabilidade de seres filho de Raúl Solnado?

MS: Não sinto isso, mas respeito muito o nome e sei que as pessoas respeitam muito o sobrenome Solnado e não há dúvida nenhuma que me abriu as portas. Abriu o interesse para ouvir a música que faço, mas também se as pessoas não gostassem não ouviam. Tenho muito respeito pelo nome e sinto-me abençoado por isso.

Estas já pensar num segundo álbum?

MS: Sim, já estou a prepara-lo, vai ser mais orgânico, vai ser gravado com banda. No primeiro a maioria são sons gravados por mim.

Instrumental?

MS: Não, vai ser gravado com vários membros de uma banda ao mesmo tempo, em vez de um de cada vez.

Em termos de letras vais continuar a apostar no inglês, ou será em inglês e português?

MS: Vou continuar em inglês, isto porque já as tenho, mas um terceiro álbum, quem sabe, será em português. Eu quando vivia em Portugal andava no colégio inglês e americano, por isso definiria o inglês como a minha língua principal.

Como definirias este álbum?

MS: Mais orgânico e profundo e não vou dizer mais. (Risos)

 

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