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O hino dos deolinda

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Dois selos e um carimbo é um álbum memorável, já de platina, que percorre a memória musical de um bairro e marca o som desta banda consagrada

Os Deolinda são uma personagem feminina de xaile vermelho, chinelos nos pés e sorriso rasgado personificado por quatro músicos que fazem as delícias do público português com o seu novo álbum, dois selos e um carimbo. Este trabalho de Ana Bacalhau, Pedro Silvas Martins, José Pedro Leitão e Luís José Martins é inspirado no quotidiano suburbano dos portugueses a partir da janela de casa. São 14 temas que fazem a crónica de um país de pequenos costumes, ou será de brandos costumes?

O tema de lançamento, Um Contra o Outro, é tão ligeiro e alegre e “mais perdes se não vens/Sai de casa vem comigo para a rua, vêm, que é a essa vida que tens”, é um hino à felicidade, aos amigos e ao convívio, um hábito tão português, porque onde há um, há logo dois ou três.

Um delírio musical, ou será do amor, é a canção-crónica, de Passou Por Mim e Sorriu, “sou a mariposa bela e airosa que pinta o mundo cor-de-rosa” e mais não digo, mas deixo uma dica, não consigo deixar de o ouvir sem um sorriso impresso na face.

“Eu também já desbravei ondas nos sete mares e fui comandante de uma frota de alguidares/mas a solidão e alguma desilusão cantam-me assim”, uma ode ao Patinho de Borracha, uma canção para descobrir pela sua letra tão acutilante com a maravilhosa voz de Ana Bacalhau.

Mas, o tema sensação que ficará para sempre associado a este álbum, sem dele fazer parte, é o famoso, que Parva Que Eu Sou, que teve a sua estreia apenas nos concertos, mas que graças aos fans se tornou a “voz da geração à rasca”. Uma música que me toca profundamente porque reflecte mesmo a desilusão dos jovens portugueses em relação ao país precário em que vivemos. Não resisto em deixar registado alguma estrofes, sou da geração sem renumeração/ e não te incomoda esta situação/ que parva que sou/ porque isto esta mau e vai continuar…que parva que sou/ e fico a pensar/ que mundo tão parvo/ que para ser escravo é preciso estudar. E mais palavras para quê? É simplesmente divinal este trabalho, porque para quem não gostava de fado, esta é uma nova estranha forma de ser.

www.deolinda.com.pt

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