Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

O mundo em mim

Escrito por 

Christy Almeida canta o mundo que a encanta, que a maravilha, porque tudo à sua volta faz parte do que chama a criação. É um chamamento que canaliza através de canções que nos remetem para o amor, para o ódio, para a alegria e para a tristeza, em suma para a vida.

A tua música mostra influências do jazz, salsa e folk. Como te defines como artista?
Christy Almeida: Eu sou um artista folk global. São as histórias do mundo. É jazz, é folk, que possui elementos do clássico, do pop, um cheiro de hip hop, tango e espero de fado. Eu viajei por todo o mundo. Oiço todos os tipos de música, todos os diferentes gêneros estão no meu coração. Então, quando toco, ou escrevo, ou canto espero que todas as minhas viagens ao redor do mundo tenham tido alguma influência na minha sonoridade.

O teu primeiro disco, Pure, foi tudo o que sonhaste?
CA: Meu primeiro trabalho foi com a minha banda de salsa, "llanita" e o álbum foi cantado em Inglês e Espanhol. "Pure green blue" de Decca foi um grande mix, por causa dos músicos que convidei para tocar, provinham de todo o mundo. Novamente foi folk do mundo. Escrevi o álbum numa casa de campo, levou-me três meses e depois gravei-o em 12 dias. Eu tive pessoas maravilhosas, havia músicos de Trinidad, Índia, Inglaterra e também norte-americanos.

Consideras-te uma cigana?
CA: Eu acho que sim.

Além das tuas viagens, o que te faz escrever canções numa casa e num espaço de tempo tão curto?
CA: É difícil de explicar, porque é como um anseio, um anseio muito doloroso. Eu não sei se consigo explicar. É algo dentro de mim que não me deixa ser. Podes viver uma vida, ter um namorado, casar, ter filhos e de repente o desejo vem e diz: Desculpa, eu tenho que ir e fazer isto. Ele cresce, borbulha, e borbulha e se não fizeres alguma coisa com isso, vai-te magoar. A melhor maneira de descrevê-lo é: (eu tenho certeza que todos os seres humanos são assim), há algumas pessoas neste mundo que são canais para a criatividade e se achas que a criação está em nosso redor, então, a criatividade é a essência do que a criação. É algo que encontra o seu caminho, através seres humanos. Eu sou um canal. Quando isso acontece é tudo que tenho a fazer, é o meu trabalho como ser humano. Todo mundo tem seu. Eu não sei o que é a vida, não sei por que estamos aqui, mas nesta vida a minha missão é criar e quando não o faço dói-me. Ou seja, a inspiração acontece e tenho ataques de pânico. Quando sou realmente criativa floresço, brilho e quando não o sou, sou escuridão. E se ouvires essa criatividade, ela precisa de sair, esse anseio. Eu também pinto, eu não sei o que é, mas eu tenho de faze-lo. Posso pintar durante um mês, o que é difícil em termos de dinheiro, mas eu faço-o por uma razão e mais tarde vou descobrir o porquê. Eu não sei para onde vai, é uma energia que tem de ser libertada e se não o fizer não é saudável. E alguém pode chegar junto de ti e dizer: Ei, eu realmente gosto do que pintaste aqui, mas talvez possamos usar apenas um pouco disto e expandi-lo para um espectáculo de teatro.

Quando tens esse anseio usa-lo para oferecer a outros músicos? Ou compões apenas para ti?
CA: Por enquanto eu componho para mim, mas o que acontece é que há outras pessoas que querem que componha para elas. Na verdade, isso faz sentir que vai-me ajudar ao longo da vida, porque, como uma artista, uma escritora e uma mulher em determinado ponto da minha carreira, eu gostaria de ter filhos, não se pode fazer as duas coisas para sempre sem sofrimento. Então, vai ser bom escrever para outras pessoas, porque então eu poder ter uma vida onde posso cultivar flores, compor pela manhã e dá-las depois a alguma bela senhora que vai cantá-las num outro lugar. Eu escrevo, o que quer que seja que a guitarra me dá e as canções parecem encontrar suas próprias vidas. Quando escreves uma canção ela que vai para algum lugar. As pessoas vão dizer: eu gostei da tua música. Gravastes as canções, as pessoas levam- na embora e vão dá-las a alguém.

Então, como jovem compositora, uma artista neste mundo tecnológico, onde as pessoas copiam tudo não te sentes furiosa?
CA: Não, porque, como eu disse anteriormente, eu não acredito que é meu. A música não é minha, não me pertence, pertence à criação e não posso possuí-la. Sou muito feliz dando a minha música de graça, permite que os portões se abram. Tento ser paga pelos meus álbuns, pois paga a minha banda, mas se as pessoas querem levar a minha música, eu não chamo a isso roubar. Eu sei que a criatividade, a criação, o universo sempre coloca um teto na minha cabeça, comida na minha mesa e um vestido no meu corpo. Eu sei que se eu fizer o que eu faço, vou ser convidada para umas férias em algum lugar e sempre serei convidada para ir a algum lado ao longo do ano. Os seres humanos realmente preocupam-se com o dinheiro, que não é nosso. É apenas algo que canalizámos.

O que estas tentando dizer é que consegues viver de tua música, oferecendo-a?
CA: Sim. Eu estou aqui á convite do festival de cinema da Madeira. Estou num hotel encantador, a minha comida esta paga e é graças a minha música, que estou a dar de graça as pessoas. Se realmente te preocupas com quem tem as tuas coisas, como por exemplo, se alguém me deve 20 euros, então focas no que falta, e não tens muito. Eu acredito que esta tudo ok.

Então, o que é que já sabes sobre música portuguesa?
CA: Vou ouvir fado. O meu pai ouve muita música do mundo e também fado.

Esta viagem à Madeira vai influenciar-te com certeza para escrever música?
CA: Sim, definitivamente.

E estas a gravar um novo álbum?
CA: Sim, acabei de gravar um álbum solo, eu e a minha guitarra. É um trabalho muito bom, muito suave. E também estou a gravar uma coisa chamada louco fm, que é como uma rádio a fingir, um podcast, é muito engraçado. Do começo ao fim é muito, muito tonto, mas no bom sentido.

http://brickwickprojects.co.uk/brickwickprojects/kirstyalmeida/

 

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos