Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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O soul é mágico

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Os expensive soul expressam na sua música uma fusão de vários estilos musicais cantados em português. São virais em tudo o que tocam e como o transmitem. São um duo dinâmico cheio de energia positiva que transmitem ao seu público quer em palco, quer através dos temas que electrizam as ondas hertzianas e as pistas de danças um pouco por todo o país. 

A vossa música tem várias influencias e há uma nítida fusão de estilos, como é que surgiu e como se conheceram?

New Max: Conhecemos-nos no secundário em 1999. Éramos adolescentes e na altura estava a dar os primeiros passos na produção. Estava a escrever as primeiras letras de rap. Na época surgiu um concurso na antena 3, para a luta contra a droga e podias mandar maquetas se fosses seleccionado podias tocar ao vivo. O Demo propôs-me fazer uma brincadeira e mandar para lá um trabalho. Fizemos isso e mandámos para lá uma música muito pouco apurada e fomos seleccionados e foi esse o nosso primeiro passo.

E porque cantar rap em português? Em inglês é mais usual e fácil de aceitar.

Demo: Nós tivemos essa dificuldade. Tivemos sempre o cuidado de escolher bem as melhores frases, ter rigor com as palavras. Tivemos um trabalho muito grande em desenvolver as letras e pensar bem nas músicas. Às vezes pretendes dizer certas e determinadas coisas, que a métrica, ou a dicção tornam diferentes. Escolhíamos o que soasse melhor. Então sempre tivemos esse cuidado de encaixar as frases. A nós corria-nos bem porque havia esse trabalho de casa muito grande. Até hoje.

O lema é sempre em português. Não tiveram um certo receio no inicio, porque dizia-se que era difícil escrever música em português.

Demo: Sabes o que pensamos sobre isso? E não é querer ser arrogante. Estamos a fazer história. Um dia vais falar dos expensive soul nesta área do funk soul, com banda. Musicalmente diferente.

NM: Nós temos uma banda de inspiração, que também deu cartas na altura, que foram os Da Weasel. Eles tinham já aberto algumas portas, nós, expensive soul estamos a abrir outras e vamos abrir ainda mais para os que vierem a seguir. É uma escadinha. As pessoas percebem muito melhor. Nem toda a gente tem formação em inglês para perceber as letras todas. As pessoas cantam e nem sequer sabem o que estão a cantar. É mais pela fonética. O português chega muito mais fácil é a nossa língua mãe. A mensagem chega mais rápido

Esse trabalho nota-se no vosso trabalho o BI, é a vossa impressão digital.

NM: É onde está tudo concentrado, para além disso foi o nosso primeiro trabalho.

O que sentiram quando o CD foi rejeitado pelas editoras?

NM: No inicio, não estávamos no meio da indústria e muito menos habituados a reuniões com as editoras. Sabíamos que era uma coisa que não se fazia cá em Portugal, apercebemo-nos e eles (as editoras), entenderam que era um som que ainda não estava a bater aqui, mas sim nos EUA, na altura. Nós, por outro lado, achamos que era oportuno, gostávamos e mais importante que isso tínhamos o apoio dos nossos amigos, que no inicio era muito importante. Quando íamos tocar eles acompanhavam-nos e acreditavam no nosso trabalho. Isso para nós era muito importante, nem que fizéssemos uma edição só para eles. Foram cerca de mil CD’s na altura, tudo feito por nós e ainda bem que foi assim.

O amor é mágico rebentou com imensa força nas tabelas. Foi este tema que os tornou mais conhecidos?

NM: Foi, mas já tínhamos tido isso com o segundo disco, o alma cara e o tema as treze mulheres. Tocamos muito, tivemos cerca de 50 concertos nesse ano. Deu para perceber o que viria por aí. Agora, nunca há certezas. Passados dez anos, voltamos as editoras com este disco e elas disseram-nos a mesma coisa. E mais uma vez sabíamos o que tínhamos, não somos burros e gostamos daquilo que fazemos, o resto vem depois. Decidimos fazer tudo de novo.

Demo: Lembro-me de uma situação no segundo disco, onde nem sequer se colocava a questão da editora. Sentimos que se trabalhasse, talvez funcionasse, mas não era aquilo. Até era da opinião, no inicio que devíamos dar mais uma oportunidade a EMI, foi o que insisti mais. Fomos. Depois nos apercebemos como tudo funcionava e neste terceiro disco embora tivéssemos ido de novo às editoras, porque sentimos que poderia haver alguém que acreditasse na nossa música, podia ser uma valia, decidimos faze-lo tudo de novo sozinhos. Acima de tudo é preciso acreditar.

NM: É preciso também um grande investimento por detrás. E sabíamos que se fosse mais ou menos como no segundo disco, tínhamos mais uma vez que ser nós. Assim, juntamos várias pessoas que trabalhavam nesta área e que fizeram chegar os expensive soul à imprensa e a todo o lado. As rádios queixam-se muito que as editoras não lhes mandam discos, então as locais não chegam mesmo. Então nós fizemos esse trabalho, sabíamos onde é que eles falhavam e estamos muito satisfeitos e o resultado não poderia ser melhor.

Sim, está á vista.

Demo: Estamos a viver a utopia. Porque o amor é mágico só começa a ter sucesso seis meses depois do álbum editado. Só começou mesmo a chegar as pessoas em Setembro, o que acontece nesta altura? As pessoas desde essa lá até agora impedem de certa forma o lançamento de mais um single e estamos com muita dificuldade, porque o amor é mágico não consegue sair do air Play. Nós já lançamos “dou-te nada” é o nosso segundo single e ele está aí e é só passado um ano e meio, porque temos dificuldade em lança-lo. O amor é mágico é ainda a música. O que para nós é muito gratificante. Principalmente, é muito satisfatório e acreditares que as coisas podem acontecer de uma maneira, mesmo que não tenhas uma grande máquina promocional por detrás, a música fala mais alto. E isso é uma das coisas sobre as quais reflicto muito.

Foi nisso que pensavam quando escreveram esta canção?

NM: Nós nunca escrevemos canções a pensar em sucessos. Escrevemos a pensar em nós, temos de gostar primeiro.

Demo: É tudo muito relativo, não sabes se o single vai ter sucesso ou não.

Onde se inspiram?

NM: No princípio inspiramo-nos no que ouvíamos, na música americana. Chegou umas alturas, que começamos a trabalhar em material só nosso. Já passaram doze anos desde começamos, vem muito de nós, não é isto ou aquilo.

Demo: Se fizeres uma pesquisa e não sei se a fizestes. Eu ainda ouço os três discos e sabes que se nota uma evolução nas nossas vozes e como pessoas.

Sim, isso nota-se muito neste terceiro disco, utopia, os coros, há uma série de instrumentos que funcionam bem no conjunto.

Demo: Eu vou-te dar um exemplo. O Max tem formação musical. Eu não tenho rigorosamente nenhuma. Eu cresci aqui, completamente. Eu devo tudo a música. Posso-te confessar, que quando era jovem nem sequer sabia o que queria fazer, se ir para direita, ou para esquerda. E a música deu-me isso, uma alegria de viver. Independentemente do sucesso. É bom. Criou-nos uma ligação, uma ambição com a banda de fazer mais e melhor. Ir mais além. Principalmente, cantando em português, que foi sempre a nossa luta. À doze anos atrás nos tomamos a decisão que era cantar na nossa língua. Nem que saia 35 letras, tem de ser em português e estamos a fazer muita força em prol da música portuguesa.

Em palco, vocês são uma força da natureza e criam uma grande empatia com o público. É por isso, que participam em imensos festivais.

NM: Tem de ser, temos que dar o máximo. A nossa música é propícia para este tipo de eventos. A queima das fitas, em que o público mesmo assim está mais animado devido ao álcool. (risos)

Demo: Mas, por causa disso, de não sermos limitados, este ano fizemos dois concertos acústicos.

Como foi essa experiencia?

NM: Acabou por ser espectacular. Estava tudo de braço no ar, tivemos também que nos levantar porque já não dava estar sentados.

Demo: Foi a emoção. Nesta fase decidimos fazer algo mais intimista. Uma outra roupagem. Não podemos estar limitados. E confesso que para mim foi muito mais intimista e mais difícil.

Porquê?

Demo: No palco maior vemos algo a crescer. Ali é olho a olho. Aprendes a lidar com as coisas de outra maneira. Sentes a letra de outra forma. É muito positivo. Este ano realmente é aquele em que nos sentimos mais felizes e mais completos.

Próximo passo.

NM: Neste ano e o próximo vamos só tocar. Estamos a fazer umas coisas diferentes, que ainda não podemos revelar. Temos perspectivas e algumas músicas.

http://www.expensivesoul.com/

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