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Os amor terror

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O amor terror é a nova aventura musical do Daniel, do Miguel e do Ricardo, antigos membros do pintarolas. É uma banda que aposta numa sonoridade mais desenvolta e com maior maturidade lírica. As letras reflectem o universo destes jovens músicos, com uma forte componente rock. Ainda não há data para o lançamento deste novo trabalho, mas o grupo já vai para a estrada, integrados na tournée Vox Tropper Tour, que começa já no dia 29 de Outubro na Glória do Ribatejo, com entrada livre.

Vamos começar pelo fim. O que ditou o termino do pintarolas?

Daniel Filipe: Todas as bandas terminam pelos mesmos dois motivos: Por motivos pessoais, de relacionamento entre os membros. A outra razão prende-se com as questões artísticas. Os compositores da banda queriam redimensionar o projecto em termos de conteúdos técnicos e não havia esse consenso.

Três dos antigos membros transitaram para o amor terror. O que muda em termos de sonoridade neste novo trabalho?

DF: Em termos sonoros e líricos houve uma grande evolução para quem compõem e quem arranja este tipo de música. Para mim, e para o Miguel, que somos os dois compositores, mudou tudo. Temos um som mais rico, instrumentalmente mais de acordo com as nossas capacidades e muito à imagem do que se faz lá fora. É uma sonoridade mais desenvolvida, já existe um certo tipo de guitarra e de bateria. É mais definida.

Em termos das letras?

DF: Nós no pintarolas queríamos criar um projecto com muito humor, provocar uma surpresa, uma gargalhada nas pessoas. Agora não temos essa preocupação. Gostamos de brincar com o português, de o trabalhar. É uma música mais identificativa da nossa personalidade, nem sempre falamos a brincar, não temos vontade disso. Muito sinceramente, não há regras! (risos). Basicamente é isso, não temos uma preocupação humorística.

Do que eu ouvi, há a introdução de duas vozes femininas. É para manter no projecto amor terror, ou só para este álbum?

DF: O que nos pretendemos demonstrar com as nossas convidadas é que a maior parte da música com maior qualidade em Portugal, ainda não chegou ao público. Os cantores, músicos mais interessantes e as pessoas com mais visão ainda são desconhecidos das grandes audiências. Assim, em vez de convidar músicos mais conhecidos, que já o podíamos ter feito, fomos buscar duas pessoas completamente anónimas com grande talento e vozes especiais.

O que tinham as vozes delas tão especial para incluírem no álbum?

DF: Lá está! São pessoas que vêem a música de forma diferente. A música pela música. A Maria Margarida Rodrigues tem 16 anos, um enorme potencial e também compõem. A Ana Sofia Antunes, já foi premiada internacionalmente, mas nunca teve esse reconhecimento em Portugal. Eu tenho a noção de que os maiores talentos nacionais ainda não são do conhecimento do público. Existe algum tipo de rolha, esquema e sistema que impede que essas pessoas sejam reconhecidas.

Achas que o problema passa pelas editoras, ou é porque as rádios não passam música portuguesa, o que é que falha?

DF: Quando dou entrevistas essa questão vêm sempre à baila. Eu respondo da mesma maneira. A culpa é de todos. E quando digo todos, é desde as bandas, dos projectos, artistas, compositores até ao público. Não podemos comparar a cultura musical de um americano médio com a de um português. Qualquer deles é um doutor comparado connosco, para mim. Existem países onde o papel da música na cultura é muito vincado. É mesmo um traço da sua identidade nacional. As pessoas são músicos, porque os pais o foram, os avós o eram e fazem-no naturalmente. Somos um país atrasado e limitado nesse aspecto.

Será derivado a um certo culto pela música anglo-saxónica?

DF: A música anglo-saxónica engloba a americana e inglesa. Eu acho o contrário, defendo que temos um culto pela música inglesa. Há projectos que furam vindos dos EUA, são sazonais, como tem uma grande máquina promocional por detrás ficam durante algum tempo. Mas, em termos reais do que o publico ouve, vê e sente a influência inglesa é muito maior nas bandas portuguesas. É pena, o público não ter essa noção.

Porque o nome amor terror?

DF: A ideia não é nossa, é de um amigo. Ele queria formar uma banda, eu sempre dizia que se ia chamar amor terror, mas como ele nunca fez nada, eu fiquei com a ideia e com o nome, porque nos define enquanto pessoas e como som. Não sabíamos que havia tantas bandas com o nome amor. De um momento para outro começaram a surgir grupos com essa dicotomia. É uma questão de identificação, com a sonoridade e com as nossas personalidades.

Mas, vocês são terríficos é isso?

DF: Não, (risos) é para explicar a bipolaridade da banda. Os sentimentos que nos definem como seres humanos. Ou estamos tristes, ou alegres. Apaixonados, ou deprimidos. É uma maneira de brincar com a vida, com os altos e baixos. Aqueles clichés todos, de palavras que rimam.

Tem já um nome provisório para o álbum?

DF: Está a ser a coisa mais difícil de fazer. Porque ninguém quer errar no nome do primeiro filho. Ninguém quer meter o pé na argola, já. As primeiras coisas são sempre as mais difíceis de obter, no meu ponto de vista. A primeira frase da canção, as primeiras notas e daí o primeiro nome do álbum também.

O lançamento mantém-se para Abril do próximo ano?

DF: Não sabemos, se calhar vai ser antes. O problema são as editoras e o espaço que elas têm para os colocarem o nosso álbum num mercado que tão pequeno, como é o caso português. Tem de ser espaçado, bem calendarizado. Apesar de não termos editora, estamos em conversações com duas ou três, ainda não encontrámos a baliza temporal para o fazer. Existem muitas sugestões. Hoje em dia o mundo musical é muito diferente, é difícil colocar um projecto no mercado, os suportes também são diferentes. A distribuição é difícil, porque as pessoas não compram o CD. No próximo ano muito menos, vai ser complicado. Mas, nós de uma maneira ou outra, com ou sem editora, vamos fazer chegar a nossa música as pessoas.

http://vimeo.com/29340619

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