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Os originais

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Uma produtora nacional rockstarmagic criou um concurso que visa dar a conhecer os novos talentos musicais que existem por esse país fora. Ao princípio a ideia era pequenina, mas cresceu à medida que iam recebendo cada vez mais candidaturas. Uma aposta que a organização considera ganha, devido à qualidade dos grupos musicais que actuaram ao vivo e para o ano prometem mais.

O que esteve por detrás da criação deste festival de música?

Fernando Pinto: O objectivo é encontrar novos projectos musicais e ter uma carteira de artistas mais interessante, porque as dificuldades para os músicos em Portugal todos conhecemos, temos bons artistas mas, há poucas oportunidades para mostrarem as suas ideias e o seu trabalho. Foi uma ideia que surgiu em conversa com o Nelson Fontes, que também faz parte da organização. Inicialmente pensámos num evento mais pequeno, mas recebemos tantas propostas musicais que tivemos de reequacionar tudo, porque não é concurso especificamente para bandas, mas sim para todo o tipo de grupos musicais.

Como é que fazem a seleção dos grupos? Criaram várias categorias e as bandas, ou grupos, ou solos e eles inscreviam-se nas respetivas áreas?

FP: Não. Aceitámos as candidaturas, ouvimos a música e depois fazemos uma pré-selecção com um júri que é constituído por vários músicos. O projecto tem de ser interessante, ter algo diferente, não basta ter o estilo a, b ou c. É subjectivo, cada um de nós tem o seu gosto. Depois chegámos a um consenso e desses 10 candidatos, achámos que seis ou sete reúnem boas condições para continuar. Não distinguimos estilos musicais.

Então numa primeira fase quantas candidaturas receberam?

FP: Na primeira fase tivemos 104 candidaturas. Dessas selecionámos apenas 64 candidatos, porque permitia que actuassem mediante a agenda que estabelecemos e as eliminatórias que estavam programadas, até chegar aos três primeiros prémios, se assim lhes podemos chamar.

Mas, ouvem todos os candidatos, ou tem de actuar em palco?

FP: Ouvimos todos e não fomos rigorosos em relação as gravações, ou seja, podiam ser pouco profissionais, até podiam ser vídeos amadores. Temos que usar a fantasia para imaginar como seria essa gravação se fosse profissional. Eles enviavam-nos inicialmente três temas e em palco tocavam mais dois numa segunda fase, num total de cinco e a partir desse actuação foram avaliados ao vivo. As duas últimas canções que apresentaram eram desconhecidas e assim temos uma certa surpresa. São doze dias de concertos ao vivo. O público também participa dessa avaliação, para além do júri que é constituído pela organização e por um conjunto de músicos e patrocinadores.

O público que assiste à apresentação destes 64 projetos musicais como é que interage?

FP: É de forma simples. As pessoas têm um bilhete de entrada, com um preço simbólico, onde escrevem qual foi o seu favorito num espaço de votação criado para o efeito. Os votos são então contabilizados, mas também podem faze-lo através do facebook depois de ver a actuação, clicam em gosto na fotografia da banda.

Após a segunda eliminatória quantas bandas seguem em frente?

FP: Dessa segunda fase seguem apenas cinco grupos, desses escolhemos no máximo três, porque não dava para incluir mais. A banda vencedora poderá gravar um EP com cinco temas e um vídeo clip profissional, realizado pelo B estúdios, que é uma produtora audiovisual.

Fala-me um pouco das candidaturas, limitaram-se as zonas limítrofes de Torres Vedras?

FP: Não, aceitámos candidaturas de todo o país. Alguns fizeram até mil quilómetros de ida e volta para actuar no nosso palco. Tivemos uma banda de Valença do Minho que passou para a segunda fase do concurso. Ouvimos e vimos projectos musicais, não só são bandas, houve duetos, ou artistas a solo que também participaram. Gente das mais diversas vertentes musicais misturadas. É mais uma festa de música, do que um concurso de bandas que não seria o termo correto para este evento. É um festival de originais, porque os temas são eles que escrevem.

Este concurso foi apresentado em Vila Facaia, em Torres Vedras, porque escolhestes esta localidade?

FP: São pessoas muito simpáticas e que acolheram a ideia desde o início com entusiasmo. Depois temos um espaço privilegiado, há um sentimento de família, nós queríamos que fosse uma festa para todos e não apenas uma competição musical. Por outro lado, tivemos boas experiências nos concertos que realizámos cá fora do âmbito do concurso.

A escolha do local, fora dos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, foi propositada?

FP: É assim, nós sabemos das dificuldades que existem para os jovens músicos, nas cidades. Se fossemos para Lisboa as exigências eram outras, é necessário licenças para tudo e mais alguma coisa, não há grandes apoios, porque os que existem é para os eventos de maior calibre, com nomes sonantes, pelo menos é a experiência que temos. Aqui, as pessoas estão dispostas a apoiar desconhecidos no fundo, pessoas que estão a começar, com uma vantagem, de que é mais familiar, mais sossegado, pode-se tocar por mais tempo, sem estar a pensar no barulho. É uma associação que acolhe a nossa iniciativa de outra forma. No início fizemos umas das eliminatórias numa discoteca, o ano passado, mas a acústica não era adequada, o palco aqui tem outras características e daí também a escolha.

Depois desta adesão massiva, há condições para uma segunda edição?

FP: Esperamos que sim, gostaríamos de estabelecer um concurso que promove ao longo prazo a música nacional.

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