O que sentem quando o público canta as vossas músicas nos concertos?
É o reconhecimento da forma ortodoxa como chegamos a eles. Para além dos singles que tocaram nas rádios, houve uma massa de canções muito densa em sincronização com novelas de TV. No 1º disco quase todas as canções estiveram presentes nestas séries, e no segundo disco, logo ao lançamento, para além de um genérico com o Intervalo, vimos 3 dos singles do disco fazerem parte de uma novela de sucesso. Esta foi uma forma rápida e eficaz de fazer com que as pessoas se familiarizassem com muitas canções e conhecessem as letras e as cantassem, de trás para a frente, ao vivo.
Sentem como músicos portugueses ainda uma certa discriminação nas rádios, ou nos meios de difusão de música que são preteridos em relação a música anglo-saxónica?
Muito pelo contrário. Depois de termos assolado todos os Tops, sem qualquer pretensão nesta afirmação, sentimos que somos acarinhados e que os meios anseiam por música deste colectivo. É um balão de oxigénio ter um tema muito desejado pelo público, permite-nos garantir o nosso espaço e não ter que "convencer" os radialistas e playlisters a darem-nos uma oportunidade.
Por serem uma banda do Norte, foi mais difícil de editar o primeiro álbum, já que os centros de decisão estão concentrados na capital?
Até foi muito fácil. Quando nos predispusemos a apresentar o trabalho a editoras já tinhamos tudo feito, o disco, as fotos, o conceito, o website, o dueto... tudo! Quando chegamos às mesmas foi ao contrário, estas estavam ávidas de ficar com o produto, e coube-nos a nós fazer a gestão das melhores propostas. Acho que muito e cada vez mais as bandas, os artistas, os projectos têm de ser self-made. A Indústria mudou muito, há que ter esta
consciência!
Como vêem o panorama musical em Portugal? E no Norte?
É muito suigeneris. É preciso conhecer os meandros, o modus operandis e saber quando o melhor timing e produto para injectar no mercado. Penso que poderá ser fácil se este estudo tiver sido bem feito, e difícil se for por tentativas e ao acaso, como nos "tiros-aos-pardais".
Para quando um terceiro álbum? Pelo que sei já esta a ser gravado, o que podemos esperar dele?
O nosso 3º disco (3D), como o próprio nome indica terá todas as inerências das 3 dimensões, as fotos, os videos, o encarte, o merchandising, o site, etc, através de um par de óculos anaglíficos fornecidos na compra do disco quando este chegar aos escaparates. O próprio produto trará um DVD por causa dos elementos multimédia nas mesmas circunstâncias, mas também porque este suporte trará os temas do álbum em mistura surround 5.1 para lhe conferir toda a espacialidade do conceito. Estamos em fase de arranjo das novas canções, deveremos concluir o processo de gravação em Agosto do corrente ano. Acho que, pelo factor novidade, dará muito que falar. A banda está a 100% dedicada em fazer deste o melhor trabalho de sempre.
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