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Os transformadores de sons

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A Deolinda é um grupo de musical que rompeu com as fronteiras que separam a música popular portuguesa e o fado. As canções são um reflexo de várias influências musicais e o próximo álbum promete algo de novo, fruto das deambulações da banda pelo mundo.

O som dos deolinda é associado ao fado, uma vertente musical que ficou mais patente no vosso segundo trabalho “dois selos e um carimbo”, estão já a pensar num terceiro álbum?

Ana Bacalhau: Sim estamos já a concretiza-lo. Temos canções novas e esperámos entrar em estúdio no final do ano e lançar o novo trabalho no próximo ano.

Em termos musicais em que este terceiro álbum vai diferir dos restantes?

AB: Bom, em primeiro lugar vai ter quilómetros e quilómetros de estrada à mais. Somos uma banda diferente do que quando gravámos o primeiro e o segundo álbum também. Essas diferenças vão-se reflectindo na música, já visitámos imensos países e com certeza a influência dessas viagens vai estar patente. Neste terceiro trabalho queremos experimentar novos formatos de canção, queremos brincar mais, com certeza vai ser Deolinda, mas um novo trabalho.

Quando falam em influências vão também beber a outros estilos musicais?

José Pedro Leitão: Tudo o que nos rodeia acaba por interferir na escrita do Pedro e qualquer influência é bem-vinda.

Pedro da Silva Martins: O facto de termos contactado com outras realidades musicais e só para dar um exemplo, o Luís mandou fazer um instrumento de cá, da Madeira que é o machete e portanto há essa procura de buscar novas sonoridades, novos instrumentos e ideias. Tudo isso traz cargas novas para aquilo que somos nós agora neste momento e quando gravarmos outros discos seremos pessoas diferentes já com outra maturidade e outra experiência.

Este novo trabalho vai ter mais cantos de revolta ou não, desde o “que parva que eu sou”, tornou-se quase um hino de Portugal?

JPL: Acho que isso faz parte da nossa maneira de ser, dos quatro, e muito antes do “que parva que eu sou”, já o primeiro disco tinha essa carga e vamos continuar.

AB: E infelizmente há muitos motivos que nos levam a falar.

 

 

Quantas faixas terá o álbum?

JPL: Ainda não sabemos, estamos a fazer escutas, achámos que há um caminho para um disco, mas ainda não decidimos.

AB: Vamos gravar, vamos ouvir e depois escolhemos o alinhamento e finalmente o título.

Como definiriam este novo álbum?

Luís Martins: É novo, estamos a testar muitas palavras.

Agora falando do vosso trabalho musical propriamente dito, os puristas do fado não se incomodam com a forma como deturpam este tipo de sonoridade?

JPL: Mais do que deturpar nós acabámos por olhar todas as influências e dar um bocadinho do que ouvimos.

Luís Martins: Desculpa zé, acho que compreendem que o que fazemos não é fado, porque não viemos desse meio, a Ana não é fadista, não tocámos a guitarra portuguesa, não somos um conjunto de fado. Percebem que é uma proposta diferente que faz algumas leituras dessa vertente musical. Pode não acontecer muito em Portugal, mas nos EUA acontece muito com os blues, há muitas influências do rock e até vão buscar o jazz. Acho que as nossas canções são leituras saudáveis, que vão buscar ideias e tentar apropriar-se da fonte e isso é diferente.

Continuam a ter um feedback da canção “que parva que eu sou”, devido a sua actualidade?

JPL: Temos notado não só em Portugal como no estrangeiro que essa canção é abordada quando se fala do país e da sua situação actual. Há muitos jornalistas estrangeiros que se lembram do “que parva que eu sou” e falam connosco, querem saber a nossa opinião e sentimos que isso ainda não parou infelizmente. Se esse foco deixa-se de acontecer é porque as coisas tinham mudado e a música deixava de fazer sentido, nesse aspecto acho que continuámos a estar presentes.

AB: Um dos exemplos deste fenómeno é que na digressão de três semanas pelos EUA, depois de um dos concertos fomos convidados por uma universidade para falar com os estudantes norte-americanos que queriam falar sobre a canção, tudo o que a motivou, a crise e a austeridade, portanto eu acho que tem sido muito interessante ver que o tema e os motivos de descontentamento patentes nela tem viajado muito para fora.

http://www.deolinda.com.pt/

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