São uma banda madeirense com um repertório musical surpreendente e alternativo. São um grupo de músicos com uma visão musical inusitada e desconcertante ao mesmo tempo. Venha daí conhece-los.
Os punk d’amour são uma banda com influências tradicionais que se fundem com letras irónicas, audazes e divertidas que nos remetem para uma certa musicalidade de intervenção, um som que nos faz recordar Zeca Afonso. É um conceito musical alternativo e original ao mesmo tempo. Uma dualidade que segundo, o vocalista, Filipe Ferraz, está subjacente no próprio nome da banda, “punk é o humor, a parte agressiva, a parte rebelde, indignada e o amor é o outro lado. É a dicotomia que todos temos”.
As melodias resultam, como afirma, “da influência de sonoridades tradicionais. São a completa culpa do Rui Camacho, porque começámos a ensaiar na sede dos Xarabanda e de repente tínhamos uma série de instrumentos tradicionais à nossa disposição. Ele mostrou-nos o peso, as suas capacidades sonoras e a própria história do instrumento. De repente começou a fazer sentido estarmos ali e fazer parte de uma tradição que é madeirense que pretende ser cada vez mais universal, mas ao mesmo tempo ambiciona prestar uma homenagem as raízes”.
As letras, reflectem o lado mais ousado e mordaz desta banda madeirense, tem um quê de louco e agreste e ao mesmo contam histórias mirabolantes, através da belíssima voz da Mariana Camacho acompanhada apenas da repercussão, como sublinha o músico, “é a nossa visão, é a nossa forma de ver com ironia o mundo que nos rodeia. Vivemos melhor se falámos sobre os problemas, acho mesmo que é mais saudável”. Um desses exemplos é o tema poliglota, “é uma melodia que está inacabada, o conceito da música é: o que está neste momento todo o mundo a dizer. Se conseguíssemos seleccionar uma frase de cada um deles, o que dava no conjunto”.
A banda tem 11 músicas que esperam que cheguem a ser um disco, “vivemos entre Lisboa, Madeira e Porto. Estamos a gravar separadamente as melodias, cada um grava a sua parte e depois juntámos. Não é possível gravar um disco desta forma, mas a maquette sim”. Quanto aos concertos ao vivo, embora sejam uma excelente experiencia, Filipe Ferraz sublinha, “não dou muita importância aos palcos maiores, para esse tipo de espectáculos espera-se pura energia e os nossos concertos são mais íntimos. A dinâmica do grupo perde-se”.