É um o único programa ao nível nacional que se debruça apenas na temática do cinema.
Começo por dizer que este formato televisivo, emitido pela RTP 2, tem muitas rubricas, a meu ver, interessantes que se debruçam sobre a temática cinema num sentido mais lato da palavra. Gosto também da abordagem que se faz ao cinema português e europeu, mas não consigo entender como é que alguém como o Mário Augusto continua a defender a ideia que se devem colocar perguntas muito simples aos actores. Tudo bem, que o tempo é escasso nessas romarias jornalísticas, fruto da imposições de tempo das produtoras e limitadas pelas chuva de pedidos dos diversos meios de comunicação espalhados pelo mundo, mas isso não explica tudo. Quem gosta verdadeiramente de cinema, não questiona consecutivamente, o que foi mais difícil neste papel? Ou qual foi o maior desafio da personagem, que no fundo vai dar ao mesmo. Questionámos no sentido de acrescentar algo que o espectador desconhece e pretende saber, mesmo que isso “incomode” um pouco as vedetas ou talvez não. Vou dar um exemplo, a muitos anos atrás o Júlio Isidro, um dos melhores apresentadores da televisão pública, tinha um programa de variedades (do qual não me recordo o nome) e entrevistou um dos monstros sagrados do cinema americano, Dustin Hoffman, o resultado foi tão hilariante que ainda relembro esse momento, porque mostrou um lado da vedeta do cinema, mais humano e divertido, que incluiu no final uma comparação ao tamanho dos narizes de ambos. Porquê tal aconteceu? Graças às perguntas descontraídas e inusitadas do entrevistador, que acima de tudo não se resignou ao básico. É claro, que nem todas as entrevistas correm assim tão bem, depende muitas das vezes do interlocutor, mas na mesma espera-se um pouco mais de criatividade de um profissional com tantos anos de experiência. Contudo, no geral o programa é muito bom.