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Bons sons'19 com mais música e actividades paralelas

Written by  Helena César fts direitos reservados

© Isabel Saraiva

O BONS SONS está de volta, de 8 a 11 de agosto, em Cem Soldos, uma aldeia em manifesto. Quatro dias, dois novos palcos 10 palcos ao todo, e mais de cinquenta concertos, num recinto mais alargado. Há mais aldeia e menos pessoas, tendo a lotação diminuído de 40 mil para 35 mil pessoas, nesta edição comemorativa dos 13 anos e das 10 edições.

A comemoração dos 13 anos e das 10 edições materializa-se de várias formas. Após a apresentação do manifesto com 10 pontos que definem a missão e a realidade da aldeia de Cem Soldos e do festival BONS SONS, em agosto, esta efeméride é assinalada, com três momentos especiais: concerto de abertura, 13 bandas a comemorar 13 anos e 10 edições e festa de encerramento.

No concerto de abertura, a Orquestra Filarmónica Gafanhense irá compor e interpretar 10 temas, um por cada edição do BONS SONS, sendo escolhido um tema de um músico ou de uma banda de cada edição.

A comemoração é realizada também com a atuação de 13 bandas que já estiveram no BONS SONS e fazem parte da história do festival. Uma banda e seis duplas, que se juntam e realizam seis concertos especiais, divididos por três palcos. Especificamente para esta edição comemorativa do BONS SONS, 12 bandas juntaram-se em duplas, algumas pela primeira vez, e vão dar concertos em conjunto, incluindo a apresentação de algumas composições inéditas.

13 BANDAS A CELEBRAR
OS 13 ANOS DAS 10 EDIÇÕES
Diabo na Cruz
First Breath After Coma + Noiserv
Glockenwise + JP Simões
Joana Espadinha + Benjamim
Lodo + Peixe
Sensible Soccers + Tiago Sami Pereira
Sopa de Pedra + Joana Gama
E como até ao último momento, o espírito é de comemoração, o festival encerra com uma festa cheia de surpresas e convidados, com curadoria de Moullinex.

Para além destes 15 nomes, o BONS SONS 2019 apresenta Tiago Bettencourt, Júlio Pereira, Luísa Sobral, Helder Moutinho, Budda Power Blues & Maria João, Dino D'Santiago, Pop'Dell Arte, X-Wife, Três Tristes Tigres, Stereossauro, DJ Ride, Fogo Fogo, Scúru Fitchádu, Paraguaii, Baleia Baleia Baleia, Tape Junk, Miramar, Pedro Mafama, Senza, Afonso Cabral, Ricardo Toscano e João Paulo Esteves da Silva, Raquel Ralha & Pedro Renato, Jorge da Rocha, Mano a Mano, Sallim, Galo Cant'Às Duas, Tiago Francisquinho, Gator, The Alligator, Cosmic Mass, Francisco Sale, Rui Souza, Valente Maio, Ricardo Leitão Pedro, DJ Narciso, DJ João Melgueira, Carlos Batista, Vénus Matina, Mil Folhas, Telma, Cal, Adélia, Pequenas Espigas e Vozes Tradicionais Femininas.

No âmbito da parceria de programação entre o BONS SONS e o Festival Materiais Diversos e o Curtas em Flagrante, o Auditório Agostinho da Silva recebe os espetáculos Coexistimos, de Inês Campos, Danza Ricercata, de Tânia Carvalho, Nem a Própria Ruína, de Francisco Pinho, João Dinis Pinho e Dinis Santos e uma seleção de curtas-metragens a anunciar em breve. Ainda no âmbito da programação do auditório, foi estabelecida uma nova parceria entre o festival e o Fumaça, um projeto de jornalismo independente, progressista e dissidente, responsável pela organização de alguns debates e conversas durante o festival.

NOVOS PALCOS

Estes concertos dividem-se em três palcos: Lopes-Graça, Zeca Afonso e num novo palco: Palco António Variações. Este palco situa-se no local do antigo Palco Eira e é uma homenagem ao cantor e compositor português que marcou a década de 1980 em Portugal. Apesar de curta, a sua discografia foi marcante e continua a influenciar os músicos e a música portuguesa até hoje. Irreverência, excentricidade e muito talento na criação de um estilo aculturado. Aqui podemos encontrar projetos que gravitam entre o pop rock, as sonoridades mais eletrónicas, até ao punk.

A outra novidade em termos de palcos é o lagar de Cem Soldos, novo local dedicado à programação da Música Portuguesa a Gostar Dela Própria (MPAGDP), que deixa a igreja de São Sebastião, que, este ano, passa a chamar-se Palco Carlos Paredes e irá receber atuações instrumentais, contemplativas e virtuosas de músicos exímios que reinventam a forma de tocar certos tipos de música ou certos instrumentos, nomeadamente violas de arco, guitarras, alaúde ou sonoridades electrónicas desenhadas especificamente para a acústica especial de igrejas.

Há também algumas novidades em termos dos palcos existentes: o Palco Zeca Afonso é também um palco para gente sentada, um local para ver concertos de uma forma mais descontraída, tirando partido do cenário envolvente.

O Palco Amália volta a ter concertos apenas à tarde e passa a ser um palco com quatro frentes, proporcionando uma proximidade incrível entre artistas e o público.

O alinhamento pode ser consultado em http://www.bonssons.com

 

BONS SONS APRESENTA PROGRAMAÇÃO PARALELA

Falta menos de um mês para a aldeia de Cem Soldos e todos os seus habitantes acolherem de braços abertos toda a música portuguesa que aí vem e os milhares de visitantes que até lá se deslocam para viver a magia do festival.

Para que isto aconteça da melhor forma, os cem-soldenses, dos mais velhos aos mais novos, preparam tudo até ao mínimo pormenor: cedem terrenos e quintais que se transformam em palcos e em restaurantes, cozinham, limpam, avós e netos do grupo de costura criativa preparam chapéus ou porta-chaves com a famosa Tixa, mascote do festival, entre outras peças artesanais que estarão à venda na loja do BONS SONS.

Neste ano de comemoração dos 13 anos e das 10 edições, há também uma novidade: os vídeos comunitários que, em parceria com a Ondamarela, estão a ser produzidos para ir de encontro aos 10 pontos do Manifesto do BONS SONS, revelando tudo o que Cem Soldos e todos os seus habitantes fazem para acolher os visitantes.

E como não podia deixar de ser, há, no BONS SONS, muitas atividades que ultrapassam o universo musical numa programação que vai desde espectáculos de dança, teatro, cinema e muito mais. Esta programação é de acesso gratuito a quem é portador de bilhete do festival (pago a partir dos 12 anos) e limitada à lotação.


© DR

DANÇA, TEATRO E PERFORMANCE
No ano em que o Festival Materiais Diversos completa dez anos, a parceria com o BONS SONS renova-se para potenciar o conhecimento e experiência das duas e formar esta simbiose entre música e artes performativas que dão origem a este programa composto por três espetáculos de dança.

Coexistimos
© Raphael Decoster
Coexistimos , de Inês Campos, é uma das propostas de espetáculos de dança este ano e trata-se de uma colagem de metáforas sobre o desafio de se ser tantos. Ser o tigre, o domador, o palhaço triste e o ataque de riso, viver vários corpos e ser a realidade dos seus sonhos. Uma experiência que aglomera dança, teatro, cinema, manipulação de objectos e artifícios variados que tentam criar uma sucessão de ilusões.

Danza Ricercata
© Tânia Carvalho
Em Danza Ricercata , de Tânia Carvalho, contrasta-se a ideia de improviso a que estamos habituados no que toca a dança com a ideia de movimentos coreografados que são exagerados ou reduzidos dependendo do que a música pede. Um piano, um compositor, uma música, uma pianista, uma coreógrafa, uma bailarina, uma dança.

Nem a Própria Ruína
© José Caldeira
Francisco Pinho, João Dinis Pinho e Dinis Santos propõem Nem a Própria Ruína , o primeiro espetáculo do trio nortenho e que tem como base o álbum de 1978 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte de José Cid. Um espetáculo que se foca na efemeridade humana, no nosso desaparecimento e nos gestos e abraços que, na ruína, são as formas de nos salvar.

Portuguesas Inesquecíveis
© Margarida Malaquias
Portuguesas Inesquecíveis , com direção de Cláudia Gaiolas e dramaturgia de Alex Cassal, é a peça que dá a conhecer duas figuras femininas importantes da nossa história. De um lado, Leonor de Almeida, a Marquesa de Alorna, que esteve 18 anos trancada num convento por um crime que não cometeu. Do outro, Carolina Beatriz Ângelo, médica, mãe, feminista, revolucionária e a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911. As interpretações são de Cláudia Gaiolas e Leonor Cabral.

Volta a Portugal em Coreto
© DR

Já Volta a Portugal em Coreto , por Tiago Madaleno, é um monumento em forma de coreto que visita várias regiões do país com o intuito de promover uma homenagem ao performer amador. Um autêntico palco para todos aqueles que sempre desejaram mostrar o seu talento, dando espaço à cultura popular e à cultura sem dono.

CINEMA, FOTOGRAFIA E VÍDEO

Curtas em Flagrante
© DR
O cinema, o vídeo e a fotografia têm mais uma vez um papel importante em Cem Soldos. No 10.º aniversário do festival itinerante Curtas em Flagrante , dá-se o seu regresso ao BONS SONS com duas sessões de cinema onde são exibidas várias curtas-metragens para abrir novos horizontes.

Dar e Receber
© Adriana Boiça Silva
A exposição de fotografia Dar e Receber , de Adriana Boiça Silva, transporta-nos através de imagens para momentos vividos desde 2010 na aldeia que, todos os anos, acolhe tantos visitantes temporários. Adriana partilha aqui o seu carinho especial por todos os habitantes que elevam aquela que é a experiência de ver concertos no festival. Uma exposição instalativa espalhada ao longo da aldeia que é, nas suas palavras “acolhedora e que está sempre pronta para receber e, acima de tudo, dar o melhor a quem a visita”.

Ao longe, vejo de perto a aldeia
© DR

Em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, Ao longe, vejo de perto a aldeia , instalação de vídeo ao longo de um percurso que convida a sair do espaço central da aldeia e a conhecer as suas redondezas. O olhar de oito jovens estudantes de Cinema sobre o quotidiano da aldeia de Cem Soldos.

PERCURSO ARTÍSTICO

Cem Soldos, por detrás do BONS SONS
© Ana Bento

Dando a conhecer o lado menos visível do festival e da aldeia, Ana Bento e Bruno Pinto convidam os visitantes a participar no percurso artístico Cem Soldos, por detrás do BONS SONS . Uma viagem por entre as pedras, os canteiros e as portas que contaminam e se deixam contaminar pelo BONS SONS para revelar as histórias escondidas por entre a História e desvendar os segredos de quem habita no local o ano inteiro.

CONVERSAS E DEBATES
O projeto de jornalismo independente Fumaça apresenta dois momentos de reflexão e crítica sobre quem somos e o que fazemos: podem as artes e a cultura ser o motor das aldeias, vilas e cidades do país que não está à beira-mar plantado?

Territórios e Interioridade
© Vera Marmelo
No sábado, 10 de agosto, Territórios e Interioridade é uma conversa em torno daquilo que é possível fora das grandes áreas metropolitanas e sobre como fortalecer a contemporaneidade no campo, com a participação de Rogério Roque Amaro (economista e professor no ISCTE) e Rui Amaro Alves (professor no Instituto Politécnico de Castelo Branco e especialista em ordenamento do território).

Artes e produção cultural
© DR
No domingo, dia 11, a conversa Artes e produção cultural conta com a participação de Elisabete Paiva (diretora do Festival Materiais Diversos) e Ana Deus (cantora – Três Tristes Tigres, Osso Vaidoso) e pretende responder às perguntas: Há uma política pública de apoio cultural? Devem os impostos subsidiar a criação artística ou o mercado encarregar-se-á disso? O que é mesmo a formação de públicos?

ATIVIDADES PARA TODA A FAMÍLIA
Como todos os anos, o BONS SONS não seria o mesmo se não oferecesse uma grande quantidade de atividades divertidas para crianças e famílias.

Música para grávidas, sessões para bebés
© Carlos Manuel Martins
Sessões de música para grávidas, sessões para bebés até aos cinco anos e oficinas musicais para crianças dos seis aos 12 anos fazem com que os vários sons da música sejam introduzidos na vida de todos bem cedo. As inscrições são limitadas à lotação.

Jogos do Helder
© Carlos Manuel Martins
Os Jogos do Helder estão de volta, com brincadeiras e um circuito refrescante pela aldeia. Jogos de inspiração medieval, para os quais o mais importante é estar cheio de energia, e que desenvolvem competências pessoais e sociais de uma forma divertida.

Ao longe, vejo de perto a aldeia
© Pedro Sadio
A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) marca presença no curral do BONS SONS para dar a conhecer o grande amigo que pode ser o Burro de Miranda, animal esse já muito pouco visto e usado em trabalhos rurais. Único ao nosso país, esta raça é dócil e dá um ótimo professor, guia e terapeuta. Não há família que não goste de conhecer este animal tão especial.

Espaço Criança
© Pedro Sadio
O BONS SONS proporciona ainda o Espaço Criança, que conta com algumas atividades diárias como jogos, trabalhos manuais, brincadeiras, ginástica, entre muitas outras. Este local tem também disponível uma zona de fraldário, um serviço de babysitting e de aluguer de auriculares infantis.

A pensar em quem privilegia ambientes tranquilos e nas famílias, este ano, o parque de campismo (de acesso gratuito aos portadores de passe geral) terá uma zona reservada que convida ao sossego e ao silêncio.

Um livro ilustrado para comemorar 10 edições de BONS SONS

"BONS SONS x 10: Uma Aldeia em Manifesto" é o livro que celebra os 13 anos e as 10 edições que o festival completa este ano e que revela muitas histórias da vida do festival. O lançamento é no dia 8 de agosto, às 15:00, dia em que começam as festividades.

Produzido em parceria com as edições Escafandro, o livro faz o percurso do festival e retrata os artistas que fizeram parte da sua história, desvendando curiosidades, momentos felizes, dramáticos e relatos inéditos sobre tudo o que lá se passou. Para isto, foram desafiados vários ilustradores para partilharem a sua visão sobre o que é o BSS'19 e os artistas que por lá passaram. As ilustrações são de Ângela Vieira, Joana Ray, Nuno Saraiva, Pedro Brito e Silvia Belli e os textos são da autoria de Rita Nabais, Nuno Matos Valente e João Neves (Edições Escafandro).

Na capa, quem dá as boas-vindas são os ilustres homenageados que dão nome aos palcos: Lopes-Graça, Giacometti, Aguardela, Amália, Zeca Afonso, Agostinho da Silva e os mais recentes António Variações e Carlos Paredes. No interior, cada edição do Bons Sons surge representada de acordo com a imagem gráfica que a marcou e todas juntas dão a conhecer o festival, a comunidade que o faz e parte da cultura portuguesa.

Resultado de um trabalho exaustivo, "BONS SONS x 10, Uma Aldeia em Manifesto" foi feito com muito amor sobre o que tem acontecido em Cem Soldos ao longo destes anos, por onde já passaram centenas de milhares de visitantes, muitos milhares de horas de trabalho e milhões de emoções.

Um livro para todos aqueles que querem recordar as memórias do festival e redescobrir os seus concertos favoritos, mas também para todos aqueles que nunca foram à aldeia e que ainda não sabem bem o que lhes espera porque nunca foram ao festival. Mergulhar neste livro é a melhor maneira de descobrir que as memórias do BSS'19 não são só feitas de música mas de atividades, jogos, conversas e um sentido de comunidade e partilha com esta aldeia que acolhe milhares de visitantes. E este livro tem esse objetivo: o de ser partilhado por adultos, crianças e famílias inteiras.

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