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Comédia Aulegrafia

Written by  Helena Marteleira fts Pedro Soares

A obra de Jorge Ferreira de Vasconcelos sobe ao palco em estreia absoluta, de 7 a 24 de Julho, no Claustro do Convento da Graça, em Lisboa, com encenação de Silvina Pereira.

A par da estreia de Comédia Aulegrafia, promove-se também um ciclo de conferências, sobre a época e a obra de Jorge Ferreira de Vasconcelos, e uma exposição sobre o autor. O Teatro Maizum é uma companhia de teatro fundada em 1982 que celebra este ano o seu 40.º aniversário com uma obra de teatro portuguesa do séc. XVI nunca levada à cena anteriormente.

Partindo do amor desgastado e ofendido pelo ciúme, que acaba por sucumbir à corrosão da intriga, Jorge Ferreira de Vasconcelos constrói, com ironia e comicidade, um enredo que associa à "morte do amor" a do próprio livre arbítrio do indivíduo, subjugado à concretização de interesses alheios. Com o país em pano de fundo, A Comédia Aulegrafia exibe dois mundos em conflito latente, um passado glorificado e um presente e futuro desconcertantes, absurdos e até perigosos. A cobiça e a corrupção são os principais recursos de ascensão social, mas são também os instrumentos que conduzem à decadência do tecido social e à desestruturação do funcionamento de Portugal de forma equitativa. Com uma impressiva riqueza linguística, em Comédia Aulegrafia a palavra é acção, esgrimida em diálogos ricos, vivos e variados, num modelo de linguagem cortesã em que se entrelaçam a literatura, o canto e a dança. 

SINOPSE

A acção da Comédia Aulegrafia, que textualmente quer dizer "escrita sobre o Paço", desenrola-se no Paço de Lisboa, tendo como pano de fundo a vida da Corte ao tempo de D. João III e da Rainha D. Catarina de Áustria.
A comédia conta a história dos amores infelizes do ciumento Grasidel de Abreu e de Filomela provocados pelas intrigas da Aulegrafia, cujo propósito é favorecer um outro concorrente.
Grasidel de Abreu não consegue recuperar o amor de Filomela após um longo interregno, e sempre debaixo do controlo e manipulação de Aulegrafia, Filomela decide-se pelo moço fidalgo Jerónimo Soares, casando em segredo com ele.


FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Encenação e dramaturgia Silvina Pereira | Assistência de Encenação Margarida Rosa Rodrigues | Interpretação Ana Sofia Santos, Bruno Vicente, Guilherme de Bastos Lima, Guilherme Filipe, Jan Gomes, João Didelet, Júlio Martín, Lita Pedreira, Mário Abel, Miguel Freire, Miguel Vasques, Sara Machado, Tiago de Almeida | Figurinos António de Oliveira Pinto | Desenho de Luz José Carlos Nascimento | Danças de época Vicente Trindade | Colaboração Musical Vítor Paiva | Comunicação Helena Marteleira | Design Gráfico Bruno Inácio | Fotografia Pedro Soares | Apoio à Produção Vera Freire | Assistência de Produção João Rodrigues | Produção Executiva Júlio Martín da Fonseca


JORGE FERREIRA DE VASCONCELOS

Nasceu na segunda ou terceira década do século XVI e é, enquanto comediógrafo, herdeiro da herança teatral greco-latina, do classicismo italianizante e da tradição peninsular, cujo maior referente é Gil Vicente.
Por acção da censura inquisitorial Jorge Ferreira de Vasconcelos viu a sua obra proibida e, com o passar do tempo, ocultada e desaparecida.
Até aos dias de hoje chegaram apenas três obras dramáticas (Comédia Eufrosina, Comédia Ulysippo e Comédia Aulegrafia) e um Livro de Cavalarias (O Memorial da Proezas da Segunda Távola Redonda).

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