Deixou os baús das nossas mães e voltou em força ao nosso armário.
Não se sabe ao certo em que século e em que país esta arte deu os seus primeiros passos, o facto é que surgiu das mãos habilíosas das nossas ancestrais tátara-avós e após muitas horas de paciência sob luzes ténues, engenho e muita criatividade, o crochet chegou até aos nossos dias, através dos baús onde as nossas mães guardavam o seu famosos dote para o casamento e aí ficaram por muito, mas mesmo muito tempo, até que… à crise e a necessidade de ter um extra para o final do mês fizeram com que as mulheres voltaram a recuperar esta tradição manual e mais a modernizaram-na aplicando-a nos acessórios, incorporando-a em peças de vestuário e marroquinária. Nunca o crochet esteve tão de moda como na actualidade e esta tendência também já chegou aos designers que já apostam em silhuetas salpicadas de cor e de pontos intrincados. Os diferentes tipos de fios também ajudam na concepção de peças com maior impacto visual, nomeadamente nos vestidos. Há já inclusive estilistas que criam colecções feitas apenas de crochet, uma moda que tem feito muito sucesso além-fronteiras, por exemplo, no Brasil. Em Portugal não se possa dizer o mesmo, já que se trata de todo um imaginário muito antiquado que ainda é latente na nossa mente feminina, destaco os famosos naperons feitos de crochet estrategicamente colocados em cima da mesa, com um vaso por cima, ou uma televisão. Lembram-se? Não foi assim há tanto tempo atrás. O facto é que esta arte manual estava ostracizada e relegada a uma obscuridade propositada até alguém se lembrar que é possível fazer peças bonitas e modernas em crochet e voilá esta de volta por quanto tempo? A moda da próxima estação o dirá.
É outra das tendências deste inverno repleto de referências de luxo.
O minimalismo está de volta. Em muitos aspectos não partiu, porque se trata de uma tendência intemporal. A silhueta é simples. A aposta é num número menor número de peças de grande qualidade nos acabamentos e no tipo dos tecidos. Os casacos são de mangas largas, o corte é justo e ajustado, a imagem é clássica e muito delicada. As tonalidades mais suaves acompanham este conceito, os caramelos aparecem em força, acompanhado dos azuis, dos lilases e dos verdes águas. A colecção de Pedro Pedro é um dos melhores exemplos desta tendência muito lady like.
A viagem no tempo e no espaço é outra das ideias para este outono-inverno. É o passado e o presente que se misturam. Vale tudo. Os estampados aparecem em tecidos mais inovadores, com cortes mais ou menos ousados. Há uma mestiçagem em termos de peças que se sobrepõem em diferentes estilos, casacos largos com calças finas ou mais soltas e vestidos com leggins. As cores são electrizantes, tons terrosos, azuis e laranjas. Um dos bons exemplos desse novo estar na moda é a colecção de Ricardo Dourado, muito moderna, muito na onda.
É uma das tendências que nunca fica fora de moda.
Nada é mais sinónimo do que o outono-inverno do que as malhas. São quentinhas, versáteis, coloridas, fofas, possuem todo o tipo de modelos que alegram os dias mais frios e emitem uma sensação de bem-estar constante. Na próxima estação 2012/13 uma das tendências mais marcante dos desfiles da moda portuguesa foi o “bohemian chic”, com coordenados que resultam de influências culturais, misturadas em padrões e cores que nos remetem para as etnias das estepes, mas numa vertente mais citadina e sofisticada. Os tricotados são aparentemente artesanais, com efeitos de relevo, reflectindo tonalidades quentes e invernosas, como sejam os opalas, mostarda, rosa forte, tangerina e ametista. Uma das colecções que mais evidenciou esta tendência foi da estilista Susana Bettencourt com as suas malhas hiperfemininas e muito elaboradas.
É uma das bandas rock com maior projecção ao nível nacional, que mostra o seu melhor numa colectânea.
A música dos “sexto sentido” vai ao encontro de uma sonoridade muito própria dos anos oitenta, das grandes bandas rock, como os “whitesnake”, os “queen” e os aerosmith, que influenciaram os membros desta banda portuguesa. As canções são um reflexo desse estilo, cujo epiteto é o tema “contigo”. É o cartão-de-visita desta banda rock sem sombra de dúvida, mas não é o único. “Toda a noite” é também uma grande canção, bem ao estilo roqueiro, na voz inconfundível de Paulo Martins. “Haja o que houver” é um dos temas energéticos deste álbum recheado de grandes clássicos. As baladas, como não poderia deixar de ser são um dos pontos fortes desta colectânea , “como eu penso em ti”, o mesmo conhecido “chuva” e o dueto com a cantora Rita Guerra, “só tu” completam este triunvirato de temas que apelam ao coração dos muitos fans. “Depois de ti” é talvez uma das canções menos conhecidas dos “sexto sentido”, uma ode aos amores perdidos, mais uma, porque as canções de amor nunca são demais. Termino com o “o que olhos não vêem” mais é a banda que deu por terminada a sua carreira profissional, infelizmente. No entanto, fica para a posterioridade este álbum em jeito de homenagem ao fans que mostra um percurso musical de muita qualidade. Bem haja, sexto sentido.
É o segundo trabalho dos Naifa, depois da surpresa de mundos subterrâneos.
Dizer que se trata de um disco de fado é um termo muito redutor para o tipo de música que os Naifa compõem. É um subgénero, dentro do género, que mistura vários conceitos musicais num só trabalho. Não é uma sonoridade linear, há diversas tonalidades encarceradas num só tema, é uma fusão de identidades, esta é a forma melhor que encontrei para definir este álbum. O tema “a verdade apanha-se enganos” , “señoritas” são alguns exemplos desses temas desconcertantes. Até as letras não seguem o rumo anunciado, parecem perdidos num compasso rítmico frenético, ecoam aparentemente entrecortados pelos solos instrumentais. É um disco de contrastes. Há de tudo um pouco e quase para todos os gostos, embora não seja para todo o tipo de públicos. Os “naifas” são um grupo direcionado para uma minoria. Não sei se foi esse o propósito, mas o facto é que a música que fazem, uma intersecção entre guitarras portuguesa e pop electrónica, não é apelativa para todo, ou qualquer tipo de ouvinte. Torna-se viciante para quem gosta de os ouvir, graças também a vocalista, Mitó, que agarra os nossos sentidos, com a sua voz riscada, rouca, cheia de sentimento. São interpretações fortes, magnéticas e que fazem todo o sentido, tendo em conta a música que fazem. Honestamente não é um subgénero que aprecie, mas reconheço-lhe o ímpeto que serem diferentes num panorama musical, como é o fado, onde a “transgressão” do tradicional não é vista com bons olhos.
É um álbum feito de cumplicidades e amizades que cantam Sérgio Godinho.
Falar da música de Sérgio Godinho é o mesmo que falar de Portugal. Ele é cantautor do quotidiano comezinho, com as suas vivências, as suas fragilidades e as suas estranhezas. É também uma das vozes de Abril, das guerras camufladas e de uma juventude que respirava os primeiros sopros de liberdade, audível no dueto com outro companheiro de luta e amigo, José Mário Branco, em “que força é essa” e num registo mais recente a “balada da Rita” com David Fonseca. Este é também um álbum de afectos, que o próprio, define, como algo que faz “com o mais imenso prazer” e não porque “sou obrigado ao obrigado que vos devo”. Ainda bem. Tendo isso em mente, convidou uma série de músicos, cantores e instrumentistas, que generosamente e humildemente deram o seu cunho pessoal as suas canções. “Fotos de fogo” é cantado a duas vozes, o novo e velho fado encontram-se nas magníficas interpretações de Carlos do Carmo e Camané e claro, Sérgio Godinho. “Mudemos de assunto” com o incontornável Jorge Palma, “as tantas aos poucos foi percebendo, as tantas foi trauteando, as tantas foram conseguindo… uma outra narrativa”. E para animar os espíritos mais soturnos e perdidos em contemplações metafisicas, ouçam “dancemos no mundo”, com os clã. Seguindo o sendeiro de vozes femininas, recordo “a inesquecível” pelo seu registo vocal muito particular, a Teresa Salgueiro, que interpreta, o tema “ pode alguém ser que não é”. Finalizo com outro dueto de amigos de estrada, em “Barnabé”, com Vitorino, “quem vai ganhar vai vencer, mesmo que as esperanças sejam poucas”, o que tem o Sérgio que é diferente dos outros?
É um evento musical low cost que irá decorrer entre os dias 16,17 e 18 de Setembro, em Braga.
O Festival de Música Independente 2012 é um contraponto aos grandes eventos musicais que ocorrem ao longo do verão, aliado a um certo sentido de humor muito português! As iniciais dizem tudo. É uma ideia irreverente que visa potenciar a participação de um público mais jovem, com menor poder de compra e que não tem acesso aos grandes centros urbanos. A localização é estratégica, a escola Sá de Miranda, situada no centro da cidade, fica próxima de paragens de autocarros, áreas de estacionamento e pousadas. Outro dos pontos fortes, para além do preço do bilhete por dia, dois euros, é a concentração de vários estilos musicais e uma grande multidisciplinaridade de sons que permitem um leque variado de escolhas, o que não implica segundo a organização, “uma falta de qualidade, muito pelo contrário”. Assim, pelo FMI’12 vão passar bandas como os lisboetas “B Fachada” e “Noiserv”, o “one man band” português, os bracarenses “Smix Smox Smux”, os portuenses “O Bisonte” e “Salto”.Além das bandas nacionais, o festival conta com bandas internacionais como os espanhóis “The Coras”, ou, a solo, a canadiana “Kathryn Calder” e o luxemburguês “Sun Glitters”. Um dos objetivos do FMI é também, divulgar bandas independentes, que não têm ligação a editoras, ao todo vão actuar 42 bandas de todo o país e não só, espalhadas pelos dois palcos construidos no recinto. O festival terá ainda duas “after-parties” e uma feira de artesanato, estando este projecto inserido na fase de preparação para a Capital Europeia da Juventude, Braga 2012.
É uma das tendências para o outono-inverno de 2013.
É sexy. É sedutora. É descarada. É paixão. A grande maioria das mulheres não ousam vesti-lo, em particular as portuguesas, com excepção das madeirenses que gostam de usar cores muito vivas, mas é indiscutível que ninguém fica indiferente a um simples vestido …vermelho. Adivinhou? Claro! É a cor do momento e cuja simbologia não se fica por aqui, sabia que durante a segunda guerra mundial o batom mais vendido nos EUA era o dessa cor? As mulheres achavam que ao usar este tom transmitiam a ideia de saúde e atraiam mais o olhar dos homens. Era até usado na antiguidade para proteger as crianças de potenciais males. Tais crenças de certa forma desapareceram da nossa sociedade, mas a força vital desta cor invadiu este ano as passarelas em diversas tonalidades e em vários tipos de materiais que não vão deixar ninguém indiferente. Diz-se até que o vermelho é o novo preto desta estação e esta em todo o lado. As roupas luxuosas com inspiração oriental integram esta temática, assim como os coordenados mais minimalistas inspirados nos anos sessenta. São pequenos apontamentos, nem demasiado, nem muito pouco, digamos que é q.b. A combinação preto e vermelho é outro must desta estação e esta presente quer nos tecidos, quer nos acessórios. Aí os padrões são coordenados em função do vermelho, isto sem esquecer os vestidos em tecidos muito ricos em termos de texturas, aliás a colecção da Fátima Lopes é um dos perfeitos exemplos da aplicação desta cor tendência que foi transversal em quase todos os seus coordenados. Não tenha medo, use e abuse do vermelho, vai ver que não doí nada e o mundo agradece.
São algumas das peças de vestuário que devem ser evitadas a todo o custo.
A moda, como em tudo na vida, também comete erros. Há peças de vestuário que deviam pura e simplesmente ser banidas do vestuário de uma mulher e exemplos não faltam por aí. Vamos abordar a saia balão, pode julgar-se que fica bem em algumas pessoas, lamento dize-lo, mas não. É uma peça de vestuário que anatomicamente transforma a cintura de uma mulher num balão de São João, daí o nome e deve ser evitada a todo custo. Outro exemplo, vindo de Marrocos são as calças saruel, podem até ser comodas, mas todo aquele tecido descaído dá a impressão de alguém que sofre de incontinência urinária e precisa de esconde-lo e mais, faz as mulheres mais gordas. Este tipo de peça pode até ter invadido algumas passarelas mundiais, mas ninguém as vê fora delas, ou melhor, nunca as vi nos ícones da moda. Vamos recuar agora no tempo, aos anos oitenta e aos chumaços. Podem até ter ressuscitado do mundo dos mortos, mas a verdade é só uma, parecem poufs para os ombros. Destroem, a meu ver, a estrutura de um casaco, os nossos olhos acabam vagueando para esses dois pontos e esquece-mos quase o resto. Mesmo tratando-se da Madonna. Gosto de peças de roupa que fluam pelas curvas naturais do corpo feminino, mesmo os vestidos mais estructurados seguem essa dinâmica, bem sei que também realçam as gordurinha indesejadas, mas quanto a isso há um sem fim de soluções, como por exemplo, o drapeado, que resulta e ficam sempre bem. A gola Peter Pan deve ser usada com moderação, o mesmo se pode dizer das mini saias de ganga. São peças que ficam bem nas mulheres mais jovens e funcionam, refresca ainda mais os seus looks ultra femininos, mas convenhamos para as restantes mortais torna-se ridículo. O essencial é a moderação, vestir o que é adequado consoante a nossa idade e não resvalar nos ditos excessos da moda, só porque é uma tendência. Aprenda a conhecer o seu corpo, as suas falhas e pontos fortes, não há silhuetas perfeitas, bem, talvez a Gisele Bünchen, mas são excepções e acredito que até ela tem dias maus, como qualquer mulher. Há sempre aqueles dias em não temos mesmo nada para vestir!
Foi uma ideia que surgiu por um mero acaso, começou por ser um projecto universitário que se transformou em acessórios de moda feitos à mão e que podem ser personalizados. São peça de bijuteria inspiradas nas tradições portuguesas que alcançaram enorme sucesso junto do público feminino global.
Como é que destes inicio ao teu projecto, mimi handmade?
Emiliana Rodrigues: Tudo começou com um projecto para uma cadeira na universidade, frequento o curso de arte e multimédia no último ano. O objectivo era criar três personagens em massa fimo. Gostei muito e a minha mãe deu-me a ideia de idealizar um presépio para o natal. Fiz só as três figuras principais. Os amigos dos meus pais gostaram e começaram a fazer encomendas. Foi tudo muito inesperado.
Depois veio a bijuteria.
ER: Sim uma coisa levou á outra e comecei a fazer peças de bijuteria. As pessoas desde o início aderiram ao projecto e aos poucos tornou-se em algo mais sério.
As tuas peças são contemporâneas, mas também reflectem as tradições.
ER: Sim, é um tema de que gosto bastante. Vou buscar ideias as tradições, não apenas as madeirenses, mas também as portuguesas. Tenho peças de bijuteria inspiradas no galo de Barcelos, na filigrana e nos lenços dos namorados do Minho. É um pouco de tudo o há no país.
Então idealizas várias colecções?
ER: Ainda estou a começar, por isso, não reuni todo o tipo de peças. Não é organizado. Vou fazendo conforme me apetece.
Quais são as peças mais emblemáticas da tua bijuteria, que as pessoas gostam mais?
ER: As pulseiras saem muito e os anéis com as flores. Tudo o que tem o padrão regional tem tido imenso sucesso.
Tens ideia de quem a mulher que gosta dos teus acessórios?
ER: É muito variável. Desde as mais novas às mais velhas, portuguesas e estrangeiras. De tudo um pouco. De momento não tenho uma loja online, porque quero primeiro melhorar a imagem da marca e depois quero mandar peças de bijuterias para todo o mundo. Já vendi para Itália e França.
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