Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 18 maio 2013 13:46

Terras dos sonhos

Nuno Leocádio escreveu o argumento e Rafael Rolo realizou a curta-metragem. Foi o resultado de um projecto final do curso de Animação Sociocultural do Instituto Politécnico da Guarda

Eles pretendiam mexer com a realidade que o circunda, o objectivo desta desta curta-metragem é mostrar, o abandono e degradação a que várias localidades do interior do país estão condenadas, é um tema fundamental que nunca é demais divulgar. O documentário procura valorizar as potencialidades das localidades rurais, apresentando soluções de rentabilidade que contrariem a recente conjuntura. Ao longo do documentário são exibidos casos de sucesso de investimento em localidades do interior, pretende-se com isso despertar o interesse do espectador sobre o regresso ao campo. Alimenta-se a esperança de que é possível alterar o despovoamento do interior, restabelecer o tecido demográfico e tentar inverter a litoralização exacerbada de Portugal.


O que conseguiram concretizar com este filme?
Nuno Leócadio: Uma das coisas que me deixa contente com este filme é que interligámos a sociedade com os novos rurais, trata-se de uma associação que promove o regresso ao campo, em termos de habitabilidade, ajudam as familias, ou casais que tenham interesse em regressar ao campo. Promovem essa transição e são a interligação com outras instituições. O objectivo deste filme não é comercializa-lo, mas divulga-lo, se é uma moda agora viver no campo, vamos aproveitar.


Quando promoveste a tua curta-metragem pelas várias localidades, pelas várias organizações e associações, as pessoas no final também referiram que essa era uma realidade do seu microcosmos?
NL: Sim, há também muita interioridade em Lisboa, no Algarve. As pessoas sentiram isso, mas também que eram o peixinho a ser devorado pela bocas maiores, mesmo os que viviam em meios urbanos.

 

sábado, 18 maio 2013 13:42

Os mil mundos


Dércio Pereira é um artista autodidacta por necessidade intrínseca. Os seus desenhos advêm de uma linguagem muito pessoal que transmite ao mundo de forma espontânea, com especial enfase para a banda desenhada.

Eu sei que és um autodidacta, então como é que começa essa tua paixão pelo desenho?
Dércio Pereira: O desenho já é inerente a mim. Desde os quatro anos que desenho, é parte integrante da minha vida, é talvez a única linguagem que consigo veicular para o exterior da forma correcta. É sempre descritiva, lanço para fora a parte mais profunda de mim, não é autismo.


É como se fosse a tua linguagem.
DP: É um momento diário de expressão, com várias caligrafias e assim vou criando a minha própria linguagem.
Quais são os artistas que te inspiraram ao longo dos anos?
DP: Desde os sete anos, o Hugo Pratt. Comecei a ler e não fazia ideia o que era a maçonaria e por isso achei estranho e indecifrável o livro, fora a poética deste autor que é ela toda cabalística, pode-se dizer assim. É inspirada em elipses e um turbilhão de informação que gera uma poesia muito bonita quer literariamente, quer graficamente.


A banda desenhada é uma das componentes que exploras na tua arte.
DP: Sim, eu ainda não concretizei nenhum projecto completo, não tenho a certeza se algum dia vou materializar algum. Tenho esquizofrenia e lido com uma dispersão de pensamento. Por isso, não sei se algum dia vou concluir alguma banda desenhada, começo sempre projectos, mas nunca os acabo. Há uma certa frustração por ser tão perfeccionista e basta uma página falhar que já é o suficiente para parar.


Então qual é o teu processo criativo?
DP: É um caderno diário de tudo o que é desenho. São figuras abstractas, ou figurativas. É como se estivesse a falar com uma outra pessoa que não esta presente. Quando estou desenhado é como se estivesse num jogo e não posso trair as minhas próprias regras. Tenho que tornar coesa essa abrangência do desenho, do meu trabalho, isso torna-se bastante difícil quando colocas uma meta tão elevada. Quando consigo é muito enriquecedor.

sábado, 18 maio 2013 13:36

O dia v

É uma iniciativa do Verde Movimento terá lugar, no próximo dia 26 de Maio, nos jardins do museu de electricidade, em Lisboa, entre as 15horas e às 20horas. A entrada é livre.

É uma grande ecofesta nos jardins das cidades, com vários eventos que promovem uma maior consciencialização ambiental. A iniciativa do "verde movimento", que é um grupo de cidadãos anónimos, pretende sensibilizar através de várias acções educativas e de lazer, para hábitos mais saudáveis e ecológicos que se podem aplicar facilmente ao dia-a-dia. No dia Verde terão lugar workshops sobre bem estar, comida saudável, haverá música e um mercado de produtos biológicos e troca de artigos em segunda mão.
De acordo com os seus estatutos, este movimento tem o objectivo de chamar a atenção para a importância dos temas do ambiente e da sustentabilidade, agregando vontades, gestos e acções para mudar o mundo.
É mais uma forma que encontrámos para debater, informar e produzir conhecimento sobre sustentabilidade de maneira sistemática para os mais diversos públicos e não apenas para os já convertidos à causa. Entre outras actividades realizamos eventos em jardins e espaços públicos, convidando as pessoas a festejar a sustentabilidade, a fazer parte da solução e não do problema, a comprometer-se a mudar atitudes. Numa cultura permeada por interesses próprios e passividade auto-indulgente, em que as pessoas são mais feitas para o papel de telespectador do que de participante, que preferem o conforto fácil a iniciar uma mudança necessária, eis um movimento independente e inclusivo que esperamos que ajude as pessoas a acreditar.

https://www.facebook.com/verdemovimento

 

sábado, 11 maio 2013 14:51

Música maestro

É um programa conduzido pelo maestro Rui Massena sobre a temática da música erudita.

Cada episódio deste "música maestro" debruça-se sobre uma obra célebre da música clássica, tendo como pano de fundo várias cidades portuguesas. Possui várias rubricas que acho deveras interessantes, como por exemplo, quando questionam as pessoas o que sentem quando ouvem pequenos trechos destas composições famosas, mas há outras que deixam muito a desejar, a introdução de "notas" turísticas sobre a localidade visitada em cada um dos 13 episódios, a meu ver, nada tem a ver com o tema abordado. A viagem é de facto musical e não geográfica e pouco ou nenhum sentido faz nesse contexto especifico. Poderia utilizar as paisagens urbanas e rurais nacionais como pano de fundo para os vários tempos da obra, sem contudo, aborda-las em pormenor, bastava uma pequena legenda. Outra curiosidade, que não resisto em realçar, são as caretas engraçadas do maestro Rui Massena que conferem ao formato um tom informal e divertido como se pretende.

sábado, 11 maio 2013 14:44

A diva

Maria de Madeiros não é apenas uma actriz multifacetada, é uma artista do mundo que se move pelas várias valências das artes, desde a representação, à realização de filmes até à música, ela assume tudo com uma enorme maturidade e desejo de alcançar ainda mais, sem limites.


Só passados tantos anos é que decide encetar por uma carreira musical. Porquê só agora?
Maria de Medeiros: Eu penso que por um lado foi óptimo crescer rodeada de tanta música, por outro foi um factor inibidor, porque na minha família se faz música de forma muito séria. Sempre estive rodeada de grandes instrumentistas, grandes compositores, então me atrevia e isso levou tempo. E também para entender que podia mesmo assim fazer algo muito mais simples, compor canções que não são sinfonias e que agora de alguma forma como tudo na vida, os encontros fizeram que as coisas de repente se realizassem.


Porquê bossa nova e Jazz?
MM: Sempre adorei música brasileira, mpb (música popular brasileira), bossa nova e o jazz. São os meus géneros, além da música clássica, que me seduzem e agora também recentemente virei sambista.


Por causa da sua passagem pelo Brasil.

MM: Sim, tenho ido muito ao Brasil, fiz um filme como realizadora para a comissão de amnistia e reparação que está a fazer um trabalho muito importante por parte do estado brasileiro, que é pedir desculpas as vítimas da ditadura militar e ainda tenho uma peça de teatro. E agora vários amigos me têm estado a formar no samba, que é maravilhoso, é uma fonte musical e de sabedoria extremamente popular.


Cantou também música portuguesa.
MM: Cantei quase apenas música portuguesa composta por mim, ou do Legendary Tigerman e duas canções italianas, mas no álbum de facto só existem dois temas que são covers, do Ivan Lins e de Adriano Celentano, o 24 mila baci, tudo o resto é original, porque sou portuguesa. E ainda compus um fado.

sábado, 11 maio 2013 14:36

João sem medo

João Paulo Cotrim é um dos nomes incontornáveis da banda desenhada em Portugal. O livro "Salazar-Agora, na hora da sua morte", publicado em 2006, foi um sucesso de vendas, que comprova que ainda há espaço para as novelas gráficas no nosso país.

Sendo reconhecido pelo seu trabalho na banda desenhada de autor, num mundo que é dominado pelas grandes companhias como a Marvel, a Disney e outras com uma grande máquina de merchandising por detrás, há ainda espaço para os autores, há mercado?
João Paulo Cotrim: Eu acho que apesar de tudo são duas questões: Uma é o mercado, deixaria para depois, e outra se há ou não espaço, eu acho que sim que existe. A questão da banda desenhada (BD) de autor tem tudo a ver, mais do que a questão do mercado, com a vontade do autor de faze-la. Antes de ser editado bem entendido. É um meio que requer apenas papel, lápis e vontade. Assim sendo é fácil desenhar. Publicar é algo diferente. Mas, acho que essa ideia que temos que criar um mercado para um outro tipo de banda desenhada assenta numa ideia que entretanto passou de moda, que tem a ver com a década de 70 e 80 que foram anos em que banda desenhada explodiu. Era sobretudo, os heróis Marvel, um certo imaginário juvenil urbano e isso de facto estilhaçou-se, já não há esse peso tão grande. A BD vende cada vez menos, há uma grande concorrência dos jogos de vídeo, houve uma série de prolongamentos da banda desenhada que fez com que deixa-se de ter essa expressão e essa força. Assistimos depois na sequência disso tudo ao aparecimento de uma série de jovens autores quer na Europa, mas também no Japão, é mais ou menos simultâneo, e se calhar antes nos EUA na ressaca dos anos 60 por causa da censura indirecta dos distribuidores para coisas mais interessantes. E portanto, abriu-se o tal caminho que explode nos anos 90, como por exemplo, uma das tendências da banda desenhada contemporânea que é a autobiografia. O que se tem mostrado é que tem havido algumas grandes editoras que interpretaram esse interesse, embora haja diferenças entre os países, detetaram esse mercado de autor e investiram neles. Hoje convivem para além dos autores das massas, algumas editoras que tem espaço para uma novela gráfica mais ou menos experimental.


É uma realidade que se aplica a Portugal ou não? Ou é um caso à parte?
JPC: Não, também temos algumas coisas especiais. Há uns 10 anos traduzi um livro do Lorenzo Mattotti que vendeu cá tanto como em França. Exactamente como é um mercado mais pequeno, de menor dimensão, é mais atento, em alguns casos, as correntes alternativas que acabam por funcionar. O meu livro sobre o "Salazar-agora, na hora da sua morte" teve 3 edições e é um livro, não só pelo tema, mas como a forma que foi abordado por mim e pelo Miguel Rocha acabou por ser uma novela gráfica de sucesso bastante razoável. Mesmo hoje, as grandes editoras com a Leya e a Asa dão atenção a algumas destas tendências minoritárias. Também desde os anos 90 até 2000 tivemos uma série de novos autores portugueses a produzir novelas gráficas muito interessantes, que romperam com alguns cânones. Agora no Festival da Amadora apareceram um conjunto de autores interessantes, até há um novo prémio de banda desenhada para profissionais, com obra publicada. O trabalho que o Marco Mendes esta a desenvolver no "mundo fantasma" é absolutamente interessante e dos mais radicais diria eu nesta área das autobiografias e portanto acho que há espaço e produção, embora, tenha diminuído.


Voltando um pouco atrás e falando da obra do Salazar, foi curioso que tenha sido a vida de um ditador a suscitar tanta curiosidade, deixa um certo mal-estar no ar.

JPC: Aquilo acaba por ser um romance. A ideia surgiu da própria editora, a Parceria A.M Pereira, que é muito antiga, inclusivamente editou livros á volta da personalidade ainda no tempo de Salazar e depois do 25 de Abril fez algum trabalho histórico em cima dessas edições, com o professor Fernando Rosas e lembraram-se de fazer uma coisa em torno do ditador. A questão que coloquei é que aceitava fazer desde que tivesse completa liberdade, quer inclusivamente do ponto de vista do formato e do que íamos fazer e de repente coloquei-me uma questão que qualquer romancista se coloca perante um determinado tema: o que isto tem a ver comigo? Eu embora, tenha nascido ainda em ditadura, era muito pequeno quando aconteceu a revolução dos cravos, acho que apesar de tudo, nós, hoje, continuámos a viver e agora acho que mudou um bocadinho, mas ainda é muito assim, continuámos a olhar para a figura do Salazar como um mito, não como figura concreta, de carne e osso, com defeitos, com manias, como eu acho que até um certo ponto revela. O Salazar do ponto de vista do personagem é riquíssima, o modo como se relaciona com as mulheres, o modo como gere a relação com os militares, com a igreja, para além da influência que teve, faz dele uma personagem romanesca importante. Depois também do ponto de vista da imagem, da propaganda, foram produzidas muitas imagens, não diria que é informação, é mais uma construção á volta da figura, isso tudo interessava-me nesse sentido. Só o podemos eliminar das nossas vidas quando for uma pessoa real. Não conseguimos matar mitos, figuras de carne e osso consegue-se acabar com elas. Depois há uma outra influência mais perniciosa que é, hoje vivemos na ressaca desse período salazarento no modo como não nos conseguimos organizar numa situação como esta que vivemos de crise.


Acha que andámos mais uma vez em busca de uma figura paternal?
JPC: Não, acho que continuámos numa versão um pouco sebastiânica, exactamente, da qual não nos conseguimos livrar. Vivemos num país onde as pessoas se orgulham-se de não ir as reuniões de condomínio, ela é a nossa casa, não há nada que nos interesse mais do que nosso lar, isso tudo tem a ver com a falta de sociedade civil que tem muito a ver com o Salazar. Este processo foi absolutamente fascinante no trabalho com o Miguel Rocha, é muito integrado, muito de ping pong, não é o texto de um lado e a imagem de outro. Acabou por ser interessante.

 

sábado, 11 maio 2013 14:32

De novo o diabo do pereira

No dia 17 de Abril de 2012 este jovem músico lançou nove temas, num ep, intitulado "Twist&Turns" que granjeou desde o primeiro momento a preferência do público e o reconhecimento do seu trabalho original junto de uma editora norueguesa, onde gravou o seu primeiro álbum com o mesmo nome. Dieter Daniel Pereira, mais conhecido por DD Pear Tree, já tem novas canções para um novo trabalho discográfico que ainda se encontra em stand by, saiba porquê.

A tua sonoridade acaba por ser uma fusão entre a música céltica, folk e portuguesa. Foi um rumo musical que surgiu naturalmente?
Dieter Pereira: Sim, acaba por ser uma fusão. Desde muito jovem estive sempre ligado à música de outros os géneros, já ajudei a compor e estive em diversos agrupamentos e bandas, portanto quando comecei a fazer coisas para mim saiu logo essa vertente de fusão, com as raízes tradicionais. Gosto de tocar instrumentos tradicionais, mais terra, são transversais à música popular portuguesa e irlandesa. Foi natural. Saiu.


Cantas em inglês, mas tens algum repertório em português?
DP: Tenho algumas canções em Português e não é do ponto de vista da linguagem algo que me é mais natural. Nasci em Londres, de pai português, o meu processo natural ainda está baseado no inglês. Além de que acho que é uma língua mais fácil em termos musicais, é menos poética do que o português, mas por outro lado, trabalha-se de uma maneira mais directa. Neste álbum não tenho nada em português, as composições estão guardadas para serem desenvolvidas em outras alturas.


Falemos do teu primeiro álbum, "Twist & Turns" qual foi o ponto de partida das canções?
DP: Foram dois a três anos da minha vida, os meus temas são sempre muito pessoais, ou reflectem directamente o que se esta a passar na vida das pessoas. Existe quem consiga escrever canções e ficcionar, as minhas composições são muito personalizadas e acabam por ser um apanhado de uma fase da minha vida, é um reflexo dos altos e baixos que toda a gente vive. Acaba por ser um espelho desse período. É um álbum mais alegre do que triste. Também sou assim. É pop, melódico e com muita energia positiva, que era algo que queria transmitir.

sábado, 11 maio 2013 14:23

O narrador do ambiente

 

O artista madeirense Nuno Henrique foi assistente de produção da galeria Porta 33, local onde desenvolveu os seus trabalhos narrativos sobre a floresta indígena da ilha da Madeira e Porto Santo. Uma práctica artistíca que relaciona vários tipos de materiais, nomeadamente o papel, com monumentos dedicados à natureza. Um representação do real que poderá ser apreciada, numa próxima exposição, no dia 21 de Junho, em Guimarães, no laboratório das artes.

Pelo que me é dado a entender a tua carreira artística começa com uma bolsa da porta 33?
Nuno Henrique: Sim, comecei a fazer um estágio na porta 33, porque tinha ganho um prémio na Casa das Mudas. No final participei numa exposição colectiva comissariada pelo Alexandre Melo e comecei a desenvolver um trabalho durante dois anos, os quarenta calcos.


Qual é a ideia subjacente aos quarenta calcos?
NH: Criar um monumento às espécies botânicas da Madeira. Na altura estava na ilha, havia muitas caminhadas, muitos passeios e sempre tive uma relação com a botânica, através de um tio meu. Decidi propor um monumento dessa floresta. Fiz uma selecção de espécies e trabalhei com a ajuda de alguns biológicos.


Na tua segunda exposição existem duas dinâmicas. Uma delas é a arqueologia. O que te fascinou neste tema?
NH: O ponto de partida dessa ideia tinha a ver com as nomenclaturas em latim dessas espécies. É fascinante por ser uma língua morta, de certa maneira há sempre um lado encantatório. Depois interessava-me criar um monumento. Fiz uma investigação em torno das inscrições e encontrei esta técnica da arqueologia que me permite realizar negativos de inscrições. Então no primeiro momento crio uma arqueologia ficcionada, com a noção de monumentos em si, mas é um registo desses monumentos que não existem.


Outra das componentes da tua obra é a ilha. Ela tem peso. Resulta do facto de ser ilhéu, se assim não fosses não estaria sequer incluída no teu trabalho?
NH: Sim, poderia ter sido outra pessoa. Seria diferente.

sábado, 11 maio 2013 14:18

Albatrozes em risco

Um estudo prova que as mudanças climatéricas influenciam a sobrevivência desta ave marinha.

As alterações ambientais põem em risco a sobrevivência de predadores de topo na Antárctida, como o Albatroz, foi uma das conclusões de uma pesquisa internacional liderada pelo cientista português, José Xavier, investigador no Instituto do Mar da Universidade de Coimbra. O projecto de pesquisa Polar é financiado pela British Antarctic Survey e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), contou com a preciosa ajuda de uma equipa de oito cientistas do Reino Unido, de França e da Alemanha, que demostraram que predadores de topo não são capazes de encontrar alimento suficiente num ano em que o Oceano Antárctico esteja anormalmente quente. Assim, os seus filhotes morrem de fome, o que põe em risco a sobrevivência desta espécie. Para o especialista o facto mais surpreendente deste resultado é a incapacidade destas aves em encontrar alimento alternativo, quando confrontados com o aumento da temperatura das águas oceânicas, que os leva a procurar sustento para as suas crias ainda mais longe e sem aparente sucesso. Esta falta de flexibilidade de predadores de topo na Antárctida poderá ter um impacto importante, no futuro, em termos de sobrevivência da espécie, caso continuem a aumentar estes anos anómalos, em termos de mudanças ambientais.

http://cientistapolarjxavier.blogspot.pt/2008/01/albatrozes-e-beleza-das-aves-marinhas.html

 

sábado, 04 maio 2013 13:19

Uma casa museu com uma história

Foi uma viagem motivada pela leitura de um diário de uma jovem judia.

O Diário de Anne Frank foi um dos livros que mais marcou a minha juventude. A sua existência clandestina forçada, num espaço exíguo, no famoso anexo secreto em Amsterdão, motivado pelo racismo patente do III Reich motivou desde sempre a minha admiração e carinho por esta rapariga judaica que nunca conheci. Assim, quando decidi visitar a Holanda a minha primeira paragem foi a casa de Anne Frank, como não poderia de ser. Não pretendo falar novamente do que vi, mas sim, do que senti, agora, que encaro de novo uma Europa à beira do abismo, em que vários governos trocam acusações preconceituosas que ressuscitam os velhos fantasmas desse período negro da história mundial. Foi precisamente uma crise que levou à Alemanha a uma nova guerra, a segunda do século XX. Um orgulho ferido e um nacionalismo exacerbado que causaram milhões de mortos e um rasto de destruição que deixaram marcas profundas que tem sido difíceis de apagar. Foi precisamente das cinzas desse mundo que nasceu o sonho de uma europa unida. E é aqui que me recordo esta jovem judia, num tempo em que o preconceito e racismo voltaram infelizmente à ordem do dia, graças a uma outra crise que tem provocado a miséria e o desespero de milhares de cidadãos europeus, recordo um dos anexos da casa de Anne Frank, uma pequena sala onde se abordava as várias formas de intolerância.

 

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