Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 22 junho 2013 14:20

A ciência em prol do mar

Um centro de investigação criou uma plataforma informática sobre incidentes de derrames nocivos nos oceanos.

O centro de investigação marinha e ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto criou uma base de dados que permite aceder a informação de 120 incidentes de derrames de substâncias perigosas e nocivas no mar. Os dados veiculam todo o tipo de incidentes deste género que ocorreram no mundo, entre os anos 1947 até 2011, com o objectivo de identificar este tipo de catástrofes e mais concretamente os químicos que poluem os oceanos, de acordo com o site "o tráfego destas substâncias tem crescido exponencialmente nas últimas décadas e são passíveis de provocar enormes danos ambientais, tal como o petróleo e os seus derivados. São substâncias com aplicações industriais que percorrem o globo em cargueiros, a granel ou em contentores, em volumes elevadíssimos e desconhecesse-se, até ao momento, a forma correcta de actuar na eventualidade de um acidente. Até à data já foram registados na base de dados cerca de 190 compostos diferentes com diferentes graus de perigosidade".


A página foi desenvolvida por investigadores do centro no âmbito do projeto ARCOPOL Plus, "a base de dados classifica os acidentes através do nome do navio, data e local do derrame e HNS envolvido. A substância derramada é caracterizada através do número CAS (número de registro no banco de dados do Chemical Abstracts Service), o volume derramado, o estado físico à temperatura da água do mar, o comportamento na água a curto prazo (código SEBC) e a perigosidade de acordo com códigos internacionais (IBC e IMDG). Para além destes parâmetros é feita uma recolha em notícias e relatórios dos dados observados e registados em contexto de derrame, relativos ao comportamento e envelhecimento da substância na água e na orla costeira. Estes dados são fundamentais para desencadear uma resposta na eventualidade de um incidente".
http://www.ciimar.up.pt/hns/

 

domingo, 16 junho 2013 10:26

As raparigas e as suas sapatilhas

 

É uma tendência de moda, em termos de calçado que se verifica em Portugal e não só.

Numa pesquisa recente por diversos sites deparei-me sem querer com uma curiosa conversa que decorria na internet sobre o tema: serão as mulheres portuguesas bonitas? Do ponto de vista dos estrangeiros que nos visitam, os comentários eram muito contraditórios, ou seja, havia de tudo um pouco. E não pretendo alongar-me sobre essa questão que não me interessa, na minha opinião, a beleza está apenas no olhar de quem vê e não na raça. Opiniões à parte, o que me chamou verdadeiramente à atenção foi o número ilimitado de rapazes que dava conta de uma tendência que de facto se verifica nas jovens portuguesas quando saem à noite: elas maquilham-se sem exageros, usam o último grito da moda, mas quase todas tem um ponto em comum, complementam os seus looks com ténis de diversas formas e feitios. E não pude deixar de sorrir, porque se trata da mais pura das verdades. Não sei o que as move, creio que, sobretudo, gostam de sentir-se cómodas e não existe melhor calçado para esse efeito do que um bom par de sapatilhas. E depois, há uma certa rebeldia por detrás deste estilo, uma espécie de revolta contra tudo o que esteja remotamente relacionado com a geração anterior. Neste momento assistimos a uma grande proliferação de modelos, desde ténis com salto as chamadas sneakers, as vans customizadas e as velhinhas, mas nunca fora de moda, as converse. Existem nas mais diversas cores o que ajuda ainda mais a complementar os coordenados das nossas belezas lusas, contudo, o fenómeno não é nacional, é global. Verifico o mesmo padrão de estilo mesmo numa estrela de Hollywood como é o caso da Kristen Stewart, sabia que esta jovem actriz vestida pelos melhores costureiros de mundo, após as fotos da praxe na passadeira vermelha, imediatamente substitui os Louboutins, ou os Jimmy Choo, ou Manolo Blahnik por um bom par de sapatilhas? Parece-lhe bizarro? Bem, a moda é um fenómeno em evolução constante e gostos não se discutem, criticam-se até a próxima estação, ou geração.

 

sábado, 15 junho 2013 15:55

O pedagogo

Raul Guerreiro é um professor pioneiro em Portugal sobre a arquitectura social básica da pedagogia Waldorf. Trata-se de um tipo de ensino que começa com os pais e os pedagogos, adequado ao meio histórico, geográfico e a religioso do país onde se insere. Não se trata de modelo alemão importado, é um tipo de ensino humanista universal que se adequa aos anseios das famílias de todas as classes e crenças religiosas e obedece à liberdade de escolha, só não aceita ateus.

Como é que começa o seu percurso pelo ensino Waldorf?
Raul Guerreiro: Há uma história breve por detrás, eu sou o primeiro professor Waldorf português há mais de vinte e sete anos. Naquela altura, depois do 25 de Abril de 1974, vi que o ambiente cultural em Portugal não tinha o que eu esperava para a educação dos meus filhos. Em busca de uma alternativa, eu ainda estava na universidade nova de Lisboa a estudar filosofia e depois psicologia aplicada, descobri os princípios da pedagogia Waldorf e dei uma volta completa a minha vida. Abandonei o país com a minha esposa, que era alemã e foi para Estugarda para fazer a formação.


Então o que faltava na educação no nosso país que o fez mudar para outro tipo de pedagogia?
RG: Primeiro, era uma relação a mais íntima possível entre o professor e o aluno, especialmente ao que era individual em cada criança. No sistema estatal são tratadas colectivamente e essa individualização é algo dificílimo, essa é uma das artes de ensinar Waldorf e basicamente isso foi decisivo para mim. Também houve um passado em que família abandonou Portugal nos anos 40 devido à ditadura e fomos todos para o Brasil é por isso que tenho um resto de sotaque brasileiro. Passei mais de 22 anos em São Paulo e quando voltei para Portugal conheci a minha mulher.


Mas, após o 25 de Abril de 1974 o ensino não melhorou em Portugal? Porque antes da revolução dos cravos era um sistema muito castrador.
RG: Sim, era uma coisa terrível, um cemitério no período da ditadura. Nos pós 25 de Abril houve uma estado caótico por causa da liberdade, como se fosse uma juventude na puberdade que explode e então tem de ser fazer asneiras, a liberdade é absoluta. Esse momento não trouxe uma ordem, ou uma reforma para o ensino. Seguiu-se um esquema básico, já não é uma ideologia semifascista, mas criou-se uma estratificação onde as crianças são como sardinhas em lata á espera de serem enchidas com conhecimentos. Este modelo em que as crianças são servidas de informação que tem de acumular e ainda mais fazer um exame onde uma pessoa pode dar-lhes cinco ou não, isto para mim com o conhecimento que tinha da educação era um horror. Foi decisivo para tornar-me professor numa pedagogia alternativa, totalmente revolucionária como é a Waldorf.


Então, após a revolução, volta para Portugal e depois foi difícil introduzir o modelo Waldorf em Portugal.
RG: Ainda cheguei a arrancar as palavras Salazar da ponte sobre o Tejo com um martelo. Mas, sim foi muito difícil, mas não é caso para lamentarmos, porque não foi caso único, é típico quando há uma novidade tão grande. Primeiro, porque a Waldorf nunca é fundada por pedagogos. A iniciativa tem de partir dos pais, em particular, das mães. Conforme acabei o curso em conversa com os amigos, fiz contactos à espera que houvesse o mínimo de interesse em Portugal, nem que fosse reuniões para saberem mais sobre a temática, mas nunca aconteceu. Após ter trabalhado 11 anos em escolas na Alemanha, em inglês, francês e introdução as madeiras, mantive constantemente contactos com amigos em Portugal e aos poucos foi surgindo uma ideia básica, que foi muito saudável, no fundo um grupo de estudos entre pais e mães dirigidos para a criação de um jardim-de-infância. Hoje, há 3 anos existe a primeira escola Waldorf no Algarve, chama-se a escola livre, a Oliveira, entretanto, existe mais uma nos arredores de Lisboa. Durante o tempo em que estive na Alemanha dediquei-me ao futuro, o que posso fazer em nome da pedagogia Waldorf e tornei-me membro do conselho nacional, que estimula o trabalho desenvolvido por 230 escolas com centenas de milhares de crianças. Actualmente a pedagogia Waldorf está espalhada pelo mundo, com mais de 1000 escolas e 2400 creches.

sábado, 15 junho 2013 15:50

O pequeno livro do grande terramoto

O historiador Rui Tavares escreveu um pequeno ensaio sobre a maior catástrofe natural de Lisboa que gerou uma grande conversa sobre o seu conteúdo.

A ideia do pequeno livro do grande terramoto surgiu devido ao 11 de Setembro, ou por causa do tsunami de 2004?
Rui Tavares: Bem, enquanto historiador a minha época de especialização já é o Pombalismo, em particular após o terramoto. A ideia desse livro surgiu uns anos antes, quando me apercebi que se iam comemorar os 250 anos do terramoto, pensei e fiz planos para um documentário sobre esse acontecimento histórico, fiz um guião que andou de mão em mão, falei com produtoras, procurámos financiamento, andámos em volta dessas grandes estruturas que são o cinema e a televisão, porque este tipo de projectos necessitam de grandes equipas e a certa altura percebi que não íamos chegar a lado nenhum. Desisti dessa ideia e segui a via mais simples, regressar a casa e escrever um livro. Era algo que podia fazer sozinho, depois tive a grande sorte de que a editora tinta-da-china ter aparecido nessa altura, foi criada por colegas minhas da faculdade, todas mulheres e estavam à procura do livro que foi precisamente este. Foi escrito em dois meses, ininterruptos, tinha umas ideias para um ensaio e foi feliz nesse sentido, apesar de ser sobre um assunto triste, foi um livro escrito de forma muito fluida, de um folego só, em 62 dias se não me engano.


Mas, houve anteriormente uma grande pesquisa, porque descreve com pormenor a cidade de Lisboa antes do terramoto de 1755.
RT: A pesquisa já estava feita em grande medida, não consigo bem quantificar, porque foi realizada ao longo do tempo para a ideia do documentário. Portanto, havia uma série de material de apoio para o projecto. A restante pesquisa foi sobre o pombalismo. Então esses dois meses foram só de escrita, com poucas idas ao arquivo, embora houvesse um capítulo directamente escrito na torre do Tombo, com os documentos ao lado, sem fazer aquilo que os historiadores muitas vezes fazem, que é recolher primeiro os documentos e depois trata-los. Escrevi em cima do documento e também foi uma ocasião para fazer uma coisa que é provavelmente pouco perceptível para o leitor, mas que gosto bastante de fazer, que é cada um dos capítulos do livro é um género historiográfico diferente.


Então, comecemos pelo primeiro capítulo em que aborda os determinista e os indeterministas, como historiador sente-se identificado com algumas destas correntes?
RT: A resposta sobre se a história é determinística, ou seja, se podemos desde que tenhamos o conhecimento das leis da história prever acontecimentos e perceber o que vem detrás, ou se a atitude que devemos ter perante a história é pirronista, o termo provém do filósofo da antiguidade, Pirro da Eleia, que quando soube que Sócrates disse: só sei que nada sei, ele respondeu: pois, nem isso sei. Portanto, podemos ter uma atitude pirronista perante a história, não sabemos se há progresso ou não, ou se há sentido para a história. Como historiador prefiro deixar essa resposta em suspenso. Como individuo, com uma espécie de visão filosófica da história, na verdade a minha resposta seria que sou filosoficamente pirronista, acho que não há sentido para a história, se não a podemos apreender, sou um céptico radical. Civicamente sou um voluntarista, se há ou não progresso humano, não é uma questão para ser respondida pela teoria, deve ser respondida pela nossa práctica quotidiana. Não sabemos se existe progresso humano ou não, devemos fazer para que haja. São duas posições diferentes, como dizia o escritor, Scott Fitzgerald: eu até posso pensar que não há esperança, mas devo estar decidido a agir para que as coisas mudem.

Falando dos capítulos propriamente ditos, porque a divisão foi feita desta forma?
RT: Eu enquanto estudante de história sempre me interessei pelas teorias de historiografia e de uma espécie de cruzamento entre o experimentalismo literário e essa mesma abordagem. Então, como fazer qualquer coisa que obedece aos parâmetros de rigor factual e documental, mas que traz para a nossa experiência enquanto leitores, a multiplicidade de perspectivas que um escritor de ficção pode trazer, escalas muito micro, muito macro, histórias contadas por vários narradores ao mesmo tempo, ou contadas a partir de diversas perspectivas, etc. Sempre gostei muito disso, e foi o que decidi fazer neste livro e é aplicado em cada capitulo de forma diferente. Por exemplo, há um sobre a vida quotidiana de Lisboa no ano do terramoto. Até o dia 1 de Novembro de 1755 temos 10 meses em que a vida acontece de uma forma normal, para nós hoje em dia, a imagem desse ano é terrível, de um corte abrupto na história, mas desde 1 de Janeiro quando a corte vai até a Igreja de São Roque ouvir um Te Deum até o dia 31 de Outubro, mesmo até as 9 horas da manhã do 1 de novembro de 1755 é um dia normal, a gazeta de Lisboa fala até de um ano abençoado, uma cidade favorecida por Deus, onde os milagres se viam até em coisas como as velas não se gastarem tão depressa como previsto. Então esse capítulo que conta tudo, a par e passo, é micro-história, que é um género historiográfico que nasceu em Itália, nos anos 70 e 80, com um historiador Giovanni Levi e Carlo Ginzburg, este último filho da romancista Natália Ginzburg, é alguém que trouxe a literatura para a história. O outro capítulo é escrito segundo um outro género que é o contra factual, em que se explora como teria sido Lisboa se não tivesse havido o terramoto. Aqui, propositadamente dizemos ao leitor: nós vamos violar o jogo da história, porque vamos falar de coisas que não aconteceram e que não acontecerão, porque a cidade teve um terramoto e foi posteriormente reconstruida e daí surgiu uma outra urbe, mas vamos faze-lo, para dar a perceber quão foi importante esse acontecimento trágico. Depois há outros capítulos escritos em outros géneros, o neo historicismo, um ensaio que tem a ver mais com a teoria da recepção, tem a ver com a memória do terramoto hoje em dia. Cada capítulo tem um estilo e uma voz diferente.

sábado, 15 junho 2013 15:43

O trio do alegre divertimento

Formado em finais de 2011, por três músicos com várias experiências musicais e culturais, Ana Irene Rodrigues no saxofone, a Sandra Sá no violino e o Giancarlo Mongelli no piano, vindos de percursos profissionais diferentes, este trio nasceu de uma vontade de partilha e descoberta. Descoberta essa que se tornou uma aventura por um mundo ainda a explorar. Uma formação de música de câmara não muito usual, onde se juntam timbres e sonoridades que só recentemente despertaram o interesse de alguns compositores contemporâneos.

Como é que surge o Allegro Giocoso Trio?
Ana Irene Rodrigues: Começou quando cheguei de Amsterdão, tinha acabado de estudar e queria continuar com a música. O meu primeiro intuito foi realizar um concerto e falei com o Giancarlo Mongelli e no meio do repertório que lhe mostrei aparecia um concerto para saxofone, violino e piano, um trio, e foi a partir daí que surgiu a ideia de em vez de fazer um concerto esporádico de música fazer disto um projecto.
Sandra Sá: Depois ela veio falar comigo e a partir daí começámos a ver um repertório.


Falando do repertório, os vossos concertos fogem um pouco da música clássica?
AIR: Foge do termo clássico, sim.
Foi uma escolha consciente, ou foi algo que adveio após o primeiro concerto?
SS: Depende das composições. Ao escreverem para violino, saxofone e piano já estão a criar um ambiente musical, uma nota sonora diferente. Foge do tradicional clássico, é erudito, mas é mais recente. Por norma as partituras são mais contemporâneas e daí é diferente auditivamente, as suas características são outras.
AIR: Enquanto o violino e o piano são instrumentos bastante eruditos, o saxofone é relativamente recente, é um dos instrumentos musicais mais novos que existem.


Mas, há muito repertório ao vosso dispor?
AIR: Não há muito repertório dito mais erudito, temos procurado encontrar composições mais fáceis de ouvir. Peças mais contemporâneas e modernas existem bastante, hoje em dia muita gente já escreve, é um repertorio que foge das salas de concerto e que as pessoas gostam de ouvir.


Por norma na região os concertos de música erudita tem um público essencialmente constituído por estrangeiros, não é o vosso caso, os vossos concertos enchem, mas não é de turistas. A que atribuem esse fenómeno?
SS: Primeiro, acho que é o efeito novidade. Depois somos caras conhecidas na escola de música, porque todos trabalhámos cá, o primeiro impacto foi esse e depois o nosso projecto cativou por ser musicalmente diferente e felizmente tem corrido bem. (risos)
AIR: Toda a gente tem muita curiosidade em ouvir um saxofone, um violino e um piano juntos e a verdade é essa.

sábado, 15 junho 2013 15:39

A discreta

Teresa Madruga é uma das actrizes mais requisitadas pelo cinema português, pelo seu enorme talento e pela naturalidade que confere as personagens que cria para tela, ou não cria, como no caso da Vitória de Tabu.

O que a atraiu na sua personagem no filme Tabu? Foi a sua solidão?
Teresa Madruga: Não foi propriamente mais o personagem em si, foi o projecto do filme. Primeiro, tinha gostado do filme anterior do Miguel Gomes, percebi que não era um cineasta qualquer, tinha um outro tipo de imaginação e como tinha gostado do seu último trabalho, aceitei fazer o papel. Achei estranho o projecto, a Victória também era estranha e tudo isso me levou a aceitar. Não foi exactamente, porque fosse super interessante. Além disso, era um personagem difícil, porque era quase a não acção.


Ela é uma pessoa que interioriza tudo.
TM: Sim, ela existe do ponto de vista de ouvir e imaginar. Como aquela mania de ir ao cinema. Era mais o trabalho em si no total que me atraiu.


O facto de ser filmado a preto e branco surpreendeu-a?
TM: Com aquele cineasta, não. (risos) Só me surpreendeu, no sentido em que sabia que uma pelicula a preto e branco é mais cara. Agora os métodos, não.


Estiveram presentes no festival de cinema de Durban, como é que um filme como o Tabu, sobre um passado colonialista foi recebido?
TM: Há muitos portugueses a residir na África do Sul, principalmente foram esses os mais interessados em ver o filme e gostaram imenso. Mas, falei mais com os emigrantes, eles também são sul-africanos, porque vivem lá desde que nasceram. Muitas vezes, esse passado colonialista toca muita gente que vive cá também, que se lembra daquilo tudo.

sábado, 15 junho 2013 15:28

O atlas de anatomia

A faculdade de Medicina Veterinária da Universidade técnica de Lisboa lança site sobre anatomia.

O Atlas de Anatomia Patológica Veterinária, é segundo a equipa de professores e estudantes que criou este site, "uma proposta de um novo modelo de estudo que tem como base a utilização das novas tecnologias informáticas, representando uma nova atitude na aquisição de conhecimentos, mais descontraída e interessada. Este trabalho resulta da escolha de imagens do arquivo da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, da colecção particular de alguns professores desta instituição e de algumas ofertas. As imagens seleccionadas ilustram na sua maioria exames necrópsicos, casos clínicos, achados de matadouro e cortes histopatológicos usados para diagnóstico. A selecção foi efectuada de acordo com os temas de maior interesse no âmbito da Anatomia Patológica Veterinária e da Patologia Geral. Tem como objectivo facilitar o estudo dos alunos de Medicina Veterinária e despertar o interesse pelo diagnóstico necrópsico e histopatológico, ilustrar casos clínicos de interesse prático para todos aqueles que exercem a actividade clínica veterinária e permitir a compreensão e interpretação entre os aspectos macroscópicos e microscópicos das várias afecções apresentadas".Trata-se de uma página que se pode consultar em português e inglês e que visa também ser uma ferramente de auxílio para os médicos veterinários espalhados pelo país e pelo mundo. Aconselha-se as pessoas mais sensíveis a evitarem certos conteúdos deste site.


http://atlas-ap.utad.pt/index.php/pt/

 

sábado, 01 junho 2013 14:01

O gastronauta inquieto

O movimento slowfood Alentejo tem apenas 25 pessoas inscritas. É uma pequena gota do oceano comparado com os restantes membros da comunidade de slowfood global. Mas, isso pouco importa para Vitor Lamberto, um dos membros mais ferranhos desta filosofia de vida, que defende com unhas e muitos dentes, as iguarias e delícias gastronómicas do nosso país. Até dá água na boca só de falar em comida!

O que é o movimento slow food?
Vitor Lamberto: O slow food é um movimento que surgiu em 1986, em 1989 institucionalizou-se e a partir daí somos mais de 100 mil membros em todo o mundo. Nasceu em Itália, que é um exemplo em termos de gastronomia e também possui o maior número de pratos que se inserem na dieta mediterrânea que foi considerada património da humanidade pela UNESCO. Foi este país que despoletou tudo isto, mas Portugal não aderiu, agora tenta apanhar o barco em andamento. Esta ideia do movimento slow food (MSF) teve origem na praça de Espanha onde havia um Mac Donald's, um grupo de pessoas começou a achar incongruente que num país onde se come muito bem, onde os viajantes deviam provar o que existe localmente, pelo contrário, comiam hamburgers que se comem em todo o lado e que é sempre igual. Então retomou-se o hábito de comer devagar, com tempo, com a família, e com os amigos. Aliás, se pensarmos bem os grandes momentos da vida acontecem à mesa, seja um aniversário, um casamento e até um negócio. O acto de comer é sagrado. O nosso símbolo é o caracol, porque recuperámos a lentidão, as pessoas no dia-a-dia andam cada vez mais depressa e tem cada vez menos tempo e o MSF percebeu isso, e muitas pessoas também assim o entenderam e curiosamente nos EUA que teve um desenvolvimento exponencial do fast food, mas onde também encontrámos este conceito do slow food. Cada vez mais se nota que este movimento tem vindo a ser abraçado nas comunidades e estão a ser recuperados sabores, através de actividades nas escolas, nos mercados locais e até na recuperação de espécies vegetais que produziam.


Então como é tudo funciona?
VL: O slow food tem vindo a recuperar tradições, sobretudo com estruturas regionais, neste caso no Alentejo. Tentámos transmitir esta filosofia de vida de forma que os alentejanos a percebam e ao mesmo tempo notámos que há um conjunto de estructuras que ajudámos a recuperar, como por exemplo, algumas das tabernas tradicionais que tem vindo a ser fechadas por esses patetas da ASAE, e não tenho problema em assumir isso. Eles têm destruído muita coisa em termos de tradição no nosso país que ainda por cima atrai turistas, porque os que nos visitam não vão procurar o que podem encontrar nos seus países. Temos também estado a recuperar espécies de sabores. É um trabalho à base de safra onde vamos descobrindo estes produtores tradicionais e um património gastronómico. É um ponto de partida preciosíssimo para dar a conhecer o nosso território. Temos que ajudar com calma, com lentidão, com qualidade e respeitando sempre os produtos da época, em detrimento dos restantes, porque de contrário ingerimos comida carregadas de químicos e preservativos. O futuro passa por comer localmente, da nossa horta e isso tem uma vantagem, faz com que as pessoas se fixem no campo e produzam. Dir-me-á é mais caro, sim, mas hoje em dia as pessoas preferem gastar nos telemóveis e poupam na comida. Aqui há algo de errado, devíamos gastar mais com o que comemos.


Sim, mas o Alentejo sempre teve uma forte tradição gastronómica e mesmo assim, precisa de ser preservada em Portugal?
VL: Sim, necessita. Já falei das tabernas que foram desaparecendo.


Mas, as pessoas continuam a confeccionar os pratos tradicionais?
VL: Sim, continuam, mas sabe o que se cozinha é só comida algarvia, porque quando se tornou moda o Algarve esqueceram-se de muita coisa e o Alentejo nesse sentido também esta a caminhar nessa direcção. Muita gente que está envolvida nesta área da gastronomia não conhece muitas destas preciosidades gastronómicas locais, por exemplo, onde é que se vai comer uma açorda de alface? Onde se come os pratos que o povo criou? Hoje em dia as pessoas vão comer ao Alentejo ludibriados muitas vezes. A doçaria conventual que era apenas para as famílias ricas agora democratizou-se, mas onde estão os bolos secos? Há um conjunto de aspectos que se tem vindo a descaracterizar. Os idosos já não bebem o seu bagaço, bebem whisky. Ficámos deslumbrados com o exterior, mas esquecemos que temos um património interessantíssimo e que deve ser protegido antes de desaparecer. É o que tentámos fazer com o botifarro, ou a batateira da Azaruja que quase ninguém os conhece e é um produto local dos arredores de Évora.

 

sábado, 01 junho 2013 14:00

Splash celebridades

É o novo programa da grelha da SIC

Eu sempre pensei que já tinham inventado tudo em termos de programas televisivos, mas (e há sempre um mas) enganei-me redondamente. Splash celebridades é um daqueles formatos, que na minha modesta opinião, mete água por todos os lados. Trata-se de mais uma daquelas aberrações televisivas que merecem um ponto apenas pela sua originalidade inclassificável. A grande dúvida que persiste é sabe ao certo que tipo de público acha atractivo ver figuras com algum mediatismo dar saltos na água? Assim, resta o seu único propósito mais que evidente que é fazer concorrência ao "big brother vip" na TVI, que não faz. E por último e só isso merece mais um ponto, fico deveras impressionada com a versatilidade dos manos Guedes, um "brilha" na TVI e o outro tenta fazer o mesmo na concorrência, numa "batalha" de egos que promete mais do que os formatos de tv supra citados. Só isso dava um spin off muito mais interessante!

sábado, 01 junho 2013 13:57

As TM

O Japão esta de moda e é já uma das referencias desta primavera-verão.

É uma das tendências de moda para 2013 pela delicadeza dos seus padrões coloridos, as suas formas largas e confortáveis e pela riqueza dos seus bordados. Pormenores que não deixaram indiferente a equipa criativa de Teresa Martins que idealizou uma colecção inspirada no Japão, intitulada de "summer moods". Os seus coordenados apelam aos dias de quentes de verão, sentadas à beira mar, num ambiente boémio e relaxado que induz a uma felicidade salgada. Seria desta forma um pouco poética que descreveria as peças de vestuário desta marca bem portuguesa. É aliás, uma das imagens da designer nacional, uma diversidade de tecidos de elevada qualidade e versatilidade, linhos, algodões e sedas, cravejadas de pormenores bordados que nos remetem para as ilustrações nipónicas. As formas induzem a uma comodidade que permite uma grande liberdade de movimentos, isto sem falar das sobreposições das peças e dos deliciosos pequenos detalhes de modelação que de certa forma criam uma silhueta fluida e cheia de vida. A TM collection é uma empresa portuguesa de design de produtos de moda e casa.Todas as colecções são criadas pela equipa de designers residente, sob a direcção de Teresa Martins. Sendo que a maioria dos tecidos usados nos seus produtos, são desenhados e produzidos em exclusivos pela própria marca.

 

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