Luís Santos* teve uma ideia insólita, que aliada a sua licenciatura em marketing e a sua experiência em gestão de imagem de marcas nas redes sociais, o ajudou a criar o projecto "portuguese sayings" que traduz à letra para inglês expressões idiomáticas portuguesas impressas em vestuário. Uma marca nacional que já é todo um sucesso internacional.
Como é que surgiu a ideia deste projecto "portugueses sayings"?
Luís Santos: Isto surgiu no dia 23 de Setembro de 2012, na altura estava desempregado, a ideia de traduzir os ditados portugueses para inglês literalmente surgiu ao relembrar a minha infância, quando comecei a aprender a língua, eu e os meus amigos costumávamos fazer essa brincadeira, porque achávamos imensa piada. Depois decidi colocar os provérbios associadas a imagens no facebook, aliando aos conhecimentos que tenho das redes sociais, já que trabalhei nessa área. O objectivo era que as pessoas as partilhassem e fizessem mais sugestões.
Mais tarde, surgiram algumas questões relacionadas com direitos de autor, em termos das imagens.
LS: Não era um problema de direitos de autor, mas como queria que o meu projecto fosse original e ia apresenta-lo no TEDX, eles advertiram-me sobre essa questão. No fundo trata-se de uma empresa internacional e como as conversas são difundidas em todo o mundo, era bom que não surgissem problemas dessa natureza. No princípio o projecto era ilustrado com imagens que encontrava na internet e não sabia se tinham direitos de autor ou não, por isso, decidi enveredar por um novo caminho, criar uma imagem original para os "sayings".
Depois como é que surge a parceria com as duas designers?
LS: A parceira surgiu da vontade de ter ilustrações originais. A Diana Barreiro é uma das primeiras pessoas que trabalhou comigo, é minha amiga e ilustradora, então fez-me dois desenhos para "´és bom como o milho" e " estás armado em carapau de corrida" que posteriormente foram aproveitadas para a venda de t-shirts. A Cristina Nunes , é outra face desta parceria, que ilustra também algumas frases, nomeadamente, "tira o cavalinho da chuva" e "eu não brinco em serviço" e ambas tem tido muito sucesso.
Como é que aparecem as camisas, as túnicas e as t-shirts?
LS: Quando criei a página, passado pouco tempo, os fans começaram a perguntar quando é que me decidia a lançar uma marca com t-shirts porque gostavam das frases e queriam "usa-las". Eu comecei a pensar nesse assunto e criei a loja online, então, surgiu a parceria com as designers. Fizemos um acordo, elas ganham uma percentagem sobre a venda das camisolas que ilustraram.
Sessão com a presença da realizadora e do director artístico das "comédias do Minho" João Pedro Vaz, no dia 18 de Março, pelas 21.30, no Auditório Musical de Miragaia.
O documentário de Sofia Marques teve origem na filmagem dos ensaios do espectáculo das Comédias do Minho que recriou a história da lenda Deu-la-Deu, heroína da vila minhota de Monção, que venceu o cerco castelhano pela astúcia no tempo das chamadas guerras fernandinas do século XIV. Durante o tempo passado em Monção no ano de 2009, a realizadora filma também o quotidiano da vila recuperando um imaginário quase em desuso. O tipógrafo, o alfaiate, a banda filarmónica, a cozedura do pão, a feira, as figuras da procissão – filmando cada cara bem pertinho. O retrato composto é assim o de um fresco de habitantes que contam a lenda e discutem as relações com os vizinhos galegos. Imaginem o diário íntimo de uma aldeia rodeada pelas montanhas, quase parada no tempo, onde a palavra pressa não existe e onde as histórias se contam no canto bem aquecido pela lareira. Venha conhecer este testemunho visual de um Portugal em vias de extinção.
Fátima Spínola é uma das artistas plásticas selecionadas para a exposição "Interartes 2013- artistas portugueses no Brasil", que conta ainda com as participações de Gama Dinis, Sónia Santos e Carlos Reys. Uma mostra com 40 obras que já foi inaugurada no dia 12 de Março, mas que estará patente até o dia 12 de Abril, no espaço do sindicato dos arquitectos em São Paulo.
Como surge este convite para expor em São Paulo?
Fátima Spínola: Surge através do ciberespaço. Trata-se de um convite da curadora Djanira Costa. Ela tem acompanhado o meu trabalho através da internet, pediu-me para apresentar uma proposta e selecionou alguns trabalhos para esta mostra em São Paulo.
Quantos trabalhos apresentastes e quais foram selecionados?
FS: Todos os que apresentei foram escolhidos. São oito gravuras. Foram trabalhos de 2008.
Porquê a escolha de gravuras?
FS: Principalmente por causa do transporte dos trabalhos tinha que adequa-los à situação específica desta exposição.
Quais os temas que abordas nestas obras?
FS: Por um lado, alguns trabalhos abordam a história da arte, por exemplo, são Duchamp remodelados, é uma influência muito grande na minha obra, principalmente na área da instalação. Representei-o através de uma série de máscaras, ao igual do que fazia na sua própria vida em termos fotográficos. Ele fazia uma espécie de travestimos, vestia-se de mulher, criando vários personagens que depois fotografava. Os restantes trabalhos reflectem as pessoas ligadas a mim, retratos, questões simbólicas ligadas a esse espaço privado, há uma gravura de um ninho de ratos, que é uma representação simbólica e afectiva, sempre sob o ponto de vista da época, em 2008.
É um monumento nacional e património da humanidade da UNESCO.
O mosteiro de Alcobaça embora tivesse albergado os monges brancos e a sua arquitectura tivesse sido inicialmente reflexo de uma regra beneditina de procura de isolamento, humildade e modéstia após séculos de conflitos armados, desastres naturais e alterações pouco ou nada resta dessas piedosas características neste monumento imponente. Logo à entrada, deparamo-nos com a sua ampla escadaria e com uma fachada com elementos barrocos, mas não é de traços arquitectónicos de que quero falar. O interior deste monumento é que merece uma ressalva pelo passado tristemente dramático que alberga nas suas grossas e vetustas paredes. Os amantes mais famosos de Portugal em paz eterna descansam, numa das alas dos túmulos dos reis. Dona Inês de Castro, dama da corte espanhola e Dom Pedro, príncipe herdeiro não puderam viver o seu grande amor, que ganhou contornos de lenda quando sua majestade ao subir o trono de Portugal decidiu coroar a amante, morta à traição, de rainha e obrigou toda a nobreza, o clero e o povo prestar-lhe homenagem como se estivesse viva. Desse rasto de paixão extrema restam os sarcófagos, onde ambos estão sepultados, que possuem uma particularidade muito sui generis, segundo as especificações rigorosas do rei, ambas as figuras esculpidas são ladeadas por anjos que seguram as cabeças do casal para que no dia do juízo final quando ressuscitarem se possam olhar olhos nos olhos! Se isto não é amor, então não sei o que é! O facto é que muitos jovens casais escolhem o convento para as suas núpcias embalados pelo cariz romanesco e sangrento desta história sem final feliz, bem, depende do ponto de vista.
É um programa de variedades do canal privado TVI.
"Não há bela sem João" é um daqueles espaços televisivos que não consigo categorizar, decidi escrever variedades, mas não sei bem se esse é o termo correcto para o classificar. É meio humorístico, meio concurso e meio igual a um programa do género que se estreou num canal privado da concorrência. A meu ver é uma confusão tão grande de géneros num só que acaba por não funcionar, ou melhor, funciona aos tropeções, porque o público que sempre acompanhou a carreira dos humoristas João Paulo Rodrigues e Pedro Alves não se revê neste tipo de programas. A presença da Marisa Cruz em nada contribui para tornar este "não há bela sem João" mais credível, parece apalhaçada no mau sentido. Sou grande fan do Quim Roscas e do Zeca Estacionancio e fiquei bastante desapontada com este formato, eles mereciam um programa próprio e não este formato que nem é carne, nem é peixe, percebem o que quero dizer?
Anabela Baldaque é uma das estilistas mais conceituadas ao nível nacional. As suas colecções reflectem uma atmosfera fluida, calma, mas ao mesmo tempo cosmopolita, cheia de energia positiva e muita personalidade. As suas peças de vestuário reconhecem as formas femininas através de uma conjugação de tecidos e cores que tem alcançado enorme sucesso junto das mulheres portuguesas.
Olhando para atrás ficaram projectos por concretizar?
Anabela Baldaque: Sim, claro, muitos projectos que se começaram e não acabaram e ainda existem outros sonhos por concretizar. Ficaram algumas coisas por fazer, mesmo olhando para atrás. Uma linha de lingerie que foi sempre uma coisa que eu quis fazer, por exemplo. Outro projecto que ficou por realizar foi uma abordagem que fiz a uma empresa de calçado que não correu bem.
E a marca Anabela Baldaque é tudo aquilo que sonhou?
AB: É muito mais do que aquilo que sonhei. Muito sinceramente nunca almejei ir tão longe, que a marca fosse reconhecida lá fora da forma que se conseguiu. Sempre trabalhei muito e o meu grande objectivo em termos profissionais é ser boa naquilo que faço, mas ter conseguido chegar onde cheguei, não.
Vamos falar um pouco das colecções propriamente ditas. Quem é a mulher Anabela Baldaque?
AB: À partida é uma mulher exigente, que gosta de se apresentar bem, É feminina e com muita personalidade. Isso noto directamente nas minhas clientes, são pessoas que sabem bem o que querem e ao escolher a marca identificam-se com ela. Gostam de adaptar a roupa ao seu estilo pessoal. Acho que isso é uma mais-valia para a marca, dar espaço a pessoa que a compra ter a alma de quem a veste e isso acho que consegui alcançar.
Acha que para isso terá contribuído o facto do papel da mulher ter mudado na sociedade portuguesa?
AB: Sim, sem dúvida. As mulheres passaram a ter mais autonomia e papéis de destaque na sociedade, um trabalho extra fora de casa. Todo esse tipo de mulheres conseguiu orientar-se bem na minha marca de roupa. Teve imenso a ver.
A sua marca diria que é urbana ou vai para além disso?
AB: É urbana no sentido que é citadina e cosmopolita, mas interioriza um determinado tipo de abordagem mais efémero, mais campestre, descontraído.
Foi um disco editado em 2011 pela cantora Viviane.
Trata-se de uma das vozes femininas mais carismáticas do universo sonoro português. Viviane é uma referência da música pop dos anos 90 graças aos "entre aspas", banda que ajudou a fundar e que se tornou um dos grupos ícones do panorama musical nacional graças a temas como "uma flor", "perfume", "tropecei na noite", entre outros. Passados quinze anos, Viviane procura novos desafios e decide lançar uma carreira a solo que se distingue do período anterior pela mudança radical em termos de linguagem musical, ela passa a interpretar fado, tango e a "chanson française", estilos que estão muito presentes neste terceiro álbum. "As pequenas gavetas de amor" é uma alusão aos discos de vinil do pai que a cantora encontrou nas gavetas de casa. Trata-se de um álbum carregado de grande dramatismo como ela própria o define, sublinhado pelo som do acordeão e da guitarra portuguesa. É um trabalho com um certo romantismo perdido, uma certa melancolia, muito presente na forma como a Viviane interpreta algumas das canções, como " deixei a janela entreaberta" ou "urgentemente", ou "sussurro da última canção". Acima de tudo o que fica deste disco é sua voz peculiar que confere uma tonalidade que nos remetes para ambientes mais carregados de fumo que já desapareceram nos nossos dias, mas que estão impressos neste trabalho discográfico cheio de charme.
http://www.viviane.com.pt/discos
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Resultou de um conjunto de entrevistas que a jornalista Isabel Lindim fez a um grupo de mulheres portuguesas que fizeram parte das brigadas revolucionárias. Uma organização armada que pretendia corroer os alicerces da ditadura e acabar com a guerra colonial, visto sob o ponto de vista feminino, escrito por uma mulher e relatado por algumas destas heroínas anonimas da revolução.
Consideraste que era importante escrever "mulheres de armas", porque muitas vezes se ignora o papel das mulheres nos momentos mais marcantes da história portuguesa?
Isabel Lindim: A ideia de escrever o livro surgiu depois de começar a fazer entrevistas a intervenientes das Brigadas, de uma forma ou de outra envolvidos nas acções. Quando comecei a fazer a lista de possíveis entrevistas, com a minha mãe e o Carlos Antunes, surgiram logo imensos nomes de mulheres. Logo aí eu achei que revelava algo de diferente na organização. Falei com a minha mãe e de facto a forma como as mulheres participavam nas Brigadas Revolucionarias (BR) e no Partido Revolucionário do Proletariado (PRP) era diferente das outras organizações. Uma das entrevistadas tem um sobrinho editor, que sugeriu editar um livro. Eu achei que seria uma boa oportunidade para falar de dois temas pouco abordados, as organizações de luta armada em Portugal antes do 25 de Abril e o papel das mulheres nessas organizações. Tenho pena de não ter chegado a todas, foram mais as que estiveram envolvidas nas BR.
Achas que o facto de algumas destas mulheres continuarem a querer permanecer anónimas é o resultado de uma sociedade machista e opressiva que tendia a desvalorizar o papel da mulher na sociedade e que de alguma forma inconscientemente tudo isso ficou impreso e como tal continuam a não considerar que o seu contributo não tenha sido importante?
IL: Todas elas têm noção de ter tido um papel importante para a corrosão da ditadura e o fim da guerra colonial. O facto de três delas quererem o anonimato prende-se mais com as suas profissões com alguma exposição. Podiam passar a ser alvo de comentários desagradáveis. Não me parece que tenha a ver com machismo, também os homens entrevistados podiam preferir o anonimato. Não são mulheres que se deixem intimidar com juízos de valor.
Quando lemos os testemunhos quase ficámos com a ideia de que estas mulheres são de um outro país, que não o Portugal dos brandos costumes, parece quase irreal. Tivestes essa impressão, ou não? E se não, quais foram os teus primeiros pensamentos á medida que ias recolhendo estes testemunhos?
IL: Ouvir os relatos na primeira pessoa foi muito gratificante. Todas elas me surpreenderam, não só pelas acções em que participaram, de grande coragem, como também pelas mulheres que são e se tornaram. Professoras, médicas, produtoras, todas elas sem envolvimento político após a revolução. Isso revela que são pessoas especiais, que viram ali uma oportunidade de acção, de derrube da ditadura e fim da guerra. Á medida que ia fazendo as entrevistas ficava com uma ideia cada vez mais elucidada do ambiente da altura, do dia-a-dia. E depois tive outras surpresas, sobre factos da ditadura que já ouvimos falar mas só quando a fonte é na primeira pessoa é que ficamos bem com a noção daqueles tempos. Para te dar uma ideia das surpresas que fui tendo, uma das mulheres que chegou a Lisboa vinda de Moçambique em 1962 vestiu umas calças nos primeiros dias, porque estava frio, era em Novembro. Foi perseguida na rua e à porta do técnico, onde ia estudar, foi barrada pelo porteiro que lhe disse que ali só os homens é que podiam usar calças. Isso e mais um ou outro encontro com a força policial nas universidades foi suficiente para ela se tornar um dos maiores apoios às BR.
Em relação às BR, há algumas que impressionam, como a Joana II, que se finge de grávida e leva na barriga falsa um conjunto de bombas para colocar numa casa de banho do Ministério da Saúde. Ou a da Paula Viana, que teve que colocar uma carteira com explosivos junto a uma porta dentro do quartel, porque atrás dessa porta estava a lista de próximos soldados a serem enviados para a guerra.
A recolha dos documentos e dos testemunhos levou quanto tempo? E quais foram os maiores obstáculos que sentistes durante todo esse processo antes da escrita propriamente dita?
IL: A recolha de documentos começou há seis anos quando o Instituto de Ciências Sociais na Holanda se interessou pelo material de arquivo das BR e do PRP. O Carlos Antunes propôs-me ser eu a organizar o material e a digitalizar antes de enviar para a Holanda. Acabei por me juntar à Fundação Mário Soares nesta tarefa, que se revelou maior e mais complexa do que eu pensava, porque eles têm um excelente arquivo histórico desenvolvido pelo Dr. Alfredo Caldeira. Não senti grandes obstáculos, a não ser na recolha de um material que há muito procuro, os registos da rádio clandestina de Argel Voz da Liberdade. Eu sei que eles existem, porque faziam parte das escutas da PIDE e há excertos escritos em relatórios enviados ao Salazar, só não sei onde eles estão.
É um filme sobre trafego humano da realizadora Teresa Villaverde.
"Transe" acima de tudo é um excelente exercício de cinema da dupla Teresa Villaverde e Ana Moreira. Trata-se de uma segunda colaboração cinematográfica, após um interlúdio de oito anos, que a meu ver confirmou o talento de ambas para transpor para tela histórias do mundano e grandes personagens anónimos e uma parceria perfeita. Este é um filme duro, frio e cru que aborda a temática da prostituição sem o camuflar. É o lado negro de uma sociedade dita evoluída, que ignora o tráfico de seres humano que explora impunemente mulheres em situação precária, em termos económicos e sociais. Em "transe", Ana Moreira compõem Sónia, uma jovem russa, proveniente de São Petersburgo, que decide emigrar em busca de uma vida melhor, só que acaba emaranhada nas redes da prostituição internacional. Um pesadelo solitário e fisicamente doloroso ao que só consegue fugir fechando-se em si própria, nas suas alucinações pessoais, num transe muito próprio que funcionam como uma fuga ao quotidiano quase intolerável. Quando Teresa Villaverde começou a escrever o roteiro de "transe", só teve uma actriz em mente, Ana Moreira, que durante um ano teve de aprender russo para conferir mais credibilidade a personagem. A escolha da realizadora não poderia ter sido mais acertada, a actriz entregou-se totalmente a esta Sónia, o filme vive e respira dos belíssimos planos do rosto da actriz e das paisagens oníricas que reforçam o caracter dramático do filme. Eu diria que é uma obra-prima do cinema português, por isso, aproveitem e vejam-no. Bom cinema!
Sara Osório criou um alter-ego chamada sara-a-dias, uma tira de banda-desenhada, que reflecte sobre o quotidiano de uma forma bem-humorada e com muita ironia. Trata-se de uma rapariga que gosta da sua família, mas que se vê confrontada diariamente com os desafios da sua inusitada juventude. Por isso, venha daí conhecer a sua criadora.
Quem é esta rapariga a sara-a-dias?
Sara Osório: Essa rapariga já existe há 26 anos e o seu alter-ego só surgiu a um ano, em Março de 2012. No fundo acaba por ser um confessionário, é um espaço onde eu conto as minhas peripécias todas, os momentos que tive, o contacto com outras pessoas no dia-a-dia, é como uma batedora onde se mete todos os sumos e no final temos um batido. É uma explosão de criatividade onde pelo meio aparecem as coisas que me acontecem.
A sara-a-dias tem um certo humor corrosivo e negro, isso foi sempre a ideia inicial?
SO: Sendo um pouco autobiográfico acaba por ser um bocadinho uma extensão de mim própria. Eu sempre foi assim e por isso não é algo que faço de propósito, apenas surge espontaneamente.
Quando te surgiu a ideia de criar esta personagem, porque logo em banda desenhada? É pouco comum haver desenhadoras no sexo feminino.
SO: Eu sempre fui mais ligada as artes, apesar de não ter seguido essa área. Sempre desenhei desde pequenina, só que cheguei a um ponto que esse meu lado artístico adormeceu e já não fazia tantos desenhos e por acaso senti falta disso. Mais tarde, quis seguir a área do design, mas quando me candidatei à universidade apercebi-me que não tinha as disciplinas necessárias para seguir o curso que queria. Foi abafando o meu desejo e quando saí da faculdade e entrei no mundo do trabalho, acho que fundo foi o meu lado criativo a chamar por mim. Sou muito comunicativa e partilhei sempre as minhas histórias com os meus amigos e houve um dia, já era um hábito meu, que decidi partilhar com o resto do mundo e o bichinho começou por aí. Depois comecei a ter cada vez mais seguidores e foi curioso aperceber-me do feedback das pessoas que se sentiram identificadas com algumas situações que acho caricatas e que acabam por puxar pelo diálogo e assim a sara-a-dias torna-se mais interactiva.
Tens alguma percepção quanto aos teus fans? Se são mais do sexo feminino ou masculino?
SO: Eventualmente serão mais do sexo feminino. Por acaso, digo feminino, mas não tenho ideia, os temas que abordo estão mais associadas ao universo feminino, mas não sei precisar.
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