É um livro que surgiu após o documentário sobre Mário Cesariny.
A obra do poeta e artista surrealista Mário de Cesariny é quase incomensurável e encerrar toda essa vivência num único documentário foi um trabalho quase de escultor, de cinzelagem, onde foi necessário esculpir uma narrativa que mostrasse o outro lado do homem, a sua faceta mais intima que se funde com o seu próprio percurso profissional. O documentário de Miguel Gonçalves Mendes tem esse olhar, pessoal, mas pessoal e intransmissível, mas como em tudo na vida, o tempo é sempre uma condicionante e muita coisa ficou de fora que pode ser apreciada neste livro, magnificamente ilustrado pelas imagens da Susana Paiva. É uma obra onde descortinámos o ser humano, o pensador, o irmão e o solitário. É o apanhado das conversas que tiveram entre as cenas de filmagens, as pequenas cumplicidades que foram surgindo e que de alguma forma não tiveram espaço no documentário. É um pequeno tesourinho literário, não só pela beleza das fotos, mas porque esta pequena homenagem também acaba por mostrar o outro lado do cineasta, da fotógrafa e da equipa de filmagens. É como ter licença para entrar numa privacidade verdadeiramente comovente em muitas das páginas. Boa leitura!
É uma das cores que vão com certeza iluminar o verão de 2013
A cor laranja simboliza a alegria, estimula o optimismo, a generosidade e o entusiasmo, nada mais indicado para animar os espíritos nesta primavera-verão e as passarelas nacionais não se fizeram rogadas nesta matéria, nomeadamente, na colecção de Ricardo Preto com as suas criaturas ágeis de movimentos contidos, como próprio descreve. São peças geométricas, que alongam a silhueta e ao mesmo tempo são justas.
É o álbum de várias versões da banda portuguesa Soaked Lambs
Este é um trabalho discográfico muito eclético, viajámos por vários lugares, por vários idiomas, por vários espaços temporais e por várias vertentes musicais através de 12 faixas que devem ser ouvidas sem pressas, tal qual como no dia em que foi gravado, ao Domingo, caso queiram saber. Há uma certa fusão em alguns dos temas, mas o que fica são as versões de alguns clássicos de Merle Travis, ou Georgia White e ainda há espaço para três canções em português, das quais destaco "a flor e o espinho" que teve a colaboração de Rodrigo Leão nos arranjos e que foi o single de estreia deste álbum recheado de preciosidades. Devo dizer que sou suspeita ao falar desta banda, já que para além da música, há dois motivos de peso que me fazem gostar destes "cordeiros encharcados", a vocalista, a Mariana Lima Balas com a sua voz de veludo que me faz recordar as divas dos anos 50, o seu look retro seduz-me, isto sem falar dos óculos, digamos que é o meu lado fashionista a falar, mas de facto não resisto! O outro motivo é o Afonso Cruz, o matulão da barba, gosto de tudo o que ele escreve e as capas que desenha para os CD. É uma fraqueza literária, mas não há nada a fazer. O Gito, o Vasco, o Tiago e o Miguel que me perdoem, mas se serve de consolo, gosto muito da forma como tocam estas versões que vão desde o jazz, até o blues, passando pelo tango. É verdade, eu avisei que era uma viagem!
Nuno Rocha é um jovem cineasta português que tem granjeado um série de prémios além-fronteiras graças as suas curtas-metragens. Um trajecto no cinema que pretende que seja longo e profícuo e para tal criou em parceria com um colega da faculdade os “filmesdamente” que produz cinema, publicidade, televisão e promove ainda workshops na área dos audiovisuais.
O que inspirou o “3X3”?
Nuno Rocha: Não teve uma inspiração definida. Era um filme que pretendia fazer sem diálogos, com poucos recursos e com o mínimo de um, ou dois actores. Eu gosto do cinema mudo dos anos vinte, trinta e aí se calhar podemos falar de inspiração. Era uma curta-metragem que não queria que tivesse diálogos e portanto explorava mais as expressões faciais e o comportamento físico.
A escolha dos actores foi cuidada, porque o protagonista tem um rosto muito particular.
NR: Sim, eu queria que o casting fosse particular, essa talvez seja a palavra mais adequada. Os dois personagens têm a sua importância, ambos são muito distintos, um usa a cabeça e a inteligência para atingir os seus objectivos, o outro, no fundo é a força e o jeito. São duas forças opostas quer na aparência física, quer no comportamento e era importante para mim ter duas personagens bem caracterizadas, bem distintas. O segurança quis que tivesse aquele aspecto e acabei por encontrar o actor ideal para fazer de empregado de limpeza.
Voltando um pouco à inspiração esta curta foi buscar elementos no “o bucha e o estica”, que era uma série cómica dessa época que de falavas há pouco.
NR: Talvez, eu via todas essas séries e filmes, desde o Charlie Chaplin até o Buster Keaton. Eu via muito esse cinema que era directo, com histórias muito simples de entender mesmo por uma criança. Era um tipo de comédia de expressões físicas, todos movimentos do corpo demonstravam o decorrer da história sem recorrer a palavra, já que ela só aparecia em forma de texto. A minha ideia não era fazer um filme dos anos vinte, mas sim moderno, com uma linguagem que fosse igualmente entendida por qualquer pessoa, fosse adulto, ou fosse uma criança.
“Momentos” é outro dos teus projectos, também sem falas.
NR: Sim, é outro filme sem diálogos, porque queria que fosse uma curta-metragem mais internacional, que fosse passível de ser vista por qualquer pessoa sem recorrer as legendas. Neste caso, como acho que domino a forma de contar uma história sem recorrer ao diálogo, decidi que não era difícil de o fazer mesmo sendo diferente, não sendo uma comédia. E foi. A LG aceitou a proposta e filmámos uma história, plano, a plano, recorrendo as expressões e as acções.
Teogonia marca o arranque de um projecto artístico com origem num poema mitológico escrito por Hesíodo no século VIII antes de Cristo. É uma obra com 1022 versos que descreve a origem dos deuses, assim como do seu envolvimento com os homens e os heróis que foi transposta para a tela por dois artistas Nair Morna e Roberto Macedo Alves. Duas visões pessoais que derivaram em 11 reinterpretações de fotografias de pessoas “comuns” sob a forma de divindades gregas. Uma exposição a não perder na Casa das Mudas.
Teogonia/1 porque a escolha deste tema?
Roberto Macedo Alves: Tem a ver com a busca da transcendência. Foi uma questão que abordei com a minha colega de exposição a Nair. Achámos que neste mundo tecnológico tínhamos perdido um pouco a magia do transcendente, tudo tinha uma explicação científica que acaba por tirar um pouco do encanto destas coisas. Abordámos a importância dos mitos, das tradições antigas e essa conversa acabou por derivar para outra que foi a importância do retrato e assim surgiu a experiência de desenhar onze pessoas normais como se fossem deuses gregos ou criaturas estranhas e retratar de alguma forma a transcendência que há em cada um de nós.
Sim, mas também há um mundo paralelo. Alguns dos retratos reflectem o teu universo pessoal, profissional e até o teu gosto, muitos dos quadros são das pessoas que te estão mais próximas.
RMA: É uma interpretação desse mundo grego. No fundo temos dois tipos de trabalhos, os meus e os da Nair. Os trabalhos delas são mais rigorosos, muito mais académicos e formais. O meu é o mundo dos gregos, pelo filtro do artista, como eu os vejo. O artista sempre deixa algo de si na sua obra, daí a utilização de alguns elementos pessoais para realçar os retratados, esse aspecto do divino e a tal nobreza de caracter que vejo em muitos deles. Neste caso foram parentes e amigos, porque foram os que alinharam na brincadeira, haveria pessoas que poderiam levar a mal serem retratadas como deuses.
Esta dualidade entre o teu trabalho e da Nair foi sempre o ponto de partida, ou surgiu posteriormente?
RMA: Foi sempre o ponto de partida, portanto a base foi sempre a mesma. Partimos da mesma fotografia e o mesmo deus e o que cada um de nós fazia com isso. Não comunicamos enquanto decorria esse processo criativo. Não trocámos nenhuma ideia, para não haver interferências de um lado ou de outro. À partida só veria no final os deuses gregos segundo a Nair e o mesmo comportamento se aplicou em relação a ela. Queríamos ver como a sensibilidade de cada artista filtrava a mesma base, uma fotografia e uma palavra.
Esta acção ecológica é uma das finalista para o prémio Terre de Femmes.
"Futuro – Projecto das 100 mil árvores na Área Metropolitana do Porto (AMP)" de Marta Pinto, investigadora da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Católica Porto, é uma das três finalistas para a nova edição do prémio "Terre de Femmes", da Fundação Yves Rocher, que premeia mulheres que agem a favor do ambiente e que já está em curso. Esta ideia sustentável é uma das seleccionadas para a grande final, que terá lugar a 7 de Fevereiro, em Lisboa, no Restaurante Monte Claros (Parque Florestal de Monsanto). Trata-se de um projecto que, além de melhorar a qualidade de vida dos habitantes da AMP, fomenta a melhoria do meio ambiente, contribuindo para o bem-estar da sociedade.A iniciativa pretende criar florestas urbanas com árvores nativas que aumentem a qualidade paisagística, suavizem o clima, funcionem como barreiras naturais em caso de incêndio, purifiquem a água e o ar, reduzam os riscos de erosão dos solos e funcionem como sumidouro de carbono.Actualmente, e no âmbito deste projecto, foram já plantadas mais de 17 mil árvores nos municípios da Área Metropolitana do Porto. Este processo envolveu 2.750 voluntários, num total de oito mil horas de voluntariado.O prémio é organizado em 15 países, incluindo Portugal (pelo quarto ano consecutivo), homenageando as mulheres eco-cidadãs na Europa. Até hoje, este prémio já recompensou mais de 285 mulheres em todo o mundo.
É um programa sobre sexo no canal SIC mulher.
Pode parecer uma provocação abordar as várias vertentes da sexualidade dos portugueses num programa de televisão, mas o que contribui de facto para o sucesso deste tipo de conteúdos, em particular o “100 tabus”, é a apresentadora, a Marta Crawford uma autêntica veterana em termos televisivos, reputada investigadora nesta área e com uma grande capacidade de comunicação. Creio que o que faz a diferença entre ela e os restantes congéneres é acima de tudo a sua telegenia e o à vontade com que aborda alguns dos temas que ainda são tabus na nossa sociedade. Por ventura a sua beleza clássica ajuda na imagem sóbria e credível que se pretende para este tipo de programas televisivos, já que em muitos casos parece quase implícito que falar de sexo envolva sempre cenários libidinosos com apresentadoras voluptuosas que nada mais fazem do que debitar um texto pré-definido, o que não é o caso. O objectivo é elucidar e debater durante 30 minutos em clima de tertúlia algumas das dúvidas e preconceitos ligados ao sexo e a meu ver “100 tabus” consegue faze-lo de forma inteligente.
Um olhar descomprometido sobre os novos sons nacionais.
É um blog diferente sobre música, porque não fala dela, mas mostra os vídeos mais recentes das novas bandas e sonoridades que vão surgindo no panorama português. O mais curioso, porventura, é que se pode votar na nossa música, cantor ou grupo preferido, a escolha é do visitante desta página descomprometida, para tal basta clicar sobre a estela da nossa preferência. O top é definido de forma simples, pelo maior número de votos dos internautas e o actual tema de eleição dos que por aqui passaram é “insónia” de Filipe Pinto, o tal jovem que não queria participar, mas acabou por vencer o concurso “ídolos” e mais não nomes não adianto vá lá ver! Os videoclips como poderão verificar não constam de algumas das listas de hits quer das rádios, quer de alguns programas de televisão, o que o torna um óptimo conteúdo para (re) descobrir muita da boa e nova música que ainda se faz no nosso país, com a vantagem de termos acesso as algumas das letras das músicas, porque como eles próprios dizem, “muito de bom ainda se vai fazendo”.
http://novamusicaportuguesa.com/2012/03/12/the-soaked-lamb-hello-bang-bang-goodbye/
Com uma carreira na moda que completou um quarto de século, Hugo Santos não se quer ficar por aqui, vai em busca de sonho, uma nova fase do seu percurso profissional, que passa pela apresentação de toda a evolução do bordado Madeira nas suas colecções e no reconhecimento deste labor ao mundo.
Fale-me um pouco destes vinte e cinco anos num meio como é a moda?
Hugo Santos: Tenho 50 anos e trabalho nisto há vinte e cinco anos, pode-se dizer que é quarenta, porque nasci e vivi neste meio, a minha mãe e o meu pai tinham uma fábrica de bordados. Inicialmente erámos quatro filhos ligados as artes e eu era o mais novo e queria ser arquitecto, ou ir para as belas artes, mas acabei ficando por aqui, naquilo que era uma empresa familiar, quase caseira. Eu sempre quis enaltecer o artesanato, apliquei o bordado na moda com o objectivo de valoriza-lo mais um pouco, de maneira que fosse feito com maior qualidade.
A carreira que construiu acabou por ser aquilo que sonhou?
HS: Eu tinha-me proposto encetar esta carreira por metas. Comecei com uma base que era a minha mãe e o bordado, mas foi um percurso practicamente feito do zero. Neste momento eu estou na fase que deveria estar. Dos 25 anos até os 40 anos de idade sabia que tinha de trabalhar para construir um atelier, então fi-lo. Depois sabia que tinha de fazer uma aprendizagem e descobrir como colocar o bordado e faze-lo da melhor forma nas peças de vestuário e acho que estou a chegar lá, porque já experimentei muitos tecidos, vários materiais, tentando sempre o que será a melhor opção.
Depois de explorar estes materiais já se encontra numa fase em que os domina por completo?
HS: Sim já sei. É a procura de não perder as origens e tentar dar a volta usando diferentes tipos de aplicações. Eu já fiz, no passado, peças muito sofisticadas, agora estou a voltar para o linho. Tento redescobrir uma blusa tradicional que se irá transformar num produto mais comercial, mas que não fosse igual ao original. Eu considero que as minhas roupas já têm uma nova técnica. O desenho é feito da mesma maneira, o que se altera é o como, tentar que o modelo tenha moda, que seja actual.
Esse aspecto que procura resulta de uma imposição do mercado, ou são as clientes que o exigem? Ou é apenas o Hugo que entende que este é o caminho da evolução?
HS: Resulta de uma procura por parte das pessoas, mas também é algo muito meu. É o olhar e não querer dar um passo muito à frente sem ter o que considero ser uma verdade, a melhor solução, de forma a sentir-me realizado, para sentir que evolui. As pessoas chegam aqui com o sonho, mas eu tenho que dar uma resposta mais actualizada, através de uma nova técnica, com uma forma mais recente de aplicar os materiais, é a minha obrigação descobrir boas soluções.
É um romance de Manuel Jorge Marmelo
É uma leitura fácil, acessível e a história seria até sedutora se o autor não se estivesse perdido um pouco na narrativa. Nos primeiros capítulos somos levados a crer que se trata de uma espécie de policial, já que, o romance começa com um alegado crime, que coloca em risco de vida o trapezista Ricardo, a estrela da companhia e o Pavarotti, o burro cantor, que aparece morto de forma ignóbil. Como por arte de magia essa potencial vertente narrativa desaparece, é relegada para um segundo plano, e o livro acaba por focar o quotidiano de um circo moribundo, através do olhar de um adolescente, o Júlio, que sonha um dia ter o seu próprio número montado numa mota no poço da morte. Os artistas que povoam este cenário potencialmente dramático são bem delineados pelo autor, o jovem narrador, aguça a nossa curiosidade, cria no leitor a vontade de querer saber mais, as personagens vão crescendo em termos de complexidade ao longo de vários capítulos até que o livro acaba abruptamente, com uma solução penso rápido, chamemos-lhe assim, para ambos os incidentes misteriosos e o que poderia ter sido uma leitura muito interessante e cheia de suspense até a última página deixa por oposição um certo sabor amargo de decepção. Boa leitura!
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