Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 29 dezembro 2012 14:35

Os mil dedos

Carlos Paredes não era apenas um guitarrista de excepção, era um músico sobredotado que deixou para a posteridade uma obra superior.

Filho, neto e bisneto de uma longa linhagem de músicos, Carlos Paredes apenas poderia ter sido um exímio executor da guitarra portuguesa. Estava-lhe no sangue, impresso no ADN que seria uma dos maiores guitarristas do nosso país. Nascido a 16 de Fevereiro de 1925, na cidade de Coimbra, Carlos Paredes apenas podia conhecer a glória tendo nascido numa casa povoada de músicos. O pai, Artur Paredes foi a figura determinante no seu crescimento e amadurecimento como músico, já que depois de um curto período a aprender a tocar violino e piano, ele selou o destino de Carlos ao acolhe-lo como seu pupilo. Uma sábia decisão, porque sem ele, o mundo não teria conhecido o génio musical que foi o seu filho.

Carlos Paredes desde cedo mostrou aptidão para a música e procurou inovar a forma de tocar a guitarra portuguesa. Era tanto o amor e o respeito que sentia pelo seu instrumento de eleição que chegou a dizer mais do que uma vez na sua grande humildade que tinha falhado esse intuito. Ouçam e avaliem. O melhor exemplo, quiçá é a banda sonora que escreveu para o “verdes anos”, um filme de Paulo Rocha, que descreve musicalmente os portugueses mais humildes que chegavam à cidade de Lisboa na década de 70. É a alma lusa que toca nas cordas da sua guitarra que tanto emocionavam quem o ouviam, ao ponto de comocionar o público com o seu virtuosismo e a confundi-lo ao mesmo tempo com a facilidade com que dedilhava as cordas da guitarra, daí o cognome dos mil dedos.

Se fecharem os olhos e ouvirem com atenção vão sentir um frémito inquietante como um choro a cada acorde, tocado pelo mestre da guitarra de Coimbra, que em tempos idos da ditadura, preso pela polícia política, “tocava” apenas com os dedos, música que apenas ouvia na sua mente inquieta. Os colegas prisioneiros julgavam até que era louco. Apenas tocava para si, no silêncio da prisão, porque era uma inevitabilidade do seu destino, era o seu fado. Tendo morrido ainda com uma carreira muito curta, Carlos Paredes deixou órfãos o povo que o idolatrava, porque só ele sabia como ninguém expressar por sons o que lhe ia no coração. Daí que encerro esta pequena homenagem com um pedido, ouçam… e silêncio que se toca o fado.

www.myspace.com/carlosparedes1925

sábado, 29 dezembro 2012 14:37

Eternidade

É um romance que descreve os anos 30 da ilha da Madeira.

Quando se lê Ferreira de Castro notámos de imediato a prosa do escritor. Ele possui uma linguagem de grande beleza estilística e isso atrai de imediato o leitor. É a escrita em grande. O segundo atractivo deste romance, se é que porventura podemos dizer isto assim, é a história, que nos remete para a ilha da Madeira, que descreve magistralmente, dos anos 30. Logo no primeiro capítulo somos agraciados com uma descrição maravilhosa da chegada ao porto da cidade. Ferreira de Castro é verdadeiramente um narrador analítico, não se limita apenas a descrever as belezas da ilha que o circundam, ele sente quase na pele as dificuldades que os madeirenses defrontam todos os dias, o esquecimento a que são votados pelo continente e a incompreensão generalizada que enfrentam silenciosamente pela sua condição de ilhéus. O mais curioso desta narrativa é que continua sendo muito actual e mais o escritor não é sequer madeirense, mas foi sensível ao ponto de perceber as angústias e as dificuldades de um povo que não sendo seu, inspirou-lhe respeito e compaixão. Outro dos pontos fortes deste livro e que achei curioso, foi a descrição do quotidiano da cidade, das bordadeiras, da sua labuta diária, em confronto com o meio rural, as misérias da vida agrícola, embora a terra seja fértil, a montanha não se deixa domar com facilidade e todos conseguem retirar o seu quinhão à custa de grande sacrifício. Ferreira de Castro é atento a todos estes pormenores e não deixa nada por dizer, ele conseguiu captar o âmago do que é ser madeirense. Gostei muito deste livro, porque descreve uma época que desconhecia por completo e mais no final tem tempo ainda para descrever o fogo-de-artifício do fim do ano, que nem sabia que já nessa altura existia e despede-se assim da ilha da mesma forma como começou, pelo mar. O título não poderia ter sido mais apropriado, a essência de um povo é sempre eterna. Boa leitura!

sábado, 29 dezembro 2012 14:26

Viver todos os dias cansa

É uma colectânea de contos escritos por Pedro Paixão.

O melhor da escrita de Pedro Paixão é os títulos. São sempre sumarentos e irresistíveis. Apelam ao imaginário do leitor, mesmo antes de folhearmos as páginas do livro. Uma qualidade que julgo advém do facto do autor ter sido também jornalista. A sua escrita enxuta, directa e sem metáforas supérfluas vai também ao encontro dessa linguagem descarnada. Um estilo realista patente nestes contos de cariz marcadamente urbana. Quase todos os textos remetem-nos para o quotidiano que conhece, abordam a realidade que o rodeia, as pessoas que se cruzam no seu caminho e fala dos portugueses, que define como “pessoas que ao verem jogar o Eusébio, em directo ou indirectamente, sentem vagamente que é da família, cultivam a tradição de cuspir para o chão enquanto passeiam, enfim, coisas assim que se têm em comum. E, claro, coisas mais importantes, como falarem uma mesma língua”. Pedro Paixão, por norma, não escreve grandes calhamaços literários, até no número de páginas se nota que é um escritor comedido, seco, só escreve aquilo que acha determinantemente essencial para a história. É o caso deste viver todos os dias também cansa. O porquê deste título? Mais uma vez terão de descobrir lendo. Boa leitura!

sábado, 29 dezembro 2012 14:27

Os per7umes entram na 3ª dimensão

A banda que arrasou as tabelas nacionais em 2009, entra num novo ciclo com um álbum em 3D já em Agosto

Quando editaram o segundo álbum mudo, sentiram-se de alguma forma pressionados, quer pelo público, quer pela indústria, para ultrapassar o êxito do 1º disco?

Penso que não. Nunca foi nossa intenção fazer comparação de sucessos ou de outros parametros, já que se trata de música e cultura. Não é quantizável, nem comparável. Queríamos, isso sim, dar o nosso melhor e sermos capazes de criar honestamente uma obra de acordo com um conceito, e nesse sentido estamos muito satisfeitos como os resultados.

Qual é o balanço que fazem ao segundo álbum, depois de um certo distanciamento?

Neste momento estamos com a reedição do disco e, apesar de não ter sido um sucesso tão esplosivo como o anterior, ficamos muito contentes pelo single homólogo - "mudo" ter sido um fenómeno de airplay, segundo as rádios. O facto de estarmos a fazer uma nova edição do disco é a consolidação do sucesso do mesmo e uma boa perspectiva para a continuação do desenvolvimento da carreira, que é a nossa prioridade.

As letras das vossas músicas são autobiográficas? Em “mudo” os temas parecem ser mais pessoais. 

Como no primeiro disco os temas são inter-pessoais, alguns baseados nas nossas vivências, mas reflexo do que a maioria das pessoas pensa. Este projecto é, sem qualquer dúvida, mainstream, interessa-nos que as pessoas se identifiquem com as nossas experiências pessoais, daí ser tão directo.

Sentem já algum cansaço quando tocam o tema "Intervalo"?

Nunca. esse tema fará sempre parte da nossa história e do sucesso do nome da banda. Há sempre uma sensação de prazer quando o interpretamos.
Remete-nos sempre para um sentimento de nostalgia, para a altura em que tudo começou...

O que é mais desafiante e que dá mais adrenalina, tocar em grandes palcos, como nos festivais, ou preferem as salas mais pequenas, mais
intimistas?

Cada uma das experiências no seu espectro. Nos palcos grandes tocamos para mais público, com mais som e luz, porém nas salas mais reduzidas conseguimos ter melhor percepção da reacção do público, das suas caras e expressões, comunicamos com ele de forma mais directa, como se não existisse uma barreira. Parece-me que há fases em que estamos mais dedicados a uma ou outra forma de nos apresentarmos.

Qual foi o concerto que mais vós marcou até hoje? E porquê?

Penso que terá sido o da queima das fitas do Porto em 2009. Porque tocámos num palco muito grande e para muitos milhares de pessoas, por partilharmos o palco com o Rui Veloso, nosso colega e companheiro do dueto de Intervalo, momento que recriámos nesse evento, e sobretudo porque todos os nossos familiares,  fãs e simpatizantes fizeram questão de estar presentes.

sábado, 29 dezembro 2012 14:19

O diabo do pereira

Um músico de origem madeirense que vai “quebrando” corações com a sua voz quase inconfundível.

Para aqueles que não conhecem a música deste cantor luso-irlandês o DD Peartree , ou melhor Dieter Daniel Pereira para ser mais precisa, fica um aviso à navegação, é um talento à solta.

Descobri não, achei este cantautor no youtube quando fiz uma pequena pesquisa de músicos madeirenses e desde logo fiquei fascinada com música que escreve e que nada têm a ver com a sonoridade do nosso país. É uma mistura de folk e pop, dizem os experts na matéria, mas a mim o que me chamou é que, apesar parecer alegre, característica que imprime com a sua guitarra, em algumas músicas, as letras são melancólicas.

O que mais me fascina contudo, não é apenas a som pouco vulgar para um cantor de origem portuguesa, é sim a voz do rapaz. Tenho a certeza que, existe uma relação directa entre a voz rouca e o público feminino. Ele lembra-me o Bryan Adams à sério! Tanto assim é que, quando falei deste cantor a algumas das minhas amigas, descortinei que afinal não era a única fã que descobriu a pólvora, mais e para reforçar a ideia da importância do imaginário que rodeia uma voz sexy, (e já agora um à parte, a rádio ao longo de décadas potenciou isso mesmo!) muitas delas ficaram um tanto quanto decepcionadas com a aparência do muchacho, depois de associarem a voz ao corpo. Contudo, e ressalvo, não deixaram de ouvi-lo.

O único que lamento é que este jovem músico ainda não tenha encontrado uma editora que faça justiça a sua música e que o dê a conhecer a um público mais vasto que ainda não lida com a Internet. Deixo, no entanto, a morada para que oiçam aquela que mais gosto: “ the devil that you know” do álbum ainda não editado Twist&Turns.

www.myspace.com/peartreewhite/music/

sábado, 29 dezembro 2012 09:25

As histórias da vermelhinha

É o relato oral de uma ruralidade que se vai perdendo descrita por Bento da Cruz.

O autor embora seja médico de profissão foi sempre um apaixonado pelos contos de tradição oral da sua região natal, o Barroso, em Trás-os-Montes. Bento da Cruz tem uma vasta obra literária que aborda esta temática da ruralidade profunda. A linguagem que utiliza nesta recolha é literalmente a forma como o povo contava estas histórias, sem tirar, nem por uma vírgula. Não espere uma obra-prima da literatura, porque não o é, nem almeja sê-lo. É uma escrita que pode chocar alguns dos leitores pela forma despudorada como descreve as inúmeras situações caricatas do quotidiano das aldeias, mas é um decalque linguístico que recupera e salvaguarda uma etnografia muito rica, que nunca caí no erro de parecer folclórico. É uma viagem pelo mundo rural povoado de padres, lobos e mulheres de voluptuosas que fazem a delícia do leitor sem preconceitos linguísticos, chamemos-lhe assim. É acima de tudo um relato honesto e muito divertido de como se vivia algures, pelas aldeias perdidas, no profundo Portugal. Com estas histórias, Bento da Cruz, procura imortalizar um certo modo de vida que se vai perdendo aos poucos, devido a desertificação populacional do interior do país e ao progressivo desaparecimento dos mais velhos que mantinham vigorosa esta tradição oral de contar histórias profanas, que alegravam as rigorosas noites de inverno e alimentavam a coscuvilhice das aldeias. Vai gostar, nem que seja pelo facto de que é tão despretensioso e ligeiro que o vai fazer sorrir. Boa leitura.

sábado, 29 dezembro 2012 09:22

O inventor de objectos

Martinho Torres, ou melhor Richard Towers, teve a ideia de criar um livro que vai para além da sua função original, pode ler-se, mas ao mesmo tempo funcionam como objecto de arte. São várias dimensões associadas a um único conceito, a literatura aliada à decoração, ou ao puro divertimento. Um objecto inovador que pretende desmontar uma simples ideia milenar, a palavra impressa em papel.

Como surgiu a ideia de livros?

Martinho Torres: Sempre estive ligado á música durante anos e escrevi um argumento para um disco e isso demorou cinco anos, desisti da ideia de gravar o CD, porque o texto tinha muitos capítulos e daí surgiu a ideia de um livro objecto, porque não fazer um livro xadrez e outras coisas em que estou a trabalhar. Até decidir começar o projecto foi um passo e procurei uma editora.

Porque decidistes criar uma editora para o efeito?

MT: Porque as propostas que me eram dirigidas não eram vantajosas para mim. Ou pediam dinheiro para editar, eu fazia as contas e sabiam que eles ganhariam tudo e o resto…enfim. As outras propostas também não tinham qualquer outro tipo de rentabilidade para mim, o meu trabalho. Decidi por isso, investir eu próprio.

Porque escolhestes um pseudónimo, Richard Towers para os livros?

MT: Eu quando decidi avançar com o projecto, achei que era importante o pseudónimo para quebrar a barreira do mercado internacional. Quando me desloquei a feira do livro de Frankfurt, os editores julgavam que eu era anglófono, mas depois percebiam ao folhear o livro que era outra língua e no final achavam curioso que alguém usasse um pseudónimo em inglês e aborda-los com um produto novo, fazendo valer no fundo aquilo que somos. Temos ideias, só precisámos um empurrão para as coisas acontecerem. Eu dei a mim próprio e estou na luta, tudo esta a acontecer mais devagar do que aquilo que eu queria.

De que forma inicias o processo criativo? Tens a ideia e depois escreves o livro, ou vice-versa?

MT: Há um romance, uma narrativa que de vez em quando abordo diversas estéticas, géneros, alguns tem um ensaio no final, mas basicamente são romances. A ideia surge primeiro e só depois é que escrevo. No caso do relógio foi assim.

sábado, 29 dezembro 2012 09:20

Luiz Pacheco, o libertino

Tinha uma escrita despudorada, tanto como a vida que levava e até mereceu uma bibliografia.

Deve ser um dos poucos autores portugueses do qual se pode afirmar sem o mínimo de exagero que a sua vida era maior que a sua obra. Luiz Pacheco era mais conhecido pela sua irreverência e modo de vida absolutamente debochado e libertino, do que propriamente pelos seus textos, embora a qualidade literária da sua escrita seja irrefutável. Era acima de tudo uma personalidade desconcertante, mais conhecida pela sua vida pessoal, as suas aventuras sexuais, os seus casamentos com mães adolescentes (que só tem paralelo com o marquês de Sade) do que propriamente pelo que publicou. Não pretendia ser uma pessoa respeitável, muito pelo contrário sempre alimentou o mito de libertino com uma vida amplamente desregrada, dissoluta e quase imoral. Era hipersensível ao álcool, pediu esmola, comeu na sopa dos pobres, falsificou selos do estado e tinha o hábito de pedir dinheiro emprestado aos amigos que claro, nunca devolvia. Apesar de todas estas “fraquezas” de caracter, como o erudito Carlos Loures afirma, granjeava junto da comunidade literária um grande respeito. O que não era de todo estranho, tendo em consideração que denunciou sempre na sua escrita o regime salazarista, mas também amigos de longa data, como foi o caso do celebre desentendimento com Fernando Namora que acusava de ter plagiado no seu livro, “Domingo á tarde” a “Aparição” de Virgílio Ferreira. E ainda, ajudou a fundar uma editora, a contraponto que publicou grandes autores da língua portuguesa, como Herberto Hélder, Natália Correia, Mário Cesariny, Raul Leal, entre outros. O seu percurso pessoal é caso para dizer, a minha vida dava um filme…interdito para maiores de 30 anos. Sem exagero! Contudo, o que ninguém pode negar é que a sua notoriedade se deve sobretudo, aos outros. Às pessoas fascinadas por todo este seu mundo retorcido que perpetuaram o mito deste homem que se estava nas tintas para a restante humanidade. E fica a obra para imortaliza-lo.

http://www.vidaslusofonas.pt/lpacheco.htm

sábado, 29 dezembro 2012 09:17

O citröen que escrevia novelas mexicanas

 

Joel Neto é açoriano e isso nota-se na sua escrita. Ele carrega a ilha consigo e verte-o nas páginas dos seus livros. É o caso desta compilação de contos, que escreveu aos 25 anos, e que reflectem também a oposição entre o campo e a cidade que esta muito presente na sua obra literária.

Há muito de ilha neste livro. Tens várias crónicas que falam dos Açores, um ilhéu carrega sempre a ilha consigo?

Joel Neto: Sim, claramente. Eu estava a pensar é se toda a gente trazia. Mas, acho que sim que toda a gente o traz de diferentes maneiras. Para algumas pessoas isso é mais evidente, outras menos e para outras ainda é uma obsessão como o é no meu caso.

O mar também?

JN: Sim, se bem que para nós açorianos e para outros povos ilhéus, não necessariamente para todos os povos das ilhas, o mar é ao mesmo tempo o que une e o que separa. Nos Açores em particular foi durante muitos séculos um inimigo e acho que hoje, e estou a pensar nisto por alto, uma das coisas que se calhar que eu tentei fazer, ou verti mesmo deliberadamente sem estar conscientemente a faze-lo foi absolver o mar por via de inimizade histórica. O oceano é o que dava sustento, mas ao mesmo tempo era o assassino de açorianos.

Pela dificuldade que sentiam em sair?

JN: Sim, mas também porque matava os pescadores.

Tu numa das tuas crónicas matas mesmo um personagem.

JN: Sim, costumo matar muitos (risos). Isso aconteceu mais tarde em Itália e esse é capaz de ser um dos melhores contos do Citroen. Este livro foi escrito na pós-adolescência, foi um livro ingénuo que não me envergonho e é até um dos que gosto muito.

sábado, 29 dezembro 2012 09:15

O património genético português

 

Uma leitura obrigatória para todos os que querem saber sobre Portugal.

É uma abordagem multidisciplinar do que quer dizer ser português. Trata-se de uma obra que não sendo propriamente literária, foca várias ciências que ajudam a perceber de uma forma abrangente quem são afinal estes portugueses e a sua influência no mundo. O livro é escrito a duas mãos, por um lado, a Filipa M. Ribeiro, é uma jornalista que ajuda a “traduzir” para uma linguagem mais coloquial toda a terminologia e pesquisa científica, que é da total responsabilidade da bióloga, Luísa Pereira. É uma aventura ler este livro e descobrir as origens do património genético do nosso povo. Mas, não só. Elas também abordam as várias fases da evolução do homem, desde a pré-história até os nossos dias. Digamos assim, é o retrato da humanidade sob várias perspectivas científicas, sejam elas, a arqueologia, a antropologia, a climatologia e até a histórica, particularizando de uma forma clara e apetecível para o caso especifico português com origens na África subsariana, cuja maior linhagem fica situada nas localidades de Mértola e Belmonte e ainda focando o restante património genético que fomos adquirindo ao longo das viagens de navegação pelo globo. O que se conclui no fundo é que somos um povo de misturas e estivemos em todo o lado literalmente, o que reforça o velho ditado, onde há um português, há logo dois ou três. Boa leitura.

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