Doze municípios da zona oeste comprometem-se a reduzir em 20% as emissões de carbono até 2020. O acordo também prevê a criação de um observatório para monitorizar o cumprimento das metas estabelecidas.
O presidente da Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste, Humberto Marques, revelou à lusa, que a região, atualmente, que produz, 1,8 milhões de toneladas de carbono por ano "comprometeu-se a reduzir estas emissões em 20% "através da execução de planos de ação para a sustentabilidade energética elaborados para cada um dos municípios".
Este pacto "low carbon para a sustentabilidade dos municípios associados" do Oeste foi subscrito pelos 12 municípios da comunidade intermunicipal, nomeadamente Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, e também por Odivelas.
O documento foi assinado após o término de uma convenção de dois dias, em que segundo Humberto Marques, "autarcas e técnicos de todos os concelhos discutiram com especialistas o tipo de medidas que podem tomar para reduzir as emissões".
O encontro realizou-se no edifício da OesteCim, nas Caldas da Rainha, e contou, além dos autarcas e técnicos, com a participação de empresas de transportes e ligadas a energias renováveis. Simultaneamente foi criado um observatório para o efeito, que será responsável por avaliar o cumprimento das metas estabelecidas, recomendar novos procedimentos e monitorizar, também, as emissões de carbono de cada um dos municípios. Além disso, o organismo irá também propor medidas para valorizar os recursos energéticos da região, onde é produzida 10% da energia eólica do país, bem como medidas de cooperação inter-regional.
É a última exposição de Teresa Gonçalves Lobo cujo mote é um convite para olhar estes desenhos reencontrando o passeio das linhas, a dinâmica dos gestos, a orgânica das formas, as ideias que neles ficaram presas à matéria e também, para encontrar o vazio da página, o lugar onde nasceram as linhas, como descreve Isabel Santa Clara.
Uma das características da sua obra é o traço. E já referiu que sabe muitas vezes como começar uma obra, mas não tem ideia de como vai acabar.
Teresa Gonçalves Lobo: Eu quando começo uma obra não sei, não faço a mínima ideia, para onde o traço me leva. Estou num estado de espírito em que me apetece desenhar, isto significa para mim que estou com a cabeça liberta, que estou livre de pensamentos, de ideias para desenhar, isso é muito importante no meu caso e só posso falar por mim. Nunca parto para um desenho pensando que vou fazer isto, é claro que, quando tenho o impulso, a vontade e depois vou escolher os materais que vou utilizar. Tenho trabalhos com traços muito finos e isso significa que estou num estado de muita paz e pego, por exemplo, numa caneta com tinha da china e uso um papel muito fino, porque é essa leveza que me apetece e que demora muito tempo. Eu tenho registos de desenhos, que demoram uma eternidade, já me dei de conta de estar a riscar e de repente pensar: para, tens de inspirar. É quase como se não respirasse. É claro que quando faço estes desenhos não só tenho de estar num determinado estado de espirito, como num espaço sem ruído. Ás vezes perguntam-me se gosto de ouvir música, eu aprecio música, mas quando estou a desenhar normalmente não gosto dessas interferências, prefiro deixar o que esta cá dentro e não ser influênciada por outras coisas que vêm de fora. Depois tens outros registos mais fortes e aí apetece-me desenhar talvez com pastel e carvão e folhas com gramagem que aguente a força que eu quero lá colocar. E faço gravura, mas aí risco como se fosse um lápis de metal, possui uma força que o papel nunca aguentaria e fico exausta.
Como vem de uma ilha, é a ilha interior que se reflecte na sua forma de estar como artista?
TGL: Eu penso que tem toda razão quando faz esse comentário. A ilha esta aqui nos meus desenhos, já várias pessoas me disseram isso, no continente dizem-me que notam sou da ilha e acho isso interessante, porque é sinal que estou lá. É natural, porque ela esta comigo, embora não esteja a viver aqui, faz parte de mim. É naturalíssimo que se veja muito de ilha. Acredito que sim e gosto de saber isso. Mas, não parto para o desenho com essa preocupação de parecer ilha nos desenhos, não sou eu e deixo fluir.
Há três tons nesta exposição, que tipo de tonalidades queria mostrar aqui?
TGL: Eu nunca pretendo mostrar nada. Eu compro os materiais com os quais gosto de desenhar e desenho. Depois quando é para escolher os trabalhos para a exposição não tenho uma ideia fixa, vou buscar obras que façam sentido estarem juntas. Neste caso, vemos muitos desenhos a preto e desenho muito com esta cor, gosto mesmo muito e a razão desse sentimento é porque o preto não distrai. Vou dar um exemplo, se tiver uma paisagem com vários riscos de uma só cor, talvez vamo-nos concentrar naqueles riscos. Se pusermos esse mesmo desenho em várias cores, talvez vemos esse mesma paisagem mas com uma grande diversidade de tons, mas deixámos de ver o desenho. E acho que é por isso que gosto tanto de desenhar a preto. Mas, tenho desenhos à sépia que é uma cor que esta ali quase tímida. Tenho outros tons como o vermelho, sozinho, ou com fundo preto.
Gosta também do vermelho?
TGL: Sim, gosto. É uma cor distante que esta associada a tanta coisa. Mas, se eu acabo por ir buscá-la por algum motivo é, depois de ter desenhado tantas vezes a vermelho, eu própria começo a questionar-me, porquê é que gosto deste vermelho para desenhar? São coisas que quando estou a comprar o material não penso nisso, mas depois coloco essas questões a mim própria. Porquê fiz isto? Eu acho que só nos conhecemos a partir daquilo que fazemos. E não é qualquer vermelho de que gosto, é mais o vermelho vivo que eu adoro desenhar e simboliza tanta coisa boa, vida, sangue, mas também o amor.
É o novo trabalho discográfico do músico de jazz André Fernandes. É um álbum diferente, porque pela primeira vez tem canções, não é apenas, um disco instrumental, é uma viagem pelo seu universo musical muito pessoal.
Fala-me deste teu novo trabalho musical "wonder wheel" em que se distância, ou que traz de novo em relação ao teu álbum anterior, "motor"?
André Fernandes: Este é um disco muito diferente de "motor". Creio que retoma uma banda com quem trabalhei no álbum anterior, o "cubo", com o Mário Laginha, o Nelson Cascais e o Alexandre Frazão, mas acrescenta a voz, que não tive em trabalhos musicais anteriores, ou seja, não é inteiramente instrumental. Possui também temas num formato mais tradicional de canção, com letra, que é algo que nunca fiz. É um disco, na verdade, muito diferente dos seis anteriores que gravei até agora.
É um disco muito heterogêneo mesmo em termos de banda, por um lado, tens músicos com uma larga carreira como é o caso do Mário Laginha e por outro, há pessoas com pouca experiência profissional. É acidental, ou querias esse tipo de mistura?
AF: Não penso muito em termos de currículo dos músicos ao escolhe-los. Portanto, o grupo de instrumentistas são veteranos, tanto o Alexandre, como o Damien e o Mário obviamente. A Inês Sousa é uma pessoa mais desconhecida do público, mais nova, que conheci na Escola Superior de Música e sempre gostei muito de a ouvir. Conhecia-a, através de muitos projectos em que estava envolvida em outras áreas. Convidei-a para um grupo de rock que tenho que são os "spill", conhecia muito bem as características da sua voz e sei que se adequada, até pelo seu background musical, a este repertório e foi uma escolha natural.
Qual foi o fio condutor para este disco em relação as melodias e as letras? Porquê definiste este conjunto de canções?
AF: Foi como nos outros discos. Eu escrevo música regularmente, faz parte da minha rotina e desde há dois anos tenho vindo a escrever temas bastantes diferentes daquilo que eu costumo fazer nos meus grupos de música instrumental. Alguns deles pediam claramente a presença de voz e de letra pela forma, mas eram coisas que escrevia naturalmente e não estava a pensar ter um disco assim. Foram-se acumulando e chegou a um ponto que fazia sentido, em que havia uma unidade, havia já canções que tinham essa característica de formar um todo, um álbum e eu também por outro lado, apetecia-me fazer um trabalho diferente dos restantes, apesar de serem todos diferentes uns dos outros, este é radicalmente diferente.
É a nova tendência para as camadas mais jovens.
Numa galáxia não muito longínqua, mais concretamente no Norte da Europa, um jovem designer escocês, Christopher Kane decidiu lançar, em 2011, uma colecção feminina com estampagens usando imagens da estrelas, planetas, constelações e do espaço sideral que chamou e bem, de "galaxy print". Ainda com uma estreia um pouco tímida em Portugal, este conceito de moda tem feito furor um pouco por toda à Europa, em particular junto da nova geração de adolescentes europeus. Não se trata de uma ideia original, porque no fundo é uma estampagem, algo que esta muito de moda neste momento graças às impressoras laser em tecido, a inovação é o tema usado por este jovem estilista. E devo acrescentar que esta tendência galáctica é mais apropriada para o outono-inverno, com fortes ressonâncias nos jovens urbanos. É muito colorida, mas ao mesmo tempo tem algo de soturno, uma dualidade que agrada aos jovens que ambicionam ser diferentes na sua forma de vestir. As raparigas, como sempre, usufruem de um sem número de opções, que não só incluem a roupa, o calçado e os respectivos acessórios, como também as unhas. Dentro das peças que me mais agradam supreendentemente os leggins são na opinião a melhor escolha, porque combinam com um sem número de roupas mais neutras. Contudo, o êxito desta ideia não se detêm nas jovens mulheres, já que, existe um leque super-interessante de peças para os rapazes e a peça de que mais gosto é sem dúvida as sweatshirts, algumas das estampagens são simplesmente de outro mundo. Literalmente!
A intervenção de conservação e restauro do retábulo e do cadeiral da Capela-mor da Sé do Funchal foi um projecto conjunto entre várias entidades públicas e religiosas que contou com o apoio técnico do Laboratório José de Figueiredo, através das restauradoras-conservadoras, Mercês Lorena, na área da pintura e Elsa Murta, na escultura e talha.
Qual é a importância deste retábulo ao nível nacional?
Mercês Lorena: É importante porque é o único que continua no seu local de origem, enquanto que no continente nas várias igrejas já foram desmanchados. Este dá mesmo a ideia de como eram os retábulos na época, montados em estructura retabular de talha e pintura. Além disso, antes não se via nada em termos das pinturas e agora tem-se uma visão completa, limpa e original.
Em termos das pinturas, eram diferentes de alguma forma, ou importantes no contexto em que se inserem?
ML: Nos outros altares que já nem existem as pinturas estão em museus. Na Sé, na capela-mor, estão retratas cenas evangélicas só que aqui temos a visão completa, onde estão colocadas e a leitura é feita da esquerda para a direita. O resultado final é excelente, as pinturas são muito boas, revelam que todas tinham muito do original ainda e mesmo os levantamentos dos repintes foi uma mais-valia, porque tornou tudo mais um conjunto e foi gratificante.
Elsa Murta: E aí conseguimos perceber que a talha é perfeitamente adaptada à pintura, foi um trabalho comum. No fundo é uma encomenda régia, para pintura e talha, cujos motivos decorativos, de escultura de pequena dimensão são colocada nos nichos, têm os mesmo indícios etnográficos, que integram, ou decoram todo o conjunto do retábulo. Conseguimos perceber que a técnica é mista, ou seja, não é o que em Portugal se faria na altura, mas é uma encomenda que, concerteza, foi com mão estrangeira, que faz este aspecto de gótico final muito à flamenga, mas foi feita também por nacionais.
Maria João Coutinho e Simion Doru Cristea, com produção de Inês Faria, Bernadete Anunciação, Rita Ramos, Lucia Anunciação e Anilce Anunciação, realizaram um documentário sobre uma mulher centenária, matriarca de uma comunidade inteira que viu e ajudou a nascer. Um filme comovente e absolutamente imperdível.
Quem é esta pessoa sobre a qual decidiram fazer este documentário?
Maria João Coutinho: Ela é uma senhora que neste momento tem 104 anos, mas na altura tinha 102. Ela vive numa roça e foi parteira de toda uma comunidade. A localidade é Candeal Mora que fica perto da cidade de Irará que fica no estado da Baía.
Então ela foi parteira de toda a comunidade?
MJC: Ela é uma mulher da roça, mas houve um determinado dia que uma senhora necessitou de ajuda para um parto e a única pessoa que estava perto era a Tia Paula, então ela ajudou sem saber como e o bebé nasceu. A partir daí começou a ajudar em todos os partos, a roça é uma comunidade muito fechada, por isso toda a gente a conhece, uns a chamam de tia paula, outros mãe paula, mãe paulinha, ela é mãe e a tia de todos.
E como é que a Maria João chega até a tia Paula e decide fazer um documentário?
MJC: Nós fomos mais especificamente para Salvador da Baía, porque pertencemos a uma associação de estudo de provérbios em Tavira e sou secretária dessa entidade e soubemos que a mais importante mãe de santo e a primeira a pertencer à academia das letras brasileiras, a mãe Stella, que vive num terreiro de Salvador, escreveu um livro sobre provérbios. Fícamos muito curiosos, porquê que é que uma mãe de santo escreve um livro sobre este assunto? Nunca ninguém o tinha feito dentro da religião, sem ser os provérbios de Salomão. Contactámos a senhora, mas ela disse-nos que não podia vir até Tavira para um colóquio que organizámos todos os anos, porque tem mais de 80 anos, actualmente tem 89. Então eu e o Simeon agarrámos nas nossas economias e fomos para Salvador da Baía onde temos alguns amigos. A partir deles conhecemos duas jovens, a Bernardete e a Lúcia da Anunciação, que pertencem a essa comunidade, são ambas produtoras culturais e nos disseram que gostariam que filmássemos à tia Paula, porque era uma personagem que não queriam perder. E fomos. Estivemos lá um fim-de-semana, dormimos numa comunidade agrária.
E a tia Paula tem família própria, ou é solteira?
MJC: A tia Paula foi casada, teve cerca de 12 filhos, porque toda a comunidade tem muitos filhos, como cá também era habitual nas aldeias e não só. Alguns já morreram e no filme ela vai contando que já é tetra avô, tem 60 netos e alguns tetra-netos.
Novos censos apelam à participação de voluntários e entusiastas destas aves.
O censo da cegonha-branca realiza-se de dez em dez anos. Em Portugal este ano é coordenado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, em colaboração com outras entidades, como a Quercus e SPEA( Sociedade Portuguesa de Estudo das Aves). Daí que esta espécie tenha sido declarada a ave do ano 2014, devido aos censos que estão a ser levados cabo não só no nosso país, como também em simultâneo em vários países europeus.
O anterior processo de contagem, de 2004, contabilizou 7.684 ninhos de cegonha ocupados em Portugal, mais do dobro dos registados em 1994 (3.302 ninhos).
No distrito de Castelo Branco, a Quercus é responsável pelo censo nos concelhos de Castelo Branco, Covilhã, Penamacor, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Rodão e Proença-a-Nova. Noutras zonas do país, a organização ambientalista vai também estar envolvida, através dos seus Núcleos de Algarve, Aveiro, Coimbra, Guarda, Lisboa e Vila Real.
Os trabalhos irão decorrer entre Março e Junho, pelo que a Quercus apela a participação de voluntários que queiram colaborar nas equipas de campo ou no envio de informações.
Seis anos depois de ter sido avaliada como "espécie quase ameaçada", a cegonha-branca foi catalogada em 1994 como " pouco preocupante" pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais" pela (IUCN). Foi beneficiada com as actividades humanas durante a Idade Média como a limpeza das florestas, no entanto, as mudanças nos métodos de cultivo e a industrialização viram a sua população declinar e até mesmo desaparecer em algumas partes da Europa, durante os séculos XIX e XX. Programas de conservação e reintrodução pelo continente europeu fizeram com que a cegonha-branca voltasse a reproduzir-se nos Países Baixos, Bélgica, Suiça, Suécia e mesmo até em Portugal.
http://www.quercus.pt/documentos/campanhas/censo-mundial-cegonha-branca-marco-a-junho
http://www.spea.pt/pt/participar/campanhas/ave-do-ano-2014-cegonha-branca/
São Paulo é a cidade de eleição de Henrique Amoedo, director artístico do grupo dançando com a diferença. É um períplo diferente, mas pujante sobre as suas escolhas pessoais, os seus locais de eleição que merecem uma visita demorada.
Tenho alguns locais preferidos no Brasil, já viajei muito pelo país ao nível profissional e pessoal. Por ser de São Paulo é óbvio que, é um dos meus lugares preferidos. É o que me fascina, é enorme, é aquele trânsito, é aquele caos, à partida não é aquele lugar agradável, é preciso saber onde olhar e estar nesta cidade que se transforma, para conhecer os seus locais mais interessantes.
A Avenida Paulista é um dos meus lugares de eleição, para passear num Domingo, por exemplo. Como dizem no Brasil, lá você consegue ver todas as tribos reunidas, tem punks, mendigos, homossexuais, deficientes, homens e mulheres de negócios, porque todo o mundo vai passear. Consegue-se ver pessoas completamente diferentes, movimentos sociais díspares e isso me interessa-me, mas também gosto de ver isso tudo convivendo em perfeita harmonia num só lugar. É como se fosse a praça do paulistano, nem que seja para tomar um sorvete, depois vai na feira de artesanato, no vão do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, que tem uma feira de antiguidades muito concorrida.
Depois ainda tem um outro lugar de eleição que é a livraria Cultura. É um espaço enorme, é o shopping cultural do paulistano, você pode sentar e ler, ver, ou comprar livros, há de tudo do melhor publicado no mundo nessa área. Ainda em São Paulo, pode visitar o bairro da Liberdade. Tem a maior população de japoneses fora do Japão, que esta bem integrada de uma forma geral no universo paulistano. Nesse bairro tem de tudo, desde comércio japonês, roupa, alimentos e restaurantes. Na rua também tem uma feira onde se vende tudo, eu gosto muito disso, de passear, de estar muito próximo do que é oriental. Durante a semana é muito agitado, com imensa gente circulando e aos fins de semana é mais calmo, é um outro ritmo de São Paulo. Fica também próximo do centro, perto da praça da Sé, onde fica localizada a igreja com o mesmo nome, a Sé, uma das maiores de estilo neogótico do mundo, é um edifício lindíssimo e que tem inspiração europeia, assim como o Teatro Municipal de São Paulo, que é outro desses exemplos, inspirado na Ópera de Paris.
O Projeto "Descendo Sarrafo, do Choro Opus Trio e Convidados" é uma contribuição do Choro Opus Trio para história da música brasileira, registrando e eternizando as 12 obras do músico e compositor Amintas José da Costa, o maestro Sarrafo.
O chorus opus trio desenvolveu um trabalho musical que se intitula "descendo o
sarrafo" que é uma homenagem ao maestro sarrafo, Amintas José da Costa, como surgiu este projecto?
Eduardo Martinelli: Em 2001/02 o maestro Sarrafo mora numa cidade chamada Itanhaém e eu morava lá também. Ele me contou sobre uns chorinhos que ele compôs, houve um problema no estúdio onde estava gravando, porque o ex-presidente da república, Juscelino kubitschek gravou um discurso político crítico e o governo militar da época interditou todo o material que tinha no estúdio, devido a esse facto. Isto aconteceu em 1968/69 e o maestro perdeu essas gravações que havia feito e só ficou com os manuscritos dessa música e então não há registos. A partir de então começámos a trabalhar na recuperação desse material que foi lançado em 2012 e acho que foi um projecto que uniu o chorus opus trio, que é muito forte e de peso. Então, o grupo acabou girando em órbita desse trabalho, foi o seu primeiro CD e a gente acredita que vai trabalhar nesses temas por alguns anos.
Qual é a importância do repertório musical do maestro para o Brasil e porque um CD dedicado a uma pessoa?
EM: Porque não se tratava de uma só música, era uma colectânea de obras musicais de um compositor que viveu a história da música popular do século XX. O sarrafo é ainda vivo, tem 90 anos e ele participou todos os movimentos da música popular brasileira (MPB), tocou com todos os grandes cantores, instrumentistas e compositores, mas o que chamou à atenção é que não se ia perder uma canção ou duas, mas uma colecção. Ele é uma bonita página da MPB que podia ter ficado em branco. Se o sarrafo tivesse morrido com 80 anos todo esse património se tinha perdido, eu conheci ele com 84 e me contou sobre isso e mostrou as partituras, ou seja, as músicas podiam ter desaparecido, porque ele foi não foi atrás. É uma colecção de "best off", tem uma importância muito grande porque são chorinhos muito bonitos, são diferentes dos compostos por compositores e jovens músicos da nossa epóca. Ele viveu uma fase muito importante da MPB e traz consigo tudo isso, num momento em que estava acontecendo.
Explica para quem não sabe, o que é um chorinho?
EM: Chorinho é um genéro de música brasileira que é antecessor do samba. Ele é o primeiro genéro de música instrumental brasileira que se consolidou, é de final do século XIX e começo do XX. Consagrou diversos compositores brasileiros como o Pixinguinha, como o principal deles e tantos outros músicos que escreveram para esse tipo de música. Assemelhasse ao samba, normalmente é instrumental.
Uma das tendências para esta primavera-verão no Brasil provém da sua herança portuguesa.
O azulejo português, o grafismo, a cor azul sobre branco, invadiram as passarelas cariocas e viram febre fashion no outro lado do Atlântico. E a inspiração não se ficou apenas pelo vestuário, porque esta tendência com antecedentes lusitanos também se extendeu aos acessórios de um forma absolutamente deliciosa. Devo confessar que ao pesquisar sobre as novas colecções dos designers brasileiros, que aprecio pela sua leveza e a grande diversidade de padrões e tecidos, vi coordenados absolutamente poderosos em termos visuais e ao mesmo tempo frescos e descontraídos, desde saias longas com camiseiro, padrões misturados com jeans, camisolas de riscas com apontamentos de floreados, estampados gráficos em chiffon e seda, foi possível ver de tudo um pouco. E de um bom gosto inequívoco. Nada me diz mais verão do que padrões ofuscantes, mas há uma leveza inerente nos azulejos e nas suas tonalidades, o azul e o branco, que são definitivamente sinónimos da época estival que aproxima.
É uma tendência feliz ao meu ver, uma escolha acertada e uma homenagem singela às raízes portuguesas dos brasileiros. Amei! E destaco marcas como a Leelo, Corporeum, Daslu, Nem, Farm, Renner, Spezatto e Seiki, só para nomear algumas.
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