Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

terça, 15 abril 2014 18:53

E a noite roda

Trata-se de um romance falhado que atravessa vários continentes, baseado na experiência pessoa de Alexandra Lucas Coelho que decidiu transformar essa história de amor em literatura.

Neste livro abordas um período muito particular da história da Palestina, porque escolhestes este e não outro momento mais importante sobre a história deste país?
Alexandra Lucas Coelho: Porque este livro é uma experiência minha, ou seja, tudo o que esta aqui é um tratamento de circunstâncias inteiramente reais e que acontecerem comigo. Portanto, eu transportei para a literatura uma história de amor, para além de outra coisas, tem um eco na minha experiência pessoal e profissional. Eu dei as minhas cirscuntâncias à Ana Blau, não sou eu, porque ela é outra coisa, ela esta no território que é da literatura, é um desdobramento das minhas circunstâncias, mas provém delas. Eu de facto estava em Varsóvia quando me telefonaram do Público a perguntar se podia ir até o funeral do Arafat e na cobertura deste acontecimento eu conheci uma pessoa exactamente como conto aqui, começa nesse momento porque é o início de uma história que estou a narrar que é uma história de amor que acontece paralelamente neste cenário.

Então a jornalista portuguesa que aparece no livro acabas por ser tu.
ALC: Como estava a dizer esse personagem já não sou eu, o ponto de partida do personagem sou eu, eu dei as minhas circunstâncias biográficas, a minha experiência, o que vivi como repórter, depois ela no texto é trabalhada, estou a escrever um diário, num território que é a literatura, onde tem a sua própria existência. Eu tenho as minhas circunstâncias reais, vou trata-las com outra liberdade com um deslocamento de mim, com uma figura que crio. Essa jornalista não sou eu.

É um tratado sobre a errância? Ela atravessa vários pontos do mundo, embora tenha a sua casa em Barcelona.
ALC: Ela é catalã, mas todas as viagens que aqui estão, acontecem por duas razões: por motivos profissionais, porque ela decide depois ir morar para Jerusalém e instala-se nesse local, ou por razões amorosas. Eu não a vejo como uma personagem errante, a errância não tem um objectivo, quando a personagem viaja é sempre para um fim, ela primeiro vai para Israel para o funeral do Arafat depois decidi ficar lá, porque acha que a experiência tem de ser desenvolvida numa estádia mais longa. Quando vai para Paris, para Espanha, para Itália e a Catalunha, tudo isso tem a ver com a história de amor, há sempre uma razão para essa viagem, não vejo como uma errância, um planar sem objectivo.

O facto da história de amor ser fragmentada, eles encontram-se muito poucas vezes, foi uma tentativa de transpores para o livro uma grande romance trágico.
ALC: Não, a história foi mesmo assim, as circunstâncias são reais.

 

terça, 15 abril 2014 18:51

O mestre de cerimónia

O Grupo Inestética é actualmente responsável pelo espaço cultural do Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira. Uma programação que Alexandre Lyra Leite e a sua equipa pretendem que seja eclética e de qualidade. Mas, há surpresas este ano.

A actividade cultural do Palácio começou em 2013 e já vai na sua segunda edição. Mas, gostava de saber o porquê da escolha daquele local?
Alexandre Lyra Leite: O palácio do Sobralinho resulta de um protocolo que assinámos com à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, ao fim destes vinte anos de trabalho, a edilidade que tem sempre apoiado à nossa actividade achou que chegou o momento de nos proporcionar um espaço onde pudessemos realizar uma programação cultural, com outras condições e ambição. A parceria permite-nos sediar a companhia lá e em troca dinamizámos um espaço que é municipal, que pode ser visitado pelas pessoas, mas onde antes não aconteciam nenhuns eventos. Actualmente a Inestética assume à sua programação consistente com novos criadores, mas também com alguns consagrados para levar o público até aquele espaço que é tão especial.

Pelo que me apercebi o programa é multifacetado tem música lírica, para além do teatro, mas também possuem workshops. Nota-se uma preocupação em ter uma programação coerente, contudo, qual é a sua linha condutora?
ALL: O que nos guia é a qualidade e identificar-nos com que aparece lá.

Como é que seleccionam os grupos, eles vem ter com vocês ou é ao contrário?
ALL: No início resultou de uma rede de cumplicidades, são artistas nossos amigos que fizemos ao longo deste percurso, resultou de telefonemas e mails. Nesta fase, como o projecto esta a crescer e ganhar visibilidade já começámos a receber muitas propostas e ter a necessidade de seleccionar. Enfim, temos a programação fechada até Dezembro e já começámos a programar para 2015, isto significa que existe muita vontade por parte dos artistas, eles sentem muita necessidade de circular e fazer um circuito que não é necessariamente dos cines teatros, ou dos grandes espaços. A qualidade para nós é saber que o público vai encontrar no Palácio espectáculos que valem a pena a deslocação, porque tem um nível e uma qualidade artística que não defrauda as expectativas. A programação é muito diversa porque queremos chegar a todos os públicos, o de fado é um desses aspectos, o canto lírico é outro e a nossa ideia não é fechar-nos num clube de amigos, isso não nos parece interessante, mas sim abrir a programação ao maior número de pessoas, abrir um espaço que é municipal e deve ser dividido por todos. Se fizessemos só lá performances seria redutor estavámos a enclausurar-nos na nossa tribo, por isso temos apostado num programação muito eclética, artistas diferentes, mas de que gostámos porque temos de ter essa identificação emocional. Temos de ter orgulho do que mostrámos lá.

Quando olhas para a programação de 2013, o que foi melhor e o que achas que se pode melhorar e estão a aplicar neste novo programa?
ALL: Em 2013 começámos em Setembro e só tivemos 3 meses de programação. Foi um arranque muito auspicioso, porque a população aderiu, houve uma adesão fantástica aos diversos eventos e sentimos que havia vontade por parte das pessoas de procurarem esse espaço com determinadas características e com uma programação que se distingui-se ao nível regional. E portanto, a nossa reflexão foi altamente positiva desses meses, sentímos que podíamos ali fazer coisas muito abrangentes e chegar a vários públicos, que é que podemos melhor? Temos de ter mais apoio das entidades.

 

terça, 15 abril 2014 18:45

Squatter man

As filmagens desta longa-metragem portuguesa começam em Setembro, após 4 semanas de filmagem a perspectiva é tentar submete-lo a festivais no início de 2015 e ambicionar que o filme tenha uma audiência, um público e isso só se consegue com uma distribuidora.

Porquê te lembraste de escrever um guião intitulado "squatter man"? O que esta por detrás desta ideia?
Luís Campos: A primeira versão do guião que escrevi foi em 2008, o título era "ocupas", não"squatter man". Era baseada numa história mais ou menos verídica sobre uma comunidade de ocupas, em Barcelona, que achei interessante e comecei a escrever o guião. O texto foi evoluindo, houve novas versões, entretanto já estando em Londres, por volta de 2010-2012, descobri esse fenómeno plásmico que se designa por "squater man". Os cientistas que o estudaram afirmam que foi algo que aconteceu há 10 mil anos, trata-se de uma forma visível dos céus em vários pontos do mundo, porque começaram a haver representações pictóricas posteriores e deram-lhe o nome de "squater man". É uma espécie de figura humana, tipo "stick man", é o desenho muito básico do corpo humano, os braços, o tronco e as pernas e há várias representações desse forma um pouco por todo o planeta na mesma data, na altura do neolítico, quando descobri mais sobre esse fenômeno do "squatter man" achei que havia um grande paralelismo entre esse fenómeno e a história de ocupação que estava a tentar escrever e comecei a monta-lo, a desenha-lo, a partir daí.

Transpuseste depois essa história para o nosso país, já que vais filmá-lo em Portugal.
LC: Se o guião inicial começou por se tratar dessa história de uma comunidade ocupa, em Barcelona, com o passar do tempo foi evoluíndo centrada numa pessoa que volta para à sua terra natal e tenta iniciar uma comunidade, ocupa algo, esse acto gera um grupo no seu entorno, na primeira versão não estava pensado ser filmado em Portugal, foi mais rápida esta adaptação ao nosso país, até chegar ao paralelismo que já referi.

Já realizaste um pequeno excerto, do que parece ser um homem das cavernas, que não transpõem nada essa ideia do que acabaste de referir que é o guião do filme.
LC: Essa sequência inicial do filme consegui filmá-la com a ajuda de uns amigos, com o apoio de uma produtora e da universidade onde tirei o curso, na Beira interior. Estive em Portugal durante uma semana, na Serra da Estrela, e filmei essa sequência incial com algumas poupanças que fiz em Amsterdão, que supostamente representa essa epóca do neolítico, onde acontece o fenómeno e há uma reacção desses seres humanos perante o que viram e o culto que começam a prestar depois dessa visão. Todo o resto do filme não terá nenhuma relação directa com esse pequeno excerto, é mais para servir como uma analógia, uma metafóra para tudo o que se seguirá no filme.

Iniciaste uma campanha de crowdfunding para ajudar a angariar apoio financeiro para terminar esta longa-metragem.
LC: Exactamente. Eu tenho um grupo de amigos, parte da equipa técnica, que querem ajudar-me a realizar este projecto, tenho alguns actores que querem contribuir com o que puderem, ou seja, sem qualquer tipo de pagamento e estou também a tentar inserir-me numa das actividades do festival de cinema de Arouca. Pretendo ainda, obter algum envolvimentos da comunidade local, em Drave, Alvarinho, é uma aldeia que esta completamente deserta, tem casas de xisto, onde já não vive ninguém, e nessa história do filme que me falta filmar, a personagem vai ocupar essa zona que esta completamente deserta. Tentámos a campanha de crowdfunding, porque apesar de conseguir quase tudo a custo zero e arranjar o equipamento gratuitamente, tenho que garantir que as pessoas que me vão ajudar tenham um sítio para comer, dormir e transporte e foi nesse sentido que tentámos arranjar o financiamento. A campanha de crowdfunding fechou, correu mal, mas foi bom para aprender. Quando pretender realizar alguma semelhante irei faze-lo de forma diferente, não sei se para este filme o voltarei a fazer, creio que não, mas foi uma tentativa, como tantas outras desde que o guião começou a ser desenvolvido para tentar torna-lo uma realidade. Continuo com a ideia de começar a filmar em Setembro e agora estamos a sondar alguma hipóteses de apoios para cobrir essas despesas que são incontornáveis.

 

terça, 15 abril 2014 18:43

Preto e branco

  

Zé Pereira é um jovem ilustrador que terminou recentemente o curso de desenho na faculdade de belas artes de Lisboa, mas que já demonstra uma grande talento e maturidade nos seus desenhos.

O que te atrai neste tipo de desenho com caneta?
José Pereira: Eu não sei explicar, desde que comecei a desenhar usava normalmente caneta. E foi algo que ficou, não há uma razão específica, simplesmente como tenho alguns anos de prática, nunca me meti motivado a fazer outra coisa. Se calhar se experimentasse outras alternativas também ia gostar, sem ser o que tive nas aulas. Nunca optei por outra coisa por vontade própria, ficava-me sempre pela caneta, não tenho uma razão superior.

Um dos temas que abordas é a guerra. A segunda mundial, usastes fotografias?
JP: Tive fotografias como base, foi para um trabalho para a faculdade e decidi pegar na primeira e segunda guerra mundial. Eu gostei da aparência e das fotografias em si, achei que se podia fazer alguma coisa, há uma tradição entre o desenho e a fotografia a preto e branco e gostei do resultado.

Desenhas rostos também, então o que te atrai num determinado olhar?
JP: Eu gosto de características faciais marcantes. Aliás, o meu auto-retrato é ligeiramente diferente da minha cara, puxei a pele para baixo, apaguei todas as luzes e pus um holofote directamente no meu rosto para salientar os contrastes e queria essa visão distorcida. Quando vejo alguém com expressões faciais drásticas apetece-me desenhar. Eu não gosto de caras muito normais. Gosto de caras marcantes, por isso a maior deles tem rostos estranhos.

Tu gostas de usar o preto e branco.
JP: Sim, quanto menos cor houver para mim é melhor, não me importo nada. Cor é só como apontamento. Em geral nunca uso, desde pequenino sempre desenhei a preto e branco.

 

terça, 15 abril 2014 18:38

Portugal ameaçado

É uma das conclusões de um encontro internacional que teve lugar em Fokohama, no Japão, para debater as alterações climáticas.

O risco de incêndios florestais, em particular, mega-incêndios, vão continuar a aumentar em Portugal e no sul da Europa no próximos 25 anos. Esta é uma das conclusões do paínel intergovernamental sobre alterações climáticas (IPCC), que se reúniu no Japão. Um relatório que envolveu o trabalho de milhares de cientistas e peritos, sendo considerado um documento estratégico para fundamentar as políticas climáticas à escala global e de cada um dos países
Outra das conclusões apontadas para o nosso país são os vendavais, uma tendência que tem vindo a notar-se e a ganhar fortes proporções a partir dos anos 70, devido à acumulação de combustíveis, mudanças do clima e eventos metereológicos que vão estender-se para além do nosso território em direcção à França, Espanha, Itália e Turquia.
Em termos das inundações costeiras, os alertas serão cada vez mais frequentes, tendo o grupo de analistas e peritos previsto que irão afectar até 5,5 milhões de pessoas no sul e norte da Europa, como custos directos que podem atingir os 17 milhões de euros. O turismo de verão irá sofrer algumas modificações, bem como o de inverno nas montanhas, já que o aumento das temperaturas irá provocar um dimininuição da neve das terras altas e à sul as condições de saturação e drenagem associadas às chuvas ficarão restrictas a determinados períodos de Inverno e Primavera.
Para o continente europeu os dados não são nada animadores será uma das zonas mais atingidos pelas alterações climáticas. O Norte da Europa e a zona central do Reino Unido continuarão a ser fortemente afectadas pelas cheias, atingindo mais do dobro dos actuais danos anuais. Considerando os impactos das inundações no crescimento económico, os danos causados pela subida das águas poderão aumentar 17 vezes num cenário de aumento de temperatura de 5,5 ºC.
A Europa é um fornecedor global de alimentos, por isso a segurança alimentar global será afectada pela queda na produtividade relacionada com as alterações climáticas, incluindo doenças e fungos. Isto sem falar do valor das florestas que poderá cair até várias centenas de milhares de milhões de euros, e a incidência de escaravelhos da madeira, fungos e doenças deverá aumentar. Por outro lado, as temperaturas mais quentes no mar e a acidificação dos oceanos terão impacto nas pescas e indústria do mar.
As alterações climáticas têm afectado e continuarão a afectar todos os aspectos da biodiversidade na Europa, incluindo o tempo de migração de Primavera das aves e a sua época de reprodução. Prevê-se que os habitats adequados para aves nidificantes da Europa se desloquem quase 550 km até o final do século.

Daí que o IPCC adverte que é necessária uma redução imediata das emissões de gases de efeito estufa para evitar passar o limite de aquecimento global de 2 graus Celsius, com o qual a União Europeia e todas as outras nações se comprometeram em Copenhaga. A ambição climática europeia não mudou nos últimos cinco anos e sua proposta de 40% das reduções de emissões em 2030 não é uma garantia de que vamos ficar abaixo de um aquecimento de 2 graus Celsius.

http://www.ipcc.ch/

terça, 01 abril 2014 19:32

O silêncio dos quatro

Os silence 4 foram uma das bandas emblemáticas dos anos noventa que após um hiato de 13 anos voltaram para reconquistar o público português.

Um concerto dos silence 4 transporta-nos de imediato para uma época auspiciosa, pelo menos na aparência, de um país onde se respirava esperança no futuro, progresso e abundância, que se traduzia numa maior abertura da sociedade portuguesa para a Europa, o mundo e tudo o que era colorido, diferente e moderno. Os silence 4 foram disso um exemplo, destacaram-se, porque cantavam em inglês, numa nação que se orgulhava do seu acento luso. E embora, houvesse muitas vozes discordantes, estes jovens de Leiria acabaram por conquistar rapidamente os top nacionais e os jovens portugueses. Creio que o tema mais emblemático desta "revolução" de mentalidades foi " borrow" que tomou de assalto as rádios portuguesas. Agora passados estes anos todos, a banda voltou e tudo mudou, o país quero dizer. Eles, os silenciosos quatro continuam iguais a si prõprios, com a excepção de David Fonseca que cimentou, durante esse hiato, uma carreira de sucesso como músico à solo. O facto é que os portugueses saudosistas, ou não, voltaram a encher as salas de concerto para ouvir de novo o repertório musical melancólico que é o apanágio desta banda. Goste-se ou não indiferente é que ninguém fica.

terça, 01 abril 2014 19:25

A hora do planeta

  

1hora, ou 60 minutos, ou 3600 segundos foi o tempo necessário para sensibilizar as populações da ilha para as alterações climáticas. Uma iniciativa global que teve lugar na localidade de Santa Cruz, no dia 29 de Março, através de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Sob os auspícios de uma noite fria cravada de estrelas, a Quinta do Revoredo, foi o palco privilegiado para um evento ambiental global promovido anualmente pelo World Wildlife Fund (WWF), um apagão que teve lugar precisamente às 20h30m.

A ideia baseia-se na realização de uma redução luminosa em cidades de todo o mundo, tentando alertar as populações para as alterações climáticas e sensibilizar para a proteção do ambiente. No oitavo ano consecutivo, este acontecimento é hoje o maior evento mundial de ação ambiental, no qual governos, empresas e população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos, como foi o caso de Santa Cruz, através de uma acção entre SPEA e a edilidade local. Segundo Cátia Gouveia, porta-voz desta organização não-governamental na Madeira, a iniciativa surgiu através de um contacto inicial com "a equipa de vereação da Câmara Municipal local, que se mostrou extremamente recetiva à realização deste evento. Sabendo que a proteção do ambiente e conservação da natureza são também prioridades do município, surgiu a ideia desta iniciativa conjunta entre as duas entidades. Além do apagão e evento musical na Casa da Cultura, esteve também patente uma exposição sobre a campanha "Salve uma Ave Marinha" e foram realizadas sessões de educação ambiental nos estabelecimentos de ensino do concelho. Acreditamos que esta foi a primeira de muitas iniciativas conjuntas entre a SPEA e o Município de Santa Cruz".

terça, 01 abril 2014 19:20

Para esquecer de vez

  

Há tendências de moda que nunca deviam sair da obscuridade e ver a luz do dia...de novo.

Este ano há várias peças que dispenso e ocupam infelizmente várias páginas de editoriais de moda:

O estilo cropped é uma daquelas ideias que em teoria parece bem, mas na práctica é simplesmente má. As desvantagens são ao meu ver múltiplas, por um lado, uma camisa cortada logo abaixo do nível do peito só fica mesmo bem...em ninguém! A sério. É o tipo de peça de vestuário que realça, infelizmente, nas raparigas menos "avantajadas" o facto de o serem e nas mais beneficiadas pelos genes, ou pelo bisturi, parecem que vão levantar voo, literalmente!

terça, 01 abril 2014 19:17

O africano

José Eduardo Agualusa é um dos escritores de referência na escrita de origem africana, um dos seus mais aclamados livros é "o vendedor de passados", que abordámos nesta conversa sobre livros.

O vendedor de passados tem uma característica que é uma narrativa em dois tons, de um lado, Félix Ventura e do outro, o Eulálio, porquê escolher uma osga como narrador?
José Eduardo Agualusa: Este livro tem muito percurso engraçado. Eu acho que a perspectiva num romance é muito importante quando se começa a livro. Eu precisava de um narrador que tivesse essa perspectiva, a partir de cima, porque aquilo se passa numa casa, num espaço fechado e aí surgiu a ideia de uma osga, porque convivi a vida inteira com este animal, sempre esteve presente. Então não foi uma coisa estranha para mim e é curioso que já uma vez lembro-me que estava em digressão a apresentar este livro em França quando um francês fez essa pergunta, havia um senegalês na sala que se levantou e perguntou qual era a estranheza? Em África, nas histórias tradicionais é muito normal os animais falarem e faz parte do quotidiano e a verdade é tão simples quanto isso. Não foi algo muito elaborado, aconteceu assim, porque era o melhor narrador para cada história.

A presença de animais a falar, de outros fenônemos ligados à natureza é algo que atravessa a literatura de origem africana, não só no seu caso, mas de também de outros escritores.
JEA: Vamos dizer que sim. O maravilhoso esta inserido na realidade, de uma forma que já aconteceu na Europa, mas que não acontece tanto e que se manifestava ainda nas zonas rurais, menos actualmente. Na maior parte dos países africanos, pelo menos nas cidades que conheço, ainda é assim.

O Félix Ventura é uma personagem baseada numa pessoa real?
JEA: Não inventei tudo. Completamente.

Ele no final é um homem feliz ou não? Apesar do nome curioso.
JEA: Sim é verdade. É o feliz destino. Eu acho que sim, ele tem uma história de amor que se resolve de forma positiva, ele vai ter com a mulher que ama.

De todos os personagens que descreve neste livro, qual foi o que em termos de escrita lhe apresentou mais dificuldade?
JEA: Os personagens que dão mais prazer são aqueles que tem mais contradições, são os maus, os perversos, e neste livro tem um personagem que é um antigo agente da segurança do Estado e que se transforma em mendigo, essa foi uma das que me deu mais prazer desenvolver de facto.

Porquê? Pelo lado negro?
JAE: Precisamente pelo seu lado negro. Eu sempre digo isto, as pessoas boas são fáceis de compreender, mas não escrevo livros para compreender esse tipo de pessoas, essas eu compreendo. Eu escrevo livros para entender as pessoas más.

terça, 01 abril 2014 19:13

O amor além fronteiras

O "Amoteatro14", organizado pelo Grupo de Teatro Experimental da Camacha, ultrapassou as expectativas este ano em termos da programação, com a apresentação de vários grupos nacionais e internacionais, Mas, não só. O festival alargou-se, abrangindo vários concelhos da ilha e ainda em termos de público aumentou para além das expectativas.

Este ano a programação do "amoteatro14" foi muito audaz, esteve espalhada pela ilha toda, abrangiram vários concelhos.
Basilissa Fernandes: Abrangimos a Ponta do Sol, o Funchal, a Camacha e Santa Cruz.

Como tem sido a adesão do público aos espectáculos?
BF: Tem sido fantástico, o primeiro dia superou as expectativas, ficámos até aflitos com tanta gente e para dizer a verdade devem ter estado mais de 200 pessoas dentro da casa do povo do Camacha. O segundo dia com o Stefan, o palhaço panai, que apresentou o espectáculo "solo clown", onde trabalha sozinho, que agradou a muita gente. Na Ponta do Sol, na Fundação de John dos Passos, houve o espectáculo da Cátia Terrinca, "a rainha de trapos" que foi criado para as escolas de colectivo de Odivelas, que teve muita adesão. No sábado, os Umcolectivo apresentaram "a mais terna ilusão" a partir de " o marinheiro" do Fernando Pessoa e no Domingo tivemos a maior enchente, mais de 360 pessoas que estiveram presentes no Teatro Baltazar Dias para ver o Teatro Eléctrico, com uma versão de Mary Poppins.

Tem ideia de quantos espectadores passaram por este festival?
BF: Tivemos mais de 700 espectadores na primeira semana. No restaurante "Cesto" o grupo de primeiro ano do conservatório da Escola de Artes apresentou a peça "felizes na varanda", que contou com a presença de mais de 60 pessoas.

Este ano inovaram com um períplo dos artistas convidados pelas escolas da Região.
BF: Sim, o espectáculo na Ponta do Sol foi quase todo voltado para as crianças das escolas locais, de Madalena do Mar e Ponta do Sol.

 

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