Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

terça, 01 janeiro 2013 23:25

O álbum de familia

Acompanhe-me num percurso pelo centenário vinho da Madeira desde a uva até o envelhecimento e engarrafamento deste néctar dos deuses, guiada por um dos enólogos do maior exportador da ilha, Filipe Azevedo e pela equipa técnica.

A nossa jornada começa no alto de uma montanha, a cerca de 800 metros de altitude no Jardim da Serra, no Estreito de Câmara de Lobos. Na memória o intenso cheiro molhado da terra que acorda ao sabor dos ténues raios de sol matutinos. As latadas de vinha que escorrem pela encosta escondem os seus preciosos cachos escuros, que clamam pela vindima que tarda em começar. Ao trabalho, porque a chuva ameaça e há ainda muito por fazer. Todos os anos entre os dias 20 de Agosto até a primeira semana de Outubro são recolhidas cerca de 1,5 milhão de quilos de uvas, espalhadas pelos 600 produtores vinícolas que ajudam a produzir um néctar precioso, o vinho Madeira. Imaginem, o que é recolher uvas dos quatro cantos da ilha, chegando ao ponto haver vinhas tão a pique, que apenas 50 quilos de uva podem demorar uma hora até serem colocados nos camiões que os conduzem até às instalações da Madeira Wine (MW).

 

terça, 01 janeiro 2013 23:14

Edimburgo, a cidade guerreira


"Enquanto mais uma centena de nós permanecem vivos, nunca iremos sobre quaisquer condições submeter-nos ao domínio Inglês. E, na verdade, não é pela glória, nem a riqueza, nem as honras que estamos lutando, mas pela liberdade - só por isso, que nenhum homem honesto desista senão com a sua própria vida". Rei Robert de Bruce I.

Os portugueses e os escoceses tem mais em comum do que se pode pensar. Em primeiro lugar, são ambos pequenos países em termos de território. São povos com almas guerreiras, são resilientes e ferozes na sua identidade nacionalista. Embora, os escoceses não sejam uma nação independente, sempre lutaram, sempre almejaram, ser uma nação. A história escocesa está cravejada de grandes heróis que lutaram pelo reconhecimento da Escócia como país. É deveras um território fascinante pelo seu legado histórico e pelas suas paisagens verdejantes. A nossa jornada começa em Edimburgo, uma cidade dominada pelo seu Castelo com o mesmo nome. Este monumento é um palco privilegiado das convulsões políticas e guerras que marcaram a história deste país. Ao entrar pelos seus portões maciços somos conduzidos por um passadiço de pedras até o edifício principal, a sala da coroa, onde se encontra a chamada pedra do destino, o assento de arenito com lendas gravadas de como se coroavam os reis da Escócia e as jóias dos soberanos. Das ameias que circundam o castelo avistámos a paisagem esculpida de cinza que domina a arquitectura da cidade sem fim à vista, Edimburgo estende-se pelo infinito.

Ao descer pelas ruas largas e sinuosas uma das paragens obrigatórias é o museu nacional escocês. Não pela sua beleza arquitectónica, mas sim pela magnífica visita pela história deste país. Na entrada, uma frase domina a nossa atenção, é uma citação (no topo to texto) de um dos maiores guerreiros escoceses e sem ele, Robert de Bruce, provavelmente a Escócia teria deixado de existir como nação. Ao contrário do filme de Mel Gybson, Braveheart, que deturpa inúmeros factos históricos, embora William Wallace tivesse existido, não é o seu maior herói escocês. De Bruce foi. Ao sermos esclarecidos pelos guias que nos acompanham, passamos para a sala onde esta depositada a cripta de da rainha Mary, a tal que foi executada à traição por ordem de Isabel I, com alguns dos seus objectos pessoais e um dos mais curiosos é uma esfera muito decorada feita de prata com uma longa corrente que era presa ao vestuário de rainha e que continha várias flores e plantas que serviam para perfumar sua majestade, adivinhem para quê? Bem, para aqueles que não sabem, não se tomava banho nesta altura e como tal era necessário perfumar as vestes para disfarçar os odores corporais. URG!

terça, 01 janeiro 2013 23:07

Um risco calculado

A viagem que proponho não é nada boa para cardíacos, pessoas com vertigens e joelhos fracos.

O percurso que engloba a Fajã da Ovelha e até o Paul do Mar é um osso duro de roer e não é para os mais fracos de espírito. É uma caminhada de duas horas, talvez mais, dependendo da sua condição física que percorre a uma parte da costa da zona oeste da ilha da Madeira. É a mãe de todas as dolorosas e falo por experiência própria. Mas, antes de um relato cheio de emoções fortes, um pequeno hiato para explicar a existência destes caminhos. Sendo uma ilha com uma orografia extremamente acidentada, os nossos antepassados, ao arrancarem a pedra da montanha para assentarem os socalcos tiveram de esculpir recorrendo à força braçais os percursos que interligavam as pequenas localidades da Madeira. Esses acessos eram largos o suficiente para caberem as pessoas que transportavam as costas todos os seus bens essenciais. Os animais de carga, caso indaguem, não podiam sequer ser usados, na maioria dos casos, como meio de transporte ao longo destas passagens, muito derivado a falta de largura suficiente para o efeito. É o caso do caminho que pretendo abordar. Trata-se de um percurso que permitia que as populações do topo da montanha, do Paul da Serra, tivessem acesso ao litoral e vice-versa. Agora sim, a caminhada.

Ao princípio tudo é deliciosamente enganador, sarapintado de vários tons verdejantes, delimitados pelo anil do mar, que se avista ao fundo, saímos dos Prazeres em direcção da Fajã da Ovelha. Ao longo da levada avistámos campos cultivados e pessoas que nos saúdam alegremente desde os pátios das suas casas. Chegados ao pico dos bodes, fica-se com a sensação que vamos cair, bafejados pela brisa quente ascendente, ao encarar a falésia e bem lá no fundo, o Paúl do Mar. A roldana e o fio são antigos testemunhos silenciosos da forma como eram engenhosamente transportadas as grandes cargas e encomendas, já no inicio do século vinte.

terça, 01 janeiro 2013 23:00

Carolina, a feminista

Faço uma viagem ficcionada pela vida de uma das sufragistas mais importantes da história da república portuguesa

Nasci no dia 18 de Abril de 1878, na Guarda, a minha mãe disse-me mais tarde que mal saí das suas entranhas parei de respirar por duas vezes e à terceira abri muito os olhos, parecia que queria engolir já o mundo e isso dizia, era um mau presságio para uma mulher. Ela pensou, esta vai ser o cabo dos trabalhos. Desde que me conheço como gente, sempre me agarrei a vida com unhas e dentes, nunca me contentei com o destino reservado a mulher que devem apenas obediência ao marido e que servem só para cuidar da casa e dos filhos. Almejei mais. Encontrei o meu destino nos livros. Entrei na escola médico-cirúrgico de Lisboa com apenas 18 anos e terminei os meus estudos no ano de 1902 para grande orgulho de meu pai e uma certa consternação da minha mãe que achava que isso de ser médica, não era nada honroso para uma menina de bem. Para acalmar os seus piores receios, casei com o meu primo e companheiro de muitas brincadeiras, Januário Barreto, nesse mesmo ano, como havia prometido. O meu esposo ao contrário dos restantes, nunca me impediu de ser quem era, muito pelo contrário conhecia-me melhor do que ninguém, éramos companheiros de vida e de profissão. Ele era um republicano de quatro costados e a paixão e a intensidade como defendia a causa, passou para mim naturalmente. Aderi sem hesitação.

Foi a primeira mulher médica a dar consultas e operar no Hospital de São José e devo honestamente acrescentar que não foi fácil ser aceite. Os meus doentes nos primeiros dias recusavam-se ser atendidos por mim, homens em especial, era o que faltava tirar a roupa em frente de uma senhora, gritavam pelos corredores. As mulheres, depois da surpresa inicial, agradeciam a Deus por estarem com alguém que as compreendia e sabia como era difícil a vida, sentiam-se mais á vontade. Foi esse carinho e compreensão das minhas doentes que me levou a escolher a especialidade de ginecologia. No ano seguinte, nasce a minha filha Maria e apesar da minha grande alegria inicial, Januário adoece, vítima de tuberculose, passei semanas junto da sua cabeceira, velando por ele, procurando na literatura novos tratamentos que pudessem salvar o grande amor da minha vida e o pai da minha filha, em vão. No dia 25 de Maio de 1910 exalou seu último suspiro. Eu pensei que enlouquecia. Que seria de mim, viúva com uma filha nos braços? A Adelaide veio em meu socorro, sempre sensata e prática, disse-me que não valia pena desperdiçar mais lágrimas, teria de arregaçar as mangas e lutar por um mundo melhor para mim, para ela, para a minha filha e para as pobres mulheres que atendíamos no hospital diariamente, também o faria em memória do grande homem que tinha sido o meu esposo. Assim, ajudei a fundar a liga republicana das mulheres portuguesas, da qual foi vice-presidente e foi ainda activista na associação feminista portuguesa, da qual também me orgulho ter participado. Disponibilizei o meu tempo, em retraimento da minha família e da minha saúde para defender aquilo em que acreditava, houve momentos de desalento, mas jamais vacilei perante o confronto de ideias e dos preconceitos que grassavam pela sociedade em geral. No dia 28 Maio de 1911, recenseada com o nº 2513, após anos de luta em que requeri o direito ao voto, que inicialmente me foi vetado e devido a um vazio legal aproveitado pelo juiz e pai da Ana Castro, Baptista Castro, fui a primeira mulher a votar em Portugal e na Europa. Isto só poderia ter acontecido no nosso país. Foi uma excepção. A lei foi de seguida alterada para evitar o voto das mulheres. Canalhas! O primeiro passo foi dado. Isso ninguém me tira! A primeira batalha está ganha, falta ganhar a guerra, se não nos abrem a porta pelo menos não nos põe na rua. Infelizmente, tanto esforço da minha parte teve consequências, em Julho desse ano confessava a uma amiga que tenho trabalhado muito, dias inteiros a discutir, a pensar, de maneira que tenho o cérebro em ebulição constante a que depois se seguem períodos de cansaço e fadiga como nunca tive. Se assim continuar só me restará a consolação de ter vivido muito em pouco tempo. E assim foi. Não podemos escapar ao tempo. A minha hora aproximava-se e quando menos esperava o meu coração traiu-me. Parou. No dia 3 de Outubro de 1911.  Não faz mal outras mais virão para prosseguir à luta, depois de mim. Só tenho pena de não ser viva para ver esse dia.

http://www.fcsh.unl.pt/facesdeeva/eva_arquivo/revista_11/eva_arquivo_numero11_j.html

terça, 01 janeiro 2013 22:57

A festa

Um dia recheado de música portuguesa junto do anfiteatro natural da cidade do Funchal

Uma tarde carregada de suor é refrescada pelos primeiros acordes do chill out que se ouve no recinto, á medida que o relvado se vai enchendo aos poucos de jovens ansiosos cheios de adrenalina. Grupos vão acomodando-se em semicírculos na erva à espera da primeira banda que vai fazer as honras da casa do Funchal Music Fest. Os dul n’ nouk white sobem ao palco, numa triple estreia para estes jovens músicos. São a primeira banda a tocar, “inaugurando” o palco principal do live 2011a primeira edição deste evento musical e são os primeiros madeirenses a ter esse privilégio. Nada mau. A vocalista Barbara Branco treme na voz, perante o mar de olhares ansiosos. Um tom hesitante que se desvanece a medida que o sol se põe no horizonte. Recuperando desse início periclitante, a banda ataca o público com garras e dentes. São temas como “slide the blue” e alguns covers que entusiasmam a multidão que já se congrega no parque santa Catarina.

Final de tarde. O calor envolvente cede finalmente ao sabor da brisa que acaricia as árvores deste belo recinto multicolor. Quase que inesperadamente, os ânimos aquecem de novo, perante a chegada ao palco de uma das melhores banda em palco da noite. Os expensive soul. A dupla simplesmente electrizou com a sua música cheia de alma e de sonoridades virais que impelem para a dança. A empatia gerada por Demo e o New Max foi imediata. O público delira, dança e entoa ao mesmo tempo, as melodias que arrasaram os charts nacionais. O amor é mágico lançou um feitiço sobre a multidão que não parou de dançar. O tema tá-se bem confirma a boa disposição e a energia positiva que este duo transmite em palco e que funciona num festival de música ao vivo. As trompetes envolvem-nos como se fossem abraços, com sons ondulantes ritmadas, como ondas, que são o prelúdio para “fala disso, esquece isso, eu não percebo como ainda estas cá”. Mas, eu percebo porque eles ainda deveriam estar lá no palco, o público pede um ancore. E o nosso mundo é mágico. Tão mágico que só poderia ter espaço para a próxima banda, os the gift, um regalo musical, um bombom para uma noite coberta de estrelas. Mal refeitos da tanta energia em movimento, Sónia Tavares impõem a sua presença na penumbra, sem ser vista, apenas ouvida. É uma voz cálida e poderosa que dá as boas vindas a uma das melhores bandas de pop português. A música “suit full of colours” faz a abertura de um concerto que será memorável. É a serenidade aparente que explode nos temas seguintes do novo álbum e em alguns conhecidos do público. É assim que o recinto reage, em uníssono como um organismo uno e vivo. Entre ondas de braços no ar e pequenas luzes, que iluminam a mais pálida das noites. Always is better if you wait for the Sunrise. Até o próximo ano.

terça, 01 janeiro 2013 22:52

O mundo submerso

Acompanhe-me num mergulho pelas profundezas do mar junto à costa da ilha da Madeira.

Quem lê as mil léguas submarinas de Júlio Verne fica sempre encantado pela descrição do mundo submerso do capitão Nemo e o nosso imaginário remete-nos para um universo cheio de criaturas misteriosas e ao mesmo tempo assustadoras que povoam os fundos marítimos. O oceano na sua vastidão anil é o cenário ideal para um mergulho e para a descoberta dos seres, alguns deles, os mais estranhos do planeta. A minha viagem em profundidade tem lugar no Atlântico Sul. Ao mergulhar nos fundos marinhos a primeira impressão que se tem é da ausência de ruído, não podemos comunicar, só ouvimos o som das nossas bolhas de oxigénio, estamos sós perante a vastidão oceânica e sentimos que somos pequenos, excitados e assustados ao mesmo tempo, não há barreiras, nem limites, é a nosso essência a flutuar indefinidamente. Levemente.

terça, 01 janeiro 2013 16:21

Querido mudei a casa

É um programa que promete mudanças radicais no interior da sua casa.

É um dos formatos televisivos da SIC mulher com mais sucesso há uma série de anos, se a memória não me falha esteve quase desde o início no alinhamento principal deste canal temático, o que prova que nada é deixado ao acaso quando se trata de promover marcas e serviços e que resulta junto do público. É verdade que se trata de um verdadeiro show de objectos bonitos, promovem a produção nacional, mas é publicidade camuflada de uma forma elegante, e não me interpretem mal, até gosto do programa, mas por vezes acho demasiado consumista. Devia ter uma faceta digamos mais pedagógica, já que não podem expandir os seus serviços em termos geográficos, podiam mostrar como se fazem pequenas obras em casa de uma forma fácil e acessível, é apenas uma sugestão, porque embora pareça que mostram determinados processos de reconstrução, a verdade é que vemos mais vezes as decoradas e a apresentadora a montar peças de mobiliário do que de facto a recicla-las. Seria uma ajuda e uma mais-valia para o programa, criar mesmo um pequeno segmento, enquanto decorrem as obras.

terça, 01 janeiro 2013 16:20

Top chef

É um dos programas de culinários emitidos pela RTP1 no final de semana.

Pode não ser um dos programas com maior audiência ao nível nacional, mas faz crescer água na boca só de assistir. Gosto do formato deste concurso culinário, embora não seja inovador, é mais uma versão do franchesing, pelo menos possui o mérito de dispor de profissionais credenciados que emitem opiniões muito válidas e interessantes. É uma competição ao mais alto nível, porque é avaliada por chefes de cozinha com carreiras de sucesso e com estrelas Michelin no curriculum. As várias provas mostram um novo olhar em relação a gastronomia nacional, o que do meu ponto de vista é salutar, revisitam as receitas e os ingredientes que fazem parte dos nossos hábitos culinários e isso acaba por ser uma mais-valia para quem assiste ao programa. Só lamento, não poder dispor de um chef pessoal para confeccionar os pratos na minha cozinha, de resto a minha nota positiva a este formato televisivo e a sua apresentadora a Sílvia Alberto.

terça, 01 janeiro 2013 16:19

A casa dos segredos2

É mais um reality shows mais populares com a chancela da TVI.

Começo por dizer que tentei ver “a casa mais famosa de Portugal” e não consegui resistir, tive de mudar de canal 1 minuto e meio depois lamento dize-lo, não por cinismo, mas porque entendo que devo fazer apreciação da programação sem preconceitos, ou seja, tento colocar-me sempre no lugar do telespectador e perceber o que torna determinado programa atractivo de forma isenta, no caso da “casa dos segredos2” foi-me impossível, não gosto definitivamente deste tipo de formatos televisivos. Tenho noção que é um líder de audiências e que supostamente ganha prémios de televisão, mas ao contrário de outros textos não pretendo esmiuçar os pontos positivos e negativos do programa, o que de facto gostaria de salientar é a forma engraçada como as pessoas justificam quando confrontadas com o inevitável, os motivos que a levam a seguir as “vidas reais” dos ditos concorrentes. A justificação que mais me agrada e diverte, admito, é a tal do estudo sociológico sobre o nosso país. Quem são estes portugueses? Bem, pelos vistos são pessoas que pretendem ganhar muito dinheiro com o menor esforço possível e ficar famosas, será este o retrato da nação? Não, me parece. Há outro tipo de espectadores, os que chamo de ressabiados, que bem lá no fundo se “escavarmos” com alguma persistência acabavam por confessar que intimamente até gostariam de ter sido concorrentes, mas como não o conseguiram entretêm-se a gozar do comportamento da apresentadora, a Teresa Guilherme que ri, desespera, grita e chora e faz quase tudo isto ao mesmo tempo, enquanto decorre a pseudo gala só para depois gravar este carrocel de emoções e colocar de imediato no “you tube” e por último temos os “milhares amigos do facebook” e a “família que nem o concorrente sabia que tinha” que vê “a casa dos segredos2” para “apoiar”, desvendam supostamente os segredos sórdidos do infeliz nas revistas cor de rosa, mas no fundo só sabem é criticar. Bem, posto isto, se calhar toda esta conversa dava um estudo sociológico, e esta hem?

terça, 01 janeiro 2013 16:19

A super diva

É um programa muito original sobre ópera.

Fui surpreendida pela frescura deste programa que fala essencialmente de óperas. Há um lado assumidamente feminino nesta visão para todos de um dos espectáculos mais completos do mundo. Apresentado pela meia soprano, Catarina Molder, este é um formato televisivo que não se limita a descrever os libretos das óperas, há uma secção dedicada as entrevistas e ela também canta algumas das arias mais belas destas grandes peças lírica, alguns até em duetos inesperados. Cada programa é dedicado a uma ópera que é dividida em várias rubricas que vão construindo pouco a pouco o universo operático e tudo o que a envolve. Aprecio sobretudo o estilo pessoal desta cantora, apresentadora acidental, mas que confere ao programa uma certa aura de ousadia e sensualidade, que é de facto muito original em termos televisivos e ainda mais num programa desta natureza. Outro dos pontos fortes da “super diva” é o facto da Catarina Mulder ser muito telegénica e mais tem um grande à vontade quando coloca as questões de forma a serem perceptíveis pelo público em geral. É impossível não gostar.

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