Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Yvette Vieira

Yvette Vieira

sábado, 12 outubro 2013 17:21

A mutante

Rita Ribeiro é uma das actrizes mais consagradas do panorama nacional. É corajosa, destemida e ousada, a prova está na peça de teatro "Gisberta". Um novo desafio que confirma o seu grande talento e suas as múltiplas valências como actriz, com uma já longa e assinalável carreira no mundo do espectáculo.

Referiu em mais do que uma ocasião que dedicou muito da sua vida ao teatro e menos à sua vida privada, de alguma forma se arrepende de não ter acompanhado melhor a sua família?
Rita Ribeiro: Não, não estou nada arrependida.


Mas, em que esta fase espiritual contribui para a sua vida?
RR: É uma fase que já vem de há muito tempo. Tem quase 20 anos, desde os meus 40 anos de idade, eu já tenho 58, até porque a vida é espiritual e só tive uma tomada de consciência disso a partir de uma determinada altura da minha vida. Fui avó muito cedo, aos 39 anos e aí é que percebi que ainda há bocado era uma miúda, também perdi o meu pai nessa altura e tudo isso foi muito forte. Quando se perde um progenitor fica-se muito distante da infância, ao mesmo estava perto e era já avó. Isso foi muito marcante, não por ter pensado que perdi tempo, não foi isso, foi a vontade de recuperar esse mesmo tempo. Eu fazia teatro há vinte dois anos seguidos, todas as noites e gostava de ter tido mais filhos, de ter vivido mais. Quem faz teatro vive em torno disso, quase que se dorme e descansa para fazer teatro á noite. A vida torna-se diferente.


Por isso falei em arrependimento.
RR: Não, não há arrependimento. Eu gosto muito de viver, de repente pensei: já passou esse tempo todo e só fiz isto, não é arrependimento, é uma observação, é tomar consciência de... E aí tentei arrepiar caminho e tentei voltar ao princípio. Nessa altura, já trabalhava há mais de 20 anos com o Filipe La Féria, isso também fez parte dessa mudança na minha vida. Depois foi mãe, após ter sido avó e aí estive um ano sem fazer teatro. Dediquei-me a minha filha mais nova, porque eu tento que o teatro não seja uma paixão, mas é, não quero ser dependente dele, nem de nada. Gosto de ser uma pessoa livre e independente. Acho que as paixões criam dependência, por isso, por exemplo, este projecto para mim, deixa-me tempo para respirar, estou na Madeira 4 dias e depois vou para os Açores. Dá tempo para ter vida pessoal. Eu sou filha de actores, a minha mãe que ainda é viva, foi sempre dependente do teatro, a sua felicidade dependia se havia ou não um espectáculo. Isso deu-me um exemplo de vida muito grande, mas há mais coisas para além disso, por exemplo, a nossa vida pessoal e a própria vida tem muito mais coisas encantadoras para disfrutar, então isso fez-me acordar para outras realidades. Passei a ter outra percepção, mas não estou nada arrependida de ter feito nada do que fiz. Nada. Nada. Se calhar voltaria a fazer a mesma coisa, foi acima de tudo um processo de crescimento. É um caminho que se vai fazendo. Gosto de fazer itinerância, tenho alma de saltimbanco, de andar com a casa às costas, de fazer teatro aqui e ali, ver outras pessoas, outros sítios e outros públicos. Cada lugar tem características diferentes e isso ajuda-nos a abrir os horizontes.


Então em 40 anos de carreira no teatro, o que acha que mudou em Portugal, de positivo e negativo?
RR: Não consigo ver as coisas dessa forma, na minha maneira de viver, eu naturalizo muito as coisas, é o que é. Estamos a viver uma fase de transmutação ao nível humano, histórico e cultural, não é só Portugal. Somos todos seres humanos e temos de nos saber adaptar a esta maneira de viver. Se calhar é uma nova oportunidade que o mundo está a dar-nos neste momento, provavelmente é a ocasião de mudar de paradigma , de viver e partilhar as coisas. Eu sempre ouvi falar em crise desde que nasci. O teatro sempre esteve em crise, na minha casa sempre se falou disso, nada para mim é novo. Eu nunca tive subsídio de férias, ou de natal, ou fundo de desemprego, não me toca em relação ao que as pessoas se queixam. Sempre ousei na minha vida e voltei imensas vezes ao começo. Este espectáculo é uma prova disso sai da minha zona de conforto. Fui fazer uma peça com quinze minutos, no teatro rápido, em pequenas salas, onde quase estamos ao colo do público, depois de ter feito as maiores salas de espectáculo do país. Tive medo, todos temos, mas é inerente á vida, avancei e ganhei. Quando estávamos no teatro rápido eu e o Eduardo, foi uma parceria, não tivemos à noção da importância deste projecto. Não o tivemos na altura em que começámos ensaiar, erámos movidos por muita paixão, porque é apaixonante o tema, o texto é maravilhoso, porque consigo conciliar a minha função de actriz com a humanitária. Nesta peça sinto que não sou só actriz, como também acordo as consciências das pessoas para a sua humanidade. Isso é importantíssimo, não sinto que estou a fazer uma coisa leviana.

 

sábado, 12 outubro 2013 17:20

Boa tarde

É um programa da Sic conduzido pela jornalista Conceição Lino.

Gosto da forma como a apresentadora, neste caso a Conceição Lino, conduz este formato das tardes da SIC. Embora, reconheça que deve ter difícil sido ultrapassar a aura deixada pela Fátima Lopes (uma das caras mais queridas deste canal privado e que entretanto, se mudou para a concorrência) o facto é que esta excelente profissional da comunicação não deixou o seu crédito por mãos alheias e imprimiu o seu próprio cunho ao programa. Não foi algo imediato, recordo um certo desajustamento comportamental inicial, a sua já quase inata postura neutral que era essencial nos programas de informação que tinha de ser ignorada por completo num programa de entretenimento, e de facto se foi dissipando ao longo do tempo dando lugar a um dos sorrisos mais bonitos da televisão. Gosto sobretudo da nova rubrica que consiste em convidar caras conhecidas e menos conhecidas da SIC para mostrarem a sua habilidade na cozinha. É momento descontraído com conversas despretensiosas e divertidas que não giram apenas em torno da comida. Posso não ser uma das telespectadoras mais assíduas, mas posso garantir que quando o sou, estou sempre atenta aos pormenores e posso dizer que mesmo com os percalços mais inusitados, como o avc em directo de um dos convidados do programa, as tardes com a Conceição Lino é um formato televisivo de qualidade sem ser demasiado lamechas.

sábado, 12 outubro 2013 17:13

Quentes e boas

Decidi mostrar alguns dos coordenados para este outono-inverno. Numa espécie de arco-íris de tonalidades quentes que não a vão deixar indiferente. Directamente das passarelas do Portugal Fashion para si.

É uma temporada muito pouco colorida no que concerne as colecções dos designers de moda portugueses, contudo deixo algumas sugestões mais coloridas, que pretendem sobretudo animar a sua imaginação e o seu guarda-roupa de inverno.
Os estilistas Manuel Gonçalves e Manuel Alves aqueceram as passarelas com o seu vermelho vivo em várias peças da sua colecção. Houve como sempre um enorme cuidado na escolha dos materiais, como não poderia deixar de ser, um forte aposta em tecidos e padrões inovadores e como aliás é o seu apanágio acabamento de luxo.

Teresa Abrunhosa apresentou diversos coordenados para este inverno em tonalidades bordeaux. Esta jovem estilista apresentou uma coleção ultra-femenina e estilizada, que me fez recordar algumas das peças de vestuário da Fátima Lopes, pelo recorte quase cirúrgico de alguns dos coordenados.

 

sábado, 12 outubro 2013 17:10

Meus sentimentos

Um romance de Dulce Maria Cardoso.

É uma escrita em cascata, como se as palavras estivessem em permanente movimento, acontece sobretudo, por causa do estilo de narrativa que não possui pontos finais. Dulce Maria Cardoso não pretende de forma alguma copiar o estilo de José Saramago, não é nada disso, existe pontuação, o que é inovador é a forma como apresenta à Violeta, o personagem principal, no seu permanente desassossego, que se reflecte na forma como escreve cada frase, onde nada é o que parece ser. A narrativa é uma torrente de acontecimentos quase irrevogáveis que desembocam num não-final, se é que se lhe pode chamar assim, inusitado. Antes de começar a ler urge que se livre de todos os seus preconceitos relativos à leitura, sim é isso mesmo, a forma como encara um livro, como espera que a trama se desenvolva ao longo de várias páginas em diversos capítulos bem compartimentados e com um final adequado, não tem nada a ver. Este romance é pura e simplesmente desconcertante e não é para os fracos de coração. Não é uma leitura difícil, requer é uma certa persistência, um gosto para além do racional pelas palavras e pelas emoções fortes. É um livro ao estilo da Dulce Maria, é assim que o defino. Poderia ter escolhido outra sugestão, mas paciência, aprecio "os meus sentimentos" pelos rasgos de genialidade. É um daqueles que dói, que faz pensar e questionar tudo. E pensava eu, que já tudo tinha sido escrito. Nada mais errado. Ainda bem. Boa leitura

 

sábado, 12 outubro 2013 17:05

Com o coração nos lábios

Ver a "Naifa" ao vivo desperta uma série de emoções indescritíveis. É um daqueles concertos memoráveis que nos rementem para um turbilhão de emoções que nos transportam para diversos estados de alma. É uma experiência que nunca mais se esquece não só pela qualidade musical do repertório, como também pela presença em palco da banda. O mesmo se pode dizer da conversa com a Mitó e o Luís Varatojo, onde se falou como não poderia deixar de ser de música e do novo álbum que vai ser lançado no dia 4 de Novembro. Venha descobrir as novidades.

De 2008 até 2012 esperaram algum tempo até lançar "não se deitam comigo casacos obedientes"?
Luís Varatojo: É uma situação que acabou por ter um motivo de peso, faleceu um dos membros da banda, o João Aguardela, depois disso não sabíamos se devíamos continuar com o projecto ou não e tivemos algum tempo a pensar no assunto, parámos mesmo. Entretanto, em 2010 fizemos um livro com fotografias, imagens de concertos ao vivo, foi um DVD, em jeito de balanço daqueles anos e foi aí que decidimos avançar para a construção daquele disco, que saiu em 2012.


Esse último trabalho discográfico foi uma forma de romper com o passado ou não? Já que um dos membros emblemáticos da banda tinha desaparecido.
LV: Não, a ideia foi manter o percurso do grupo, sabendo que o João não estava connosco, mas imaginando que poderia estar. Imaginámos, qual seria um dos caminhos que poderíamos usar? Foi isso que motivou a construção do álbum. Sabendo o que se tinha feito para atrás e dando-lhe um seguimento, tendo consciência que ele não estava, mas pensando, se ele estivesse aqui como contribuiria? E essa foi uma dessas hipóteses. Se calhar haveria outras, mas foi isso que saiu, não houve nenhuma intenção em romper com que estava para atrás, foi algo muito natural.


A "naifa" é muito cuidadosa em termos da escolha das letras das canções. Optam sempre autores, escritores e poetas muito diferentes entre si, em termos de escrita.
Mitó: Sim, são muito diferentes, mas tem algo que os liga que é a contemporaneidade. Estão todos vivos ainda, infelizmente o autor das músicas do terceiro disco não esta, porque era o João Aguardela, que faleceu. Mas, podem ser muito idênticos, são autores que estão a escrever agora enquanto estamos a fazer música. Achámos que era coerente esse casamento entre nós que somos filhos do final do século vinte e princípio do XXI. Ainda temos no nosso imaginário as raízes da cultura portuguesa, mas contaminado no mau sentido com tudo o que veio de fora nesse período, a música anglo-saxónica. Esta é a música que fazemos de raízes portuguesas, portanto, tinha lógica que quem escreve para nós, embora na verdade ninguém escreva vamos é "roubar" os poemas aos livros, também sejam filhos desta geração. Usar poemas, ou usar literatura, para nós é-nos muito natural. Todos gostámos de poesia, eu sou a que canto, por isso, prefiro coisas mais estructuradas e que me deem a oportunidade de fazer uma boa interpretação.


LV: No fundo lemos os poemas e ou nos tocam ou não. Se nos tocam, pode ter uma certa capacidade, uma certa probabilidade de se converterem numa música. Quando vamos escolher os poemas é uma molhada de papéis e mais de metade fica de fora, porque acabámos por não conseguir fazer música com isso. Mas, em primeira instância é toca-nos ou não? É uma linguagem, é um assunto que nos diz muito no nosso dia-a-dia, é algo que nos bate na alma, que faz algum efeito, ou nos apetece dizer e depois escolhemos. A segunda fase é saber se é possível envolve-los com música e isso acontece muitas vezes, ficam aqueles que se consegue musicar. Fundamental é que nos diga algo, uma história, uma acção que conseguimos sentir, é como se fossemos nós a escrever, são as palavras deles na nossa boca.


O que tem as palavras para não serem musicáveis?
LV: São muitos fatores, já fizemos muitas canções com poemas que não rimam. Isso é um handicap para qualquer canção de música popular, normalmente a rimar mais depressa se chega a uma canção, no fado tudo rima sempre. Aqui achámos que era um dos principais desafios, primeiro gostámos, ok, isso é o que interessa, depois vamos ver o que conseguimos fazer. Ao longo dos 3 CD há uma série de canções que não rimam, muitas vezes andámos á procura das melodias para que elas soem bem. Isso é o mais importante, o que o texto diz. Às vezes, mesmo com toda esta experiência musical não conseguimos criar melodias que façam justiça ao poema, ou que de uma forma vão a bom porto. Isso é normal no trabalho de composição, alguns projectos ficarem pelo caminho.

 

sábado, 12 outubro 2013 17:04

Surfari madeira

Miguel Ribeiro estreou-se como realizador de uma curta-metragem sobre as ondas da ilha da Madeira. Um filme que foi o seu projecto de final de curso de multimédia.

O que inspirou este filme?
Miguel Ribeiro: Começou porque na Madeira temos grandes ondas, é um ponto de passagem muito bom e que estava pouco divulgado e começa a haver uma divulgação maior, mas o intuito era esse. Era mostrar todo o tipo de ondas desde principiantes, até as profissionais e nesse âmbito surgiu vídeo.

É um documentário que aborda as opiniões dos diversos surfistas da região?
MR: Não, falei apenas com um que foi campeão regional em 2007 o Yannick D'Oliveira, que participou em provas do campeonato nacional e mundial . É uma pessoa que conhece bem a ilha, surfa desde criança e é meu amigo. Gravámos imagens dele a surfar e ainda houve espaço para uma entrevista que se debruçava do que é a Madeira em termos de surf. Era uma mais-valia para o meu projecto porque ele possuía uma larga experiência.


Referiste que filmaste na água, quais são os desafios desse tipo de filmagens?
MR: Os desafios de filmar na água em primeiro lugar é ter um conhecimento vasto do mar, eu faço bodybord, na Madeira existem correntes marítimas muito fortes e temos de ter algum cuidado. Depois é necessário uma boa preparação, é essencial e um gosto pessoal pelo meio.


Era necessário ter em consideração um determinado horário para poder filmar?
MR: Sim, normalmente aproveitávamos a maré vazia para practicar a modalidade. É quando tem menos água no fundo e as ondas são mais tubulares. Nós aproveitámos esses horários. Depois também depende se a maré é de manhã ou à noite, já cheguei a surfar no Paul do Mar depois das 20 horas até as 22horas.

 

sábado, 12 outubro 2013 17:00

Pura cal

 

Foi fundada em Outubro de 2010, e é sobretudo um conceito,
um modo de estar e de pensar mobiliário, espaços e ambientes, o Tiago Rodrigues falou da marca que estara presente na casa ideal da FIL Lisboa, de 11 até 16 de Outubro.

Como é que surge o projecto puro cal?
Tiago Rodrigues: O projecto surge, porque estávamos à procura de peças para um trabalho de design de interiores e não encontrávamos nada no mercado português. Nenhuma peça correspondia as nossas expectativas dai a ideia de montar uma marca, que é mais do que isso é um conceito onde tentamos reunimos um conjuntos de peças de varias originais e variadíssimas que reflectem o nosso life style.


Então qual é esse life style que define na vossa marca?
TR: A ideia é ter sempre peças que tenham uma história para contar, que tenham um percurso de vida e algum simbolismo, peças com alma. Ao atribuirmos-lhe uma nova vida, forma, ou cor, ou ainda ao coloca-las num determinado espaço criámos um conceito em torno dessa peça. Tem sobretudo a ver com histórias.


A pouco quando referiste que tiveste alguma dificuldade em encontrar peças, objectos, no mercado nacional, então quais eram essas carências?
TR: As carências que denotámos foram sobretudo uma boa relação qualidade-preço em várias peças ao nível de mobiliário e decoração. Quando encontrávamos uma peça ou era demasiado cara, ou se fosse muito barata também não a queríamos. Não era um detalhe em particular que procurávamos, não era por aí, mas era essa falta de sintonia.
Como designers sentiste alguma dificuldade ao apresentar as tuas peças originais em encontrar os parceiros certos?
TR: Sim, nos enfrentámos muitas dificuldades a esse nível. As empresas maiores só querem produzir em grande escala, o que para nós é um contra, queremos objectos em pouca escala e depois havia empresas que impunham limitações, porque queriam faze-las á maneira deles e nós como temos uma marca e temos que preservar a nossa visão e qualidade por vezes era difícil encontrar o parceiro que se disponibilizasse a fazer as coisas como idealizámos e projetámos.


Essa resistência que ainda subsiste por parte dos empresários é motivada pelo facto de serem portugueses, ou porque subsiste a mentalidade de não dar a devida importância aos designers?
TR: Eu acho que o principal factor de resistência é o facto de não querermos produzir em quantidade e isso é um contra para a maior parte dos industriais. Dá-nos custos muito elevados que encarecem demasiado as peças. O outro contra que notámos é que as pessoas, ou a gestão que esta a frente destas empresas tem a ideia errada do que é isto do design. Acho que ouvem falar muito sobre o assunto, mas não tem consciência do que é bom e quantos tipos de design existem e as tendências do mercado. Os industriais andam muito atrás uns dos outros, ou seja, se uma marca tem muito sucesso, os restantes copiam e fazem a mesma coisa e quando aparece alguém que quer fazer algo diferente aí encontra-se muita resistência.

sábado, 12 outubro 2013 16:56

Moby patinho

É uma página que lhe permite obter dados sobre a poluição dos oceanos.

Já imaginou para onde vai o plástico que você deita ao mar? Aparentemente desaparece, certo? Errado! É arrastado pelas correntes marítimas, imagine só, até onde? Até à América Central, o México e pasme-se o norte da Galiza. É verdade cada vez que um português atira um saco, ou uma garrafa, ou outro objecto qualquer de plástico ao oceano, os sul-americanos e os galegos é que encontram o nosso lixo nas suas zonas costeiras. Como? Através do Adrift.au, que lhe permite em poucos segundos ficar a saber para onde vão todos os seus detritos. Trata-se de uma página web, aparentemente divertida e muito simples de utilizar, que é inspirada em pesquisas realizadas sobre circulação oceânica pelo cientista Erik Van Sebille e o seu delicioso livro "Moby duck". Neste site pode explorar como todo o tipo de objetos andam à deriva, através do oceano, a partir de patinhos de borracha, e onde cada um deles pode acabar ao ser levado pelo mar até a sua praia. Adrift utiliza um método científico que se baseia na observação de faixas oceânicas através das boiás do Programa "Drifter Global" e outras pesquisas científicas neste campo. Neste site pode verificar até onde os detritos oceânicos viajaram depois do desastre de Fukushima, por exemplo, ou ainda, de onde vêm o plástico que vemos dar à costa nas praias portuguesas? Outra das características curiosas deste site é que indica a "viagem" desse mesmo lixo no mar ao longo de um período máximo de 10 anos, contudo, há áreas do planeta onde não será possível rastrear os detritos, devido a falta de dados científicos rigorosos sobre esta matéria nessas mesmas zonas. Va lá teste e veja o efeito um só pequeno gesto, que pode ser facilmente evitado, qual o seu impacto no ecossistema marítimo global. Dá que pensar.
Para obter mais dados sobre este tema, basta colocar o patinho amarelo no mar mais próximo de si, não em terra, e ele fará a leitura, através da página web que disponibilizo no final desta palavra.
http://adrift.org.au/map?lat=39.5&lng=-12.7¢er=-8

 

sábado, 28 setembro 2013 14:46

O homem de aço

Carlos Sá é o ultramaratonista mais consagrado do panorama nacional. Uma carreira desportiva que embora tenha despoletado muito cedo, aos 12 anos, em pequenas provas regionais de estrada e pista, curiosamente nunca chegou a maratona. Anos mais tarde, depois de quase uma década dedicado ao alpinismo, decide correr, em 2010, a sua minha primeira ultramaratona de100km em Espanha que acaba por vencer, quatro meses mais tarde ganha mais uma prova de 160km em França e desde aí nunca mais parou... Este ano acrescentou ao seu brilhante palmarés o troféu de uma das provas mais duras de todo o mundo, a famosa "Badwater", nos EUA.

O que é um ultramaratonista?
Carlos Sá: É um atleta que percorre distâncias, acima da típica da maratona que é de 3,195 metros. Um ultramaratonista bate longos percursos que estão divididos em várias secções, o ultratrail, de trilho, em que se corre num ambiente de natureza, e que também se pode fazer numa estrada, como é caso de "Badwater" que é uma prova nos EUA, de 217Km sem parar e aqui temos uma grande abrangência.


Como é que um atleta se prepara para este tipo de provas? Qual é o seu treino diário?
CS: Temos de treinar muitas horas, mais do que um atleta que se dedique a distâncias inferiores. Treino o físico, mas também o psicológico, já que corremos mais de 24 horas consecutivas e temos de estar dotados de uma capacidade de querer, de uma capacidade psicológica acima do normal.


Esta prova em particular são mesmo 24 horas sem descansar?
CS: Esta prova do Vale da Morte, nos EUA, foram 217km sem parar, non stop. Venci a prova, percorri essa distância em 24horas e 38 minutos. A distância mais longa, o número de horas que já estive a correr foram 26 horas e 40 minutos e ganhei essa prova também. Agora, imagine-se o último atleta classificado que faz o dobro desse tempo. Há uma gestão de toda dessa carga, todo esse esforço físico que tem de ser trabalhado numa distância deste género.

sábado, 28 setembro 2013 14:41

Rock and roll

É uma das tendências que andam pelas ruas das cidades.

É uma daquelas indumentárias que de imediato nos transporta para os anos de rebeldia, de juventude desenfreada e sem preocupações. Recordo com carinho os posters dos ídolos do rock pendurados nas portas dos nossos armários, ou nas paredes do quarto que admirávamos com imensa devoção e carinho exacerbado, ao ponto de imitarmos algumas das peças de vestuário que compunham os looks ousados dos nossos cantores, ou bandas preferidas. É com grande nostalgia que recordo a loucura que precedia os concertos, as longas filas de espera junto dos recintos, as horas que eram dedicadas a explicar umas as outras à nossa homenagem em forma de indumentária, os gritos, os risos de excitação e agora fico deliciada quando vejo o mesmo comportamento nas mais jovens gerações. Há coisas que felizmente nunca mudam! Quem não se lembra do magnífico guarda-roupa do Freddy Mercury? Ou do look mais casual dos Xutos e Pontapés? E da rainha da pop Madonna? Bem, e como a moda é como as estações do ano, cíclica, heis-de que novo o look rockeiro assalta as ruas da cidade e mais pujante do que nunca. Desde as calças de ganga rasgadas, ou de couro bem coladas ao corpo, as camisas estampadas, os casacos em pele com tachas ou pins, os óculos de sol escuros e os lenços tudo é remisturado e o resultado é a rockeira do novo milénio, com uma silhueta mais estilizada do que em versões anteriores, mas que remete na mesma para os delírios juvenis de outros tempos.

 

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